Após a repercussão da ameaça feita a um repórter de O Globo, Jair Bolsonaro se manifestou e disse que é perseguido pela emissora carioca
O presidente Jair Bolsonaro voltou a perder a compostura após ameaçar com agressão física um repórter do jornal O Globo, após o profissional de comunicação fazer uma pergunta ao político sobre os vários depósitos que o ex-policial militar Fabrício Queiroz fez na conta de sua esposa, a primeira-dama Michelle Bolsonaro. O episódio aconteceu nesse domingo, 23.
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Durante conversa com jornalistas em Brasília, um repórter de O Globo questionou a Jair Bolsonaro sobre os depósitos de Queiroz na conta de Michelle Bolsonaro. “Presidente, por que a sua esposa recebeu R$ 89 mil do Fabrício Queiroz?”, indagou o jornalista.
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Como resposta, Bolsonaro fez ameaça física ao jornalista, afirmando que sua “vontade é encher tua boca com uma porrada, tá?” e, em seguida, chamou o profissional de “seu safado”. A resposta grosseira do político viralizou nas redes sociais e gerou críticas ao presidente tanto por parte de famosos quanto por anônimos.
Fabrício Queiroz é amigo de longa data de Jair e ex-assessor de Flávio Bolsonaro, na época em que o atual senador era deputado estadual do Rio de Janeiro. Segundo o Ministério Público fluminense, Flávio foi, por anos, o líder de uma organização criminosa, e Queiroz era justamente seu braço direito. O ex-policial militar e sua esposa, Márcia, tiveram prisão decretada pela Justiça há algumas semanas, e atualmente cumprem prisão domiciliar.
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Após as autoridades quebrarem o sigilo bancário de Queiroz, foi descoberto que o ex-assessor fez depósitos suspeitos na conta de Michelle Bolsonaro. Ao ser questionado ainda em 2018, após as eleições, o presidente disse que o montante se referia a um empréstimo de R$ 40 mil feito por ele ao amigo.
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Porém, reportagens de veículos como Globo, Folha e Estadão, com base em documentos das investigações feitas pelas autoridades, mostraram que, na realidade, o valor dos depósitos na conta da primeira-dama somam R$ 89 mil, mais que o dobro do dinheiro emprestado por Jair ao amigo, conforme o mesmo relatou. O tema é considerado delicado para o presidente e, não raro, ela fica irritadiço ao ser questionado sobre o escândalo que acerta em cheio sua família.
BOLSONARO DIZ SER PERSEGUIDO PELA GLOBO
– Há pelo menos 10 anos o sistema Globo me persegue e nada conseguiram provar contra mim.
– Agora aguardo explicações da família Marinho sobre a delação do "doleiro dos doleiros", onde valores superiores a R$ 1 bilhão teriam sido repassados a eles. pic.twitter.com/ZRS730K5Pg
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) August 24, 2020
Na manhã desta segunda-feira, 24, Jair Bolsonaro se manifestou pela primeira vez publicamente desde a polêmica por sua ameaça ao repórter e, sem citar seu destempero, o político alegou que é “perseguido” pela emissora carioca há cerca de 10 anos. Ainda, ele citou reportagem da Record sobre suposto envolvimento de herdeiros do grupo Globo com doleiros condenados.
“Há pelo menos 10 anos o sistema Globo me persegue e nada conseguiram provar contra mim. Agora aguardo explicações da família Marinho sobre a delação do ‘doleiro dos doleiros’, onde valores superiores a R$ 1 bilhão teriam sido repassados a ele”, escreveu o presidente em seu perfil no Twitter.
Reportagem do Domingo Espetacular repercutiu a delação feita por Dario Messer, condenado a mais de 13 anos de prisão. Em depoimento, ele disse ter repassado quantias gigantescas em dólares a herdeiros do grupo que administra a emissora carioca.
Segundo a Record, José Aleixo, um dos executivos mais poderosos da Globo, teria recebido encomendas mensais de dólares a pedido de Messer, com valores que variavam entre US$ 50 mil (R$ 280 mil) e US$ 300 mil (R$1,6 milhão). Conforme o Domingo Espetacular, os montantes eram repassados a Roberto Irineu e João Roberto Marinho, herdeiros do grupo Globo.
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O QUE DIZ A EMISSORA
Após a revista Veja revelar a delação de Messer que envolve os donos da Globo, a emissora se manifestou publicamente negando a informação. O canal disse que Roberto Irineu e João Roberto Marinho “não têm e nunca tiveram contas não declaradas às autoridades brasileiras no exterior” e que também “nunca realizaram operações não declaradas às autoridades brasileiras”.