Jair Bolsonaro assumiu seu crime no caso Marielle Franco e pedidos de impeachment podem sair a qualquer momento contra o presidente
O presidente Jair Bolsonaro virou centro de uma polêmica recente quando o porteiro do condomínio onde ele tem casa no Rio de Janeiro afirmou que o “seu Jair” autorizou a entrada de um dos suspeitos de ter assassinado a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) em sua casa, a de número 58. O depoimento do porteiro ganhou repercussão nacional e os áudios do interfone do condomínio foram expostos para todo o Brasil pelo vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente.
Em conversa com a imprensa neste sábado (03), Bolsonaro revelou que pegou os arquivos assim que a suspeita sobre seu nome veio à tona. “Agora, eu estava em Brasília, está comprovado. Várias passagens minhas pelo painel eletrônico da Câmara, com registro de presença, na quarta-feira geralmente parlamentar está aqui. Eu estava aqui, não estava lá, e outra, nós pegamos antes que fosse adulterado, pegamos lá toda a memória da secretária eletrônica, que é guardada há mais de anos, a voz não é minha”, disparou ele.
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“Não é o seu Jair. Agora, que eu desconfio, que o porteiro leu sem assinar ou induziram ele a assinar aquilo. Induziram entre aspas, né? Induziram a assinar aquilo”, disparou o presidente. Muita gente, no entanto, observou que a prática de Bolsonaro se configura em crime, já que ele teria praticado obstrução à justiça ao pegar os áudios que poderiam comprovar sua participação no assassinato. Ou seja, o próprio Bolsonaro acabou assumindo um crime que pode lhe render impeachment.
Os líderes da oposição no Congresso Nacional, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), anunciaram que entrarão com representação contra Bolsonaro na PGR. “Não cabe ao presidente da República determinar a apreensão de provas. Esperamos que se determine o quanto antes a devolução do material apreendido pelo presidente da República e que o mesmo responda perante a Justiça pelo ilícito que confessou ter praticado”, afirmaram eles em nota.
Nessa mesma entrevista, o presidente Bolsonaro voltou a afirmar que o governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel é o culpado por tudo. “A minha convicção é de que ele agiu no processo para botar meu nome lá dentro. Espero agora que não queiram jogar para cima do colo do porteiro. Pode até ser que ele seja responsável, mas não podemos deixar de analisar a participação do governador. Como é que pode um delegado da Polícia Civil ter acesso às gravações da secretária eletrônica?”, questionou.
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