Bolsonaro compartilhou vídeo de reportagem da Record contra a Globo; na atração liderada por Carolina Ferraz, doleiro fez acusação contra os irmãos Marinho
Rivais na luta pela audiência e preferência dos telespectadores, a Record TV e a Globo estão, praticamente, em guerra. E, nesse campo minado, a emissora do bispo Edir Macedo, dono da Igreja Universal do Reino de Deus, ganhou um aliado de peso, o presidente da República, Jair Bolsonaro, que é um crítico contumaz da empresa da família Marinho – ele, aliás, repostou matéria do Domingo Espetacular, revista eletrônica comandado por Carolina Ferraz, com denúncia contra o canal carioca.
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A nova guerra entre a Record TV e a Globo se dá após a emissora carioca revelar uma denúncia feita pelo Ministério Público do RJ contra o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, que é acusado de participar de um grandioso QG da Propina que desviou milhões e milhões de reais da prefeitura do Rio – nesse suposto esquema criminoso, até a Igreja Universal, do bispo Edir Macedo, que também é tio de Crivella, teria sido usada para a lavagem de dinheiro na quantia de 6 bilhões de reais, o que é negado pela instituição religiosa.
Já a Record TV, por sua vez, faz uso de uma delação bombástica do doleiro Claudio Barbosa que afirma ter repassado uma quantidade grande de milhões e milhões de dólares à família Marinho. Em entrevista ao Domingo Espetacular, comandado pela atriz Carolina Ferraz, o doleiro reiterou as denúncias contra os donos da Globo, e a reportagem foi replicada por Jair Bolsonaro nas redes.
Bolsonaro, aliás, aumentou seus ataques à emissora carioca após o canal de TV revelar graves denúncias envolvendo seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, que é acusado de ter sido, por anos, o líder de uma organização criminosa ao lado do ex-policial militar Fabrício Queiroz, que é amigo de longa data do presidente, e fez uma série de depósitos suspeitos na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro – ela não explicou o porquê dos depósitos em somas significativas feitos por Queiroz.
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À RECORD, DOLEIRO ACUSA DONOS DA GLOBO E BOLSONARO REAGE
Nesse domingo, 20, no Domingo Espetacular, que é comandado por Carolina Ferraz, ex-atriz do elenco do canal carioca, a emissora do bispo Edir Macedo voltou a atacar a rival que, supostamente, recebeu por anos quantias significativas de milhões e milhões de dólares de doleiros, que firmaram delações premiadas com a Justiça e fizeram graves acusações contra membros da família Marinho.
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Em entrevista ao Domingo Espetacular, o doleiro Claudio Barbosa, também conhecido como Tony, contou que movimentava até 1 milhão de dólares por remessa à família Marinho. Segundo o doleiro, até 2003 ele entregava dinheiro vivo na sede da emissora, localizada no Rio de Janeiro.
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“Isso nunca parou. Parou quando fui preso”, conta Tony. O doleiro chegou a utilizar carros blindados, seguranças armados e transportadora de valores para entregar o dinheiro não declarado na emissora. Em algumas situações, de acordo com ele, o dinheiro era dividido em três remessas e transportado na meia de funcionários. Os irmãos Marinho negam as acusações.
Por meio de seu perfil nas redes sociais, Jair Bolsonaro repostou a matéria do programa ancorado por Carolina Ferraz, e afirmou, na legenda, que “a família Marinho (Globo), por décadas, no topo da cadeia alimentar da corrupção”.
BRIGA DE GIGANTES
Que a Globo e a Record não são simpáticas uma à outra isso não é novidade. Porém, desde que a emissora dos Marinho revelou as graves acusações contra Marcello Crivella, sobrinho de Edir Macedo, que envolvem até a Igreja Universal, a emissora paulistana tem contra-atacado com reportagens sobre as acusações feitas por doleiros – até o momento, o canal já fez pelo menos duas grandes reportagens sobre o assunto, ambas exibidas na atração comandada por Carolina Ferraz.
Do outro lado, o Fantástico mostrou que o MP-RJ acusa Marcelo Crivella de participação em um QG da Propina que provocou um rombo nos cofres da prefeitura do Rio – nesse suposto esquema, a Igreja Universal foi usada para lavagem de dinheiro no valor de R$ 6 bilhões. Crivella, aliás, teria sido gravado pelos investigadores em uma ligação para um homem preso no suposto esquema de desvio de dinheiro da prefeitura fluminense.
Segundo o MP-RJ, a Igreja Universal foi “utilizada como instrumento para lavagem de dinheiro fruto da endêmica corrupção instalada na alta cúpula da administração municipal” do Rio, atualmente sob a gestão de Crivella, que tenta se reeleger para o cargo. O prefeito nega as acusações.
Já Bolsonaro tem seu filho, Flávio Bolsonaro, também na mira da Justiça, acusado de liderar uma organização criminosa quando era deputado estadual no RJ. O braço direito do herdeiro do presidente era justamente Fabrício Queiroz, amigo de longa data do político. Ao contrário de outros grandes veículos da TV, a Globo tem dado bastante espaço para a cobertura do caso. Flávio nega as acusações.