Após Bolsonaro revelar dados de William Bonner, ministro da Educação sugere que concessão da Globo será cassada após atual se encerrar
Em outubro do ano passado, o principal noticiário da Globo, o Jornal Nacional, comandado por William Bonner, trouxe à tona o depoimento de um porteiro do condomínio onde mora Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro, que envolvia o presidente nas investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista, Anderson Gomes. O episódio foi suficiente para aprofundar a crise na relação entre o político e a emissora.
Como resposta imediata à Globo pela reportagem, Jair Bolsonaro ameaçou cassar a concessão pública da emissora, cujo atual se encerra em 2022, ainda durante o mandato do presidente. Ainda, o mandatário também atacou o âncora do Jornal Nacional, William Bonner, revelando dados pessoais do apresentador.
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Em represália à emissora, o presidente divulgou o salário pago pela empresa a William Bonner que, conforme o mandatário, recebe por mês o valor de R$ 800 mil. Ainda, o chefe do Executivo Federal fez grave ameaça contra William Bonner, ao sugerir que ele sonega imposto de renda.
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“Se a Globo tiver vergonha na cara, não espera meu processo, concede [direito de resposta]. Estou aguardando dignidade. Eu vi o [William] Bonner falando que é o jornalismo mais sério possível”, disse Jair Bolsonaro, naquela época.
“Lógico, quem ganha R$ 800 mil por mês não pagando imposto de renda como pessoa física, tem que defender [a emissora] mesmo”, completou o presidente, acusando William Bonner de sonegar impostos.
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A revelação feita pelo Jornal Nacional da Globo caiu como bomba em Brasília, e o assunto teve repercussão imediata. Posteriormente, esse porteiro mudou a versão inicial de seu depoimento, e tirou o nome do presidente. No entanto, a relação entre o mandatário e o canal, que já não era dos melhores, só piorou.
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Em live, ministro de Bolsonaro especula sobre cassação da Globo
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, que na noite desse domingo, 5, participou de uma live nas redes sociais com o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, especulou, de forma indireta, sobre a cassação da concessão pública da emissora carioca.
De acordo com informações do site da Revista Fórum, as declarações feitas por Abraham Weintraub tinham como direção a Globo – o ministro, aliás, é um dos membros do governo mais críticos ao canal. Em diversas ocasiões, ele chegou a hostilizar jornalistas ligados à empresa.
“Tem uma rede de televisão que ela não sobrevive até 2023. Ela deve aos tubos, porque não pagou imposto, não vai ter certidão negativa pra renovar concessão. Ou ela paga um buzilhão de imposto que ela nunca teve que pagar ou ela não renova concessão, porque não vai ter certidão negativa”, disse Weintraub ao filho de Jair Bolsonaro.
Para o ministro de Bolsonaro, e segundo a Fórum, os donos da Globo sabem disso e, exatamente por esse motivo, estariam tentando retirar o presidente do posto, pois “a luta deles é de vida ou morte contra Bolsonaro”.
Coronavírus
Um dos episódios recentes que mais tem provocado atrito entre a Globo e Jair Bolsonaro é justamente a pandemia do novo coronavírus. Fazendo uma cobertura massiva da covid-19 no Brasil e no mundo, o canal tem seguido instruções da Organização Mundial da Saúde (OMS) e recomendado à população que permaneça em isolamento social, como forma de conter o vírus – o oposto do que prega o governo federal, que defende o isolamento vertical e que apenas aqueles dentro do grupo de risco permaneçam isolados.
Para Bolsonaro e seus apoiadores, a Globo estaria tentando amedrontar a população. Em seus noticiários, a emissora contrapõe as declarações do presidente com dados científicos e tendo como bússola a OMS.