Uma das maiores fábricas alimentícia de São Paulo acabou tendo sua falência decretada após acumular uma dívida de R$ 244 milhões
O Brasil conta com diversas fábricas do ramo alimentício. Em São Paulo, por exemplo, há milhares de indústrias, aliás, uma das maiores do estado acabou tendo a sua falência decretada após décadas.
Algumas marcas se tornam icônicas, despertam memórias afetivas e acompanham gerações, mas, infelizmente, nem sempre conseguem sobreviver aos desafios econômicos. Esse é o caso da fábrica gigantesca de São Paulo.
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Acumulando uma dívida impressionante de R$ 244 milhões, a fábrica encerrou suas atividades, marcando o fim de um ciclo de 86 anos no mercado e deixando os paulistas sem essa gigante.
Fábrica gigante tem falência decretada
Conforme apurado pelo TV FOCO, segundo o portal ‘Exame’, trata-se da falência da Pan. A decisão foi tomada pela Justiça de São Paulo ainda em fevereiro de 2023.
Com isso, a fábrica localizada em São Caetano do Sul, no ABC paulista, será lacrada, as operações serão encerradas e os equipamentos vendidos para quitar dívidas com os credores.
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A Pan acumulou um passivo de R$ 244 milhões, sendo a maior parte de tributos estaduais devidos ao estado de São Paulo, totalizando R$ 182,9 milhões.
Além disso, a empresa tinha débitos de R$ 15 milhões em impostos federais e outros R$ 7 milhões referentes a IPTU e ISS com a prefeitura de São Caetano do Sul.
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Os débitos restantes, no valor de R$ 12 milhões, incluem credores diversos e funcionários. De acordo com a legislação, os 52 trabalhadores da empresa serão os primeiros a receber os valores devidos.
De recuperação judicial à autofalência
A Pan já vinha enfrentando dificuldades financeiras há anos. Em 2021, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial na tentativa de reestruturar suas finanças e manter as operações.
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De acordo com as informações divulgadas pela própria companhia, a pandemia teve impacto negativo em seu fluxo de caixa, agravando ainda mais sua situação.
Contudo, em fevereiro de 2023, a própria empresa solicitou autofalência, alegando incapacidade de honrar seus compromissos financeiros. Um dos principais problemas foi a impossibilidade de parcelamento das dívidas com SP.
Com isso, o plano de recuperação judicial aprovado pelos credores em 2021 não foi homologado pela Justiça, tornando inevitável o pedido de falência.
O legado dos “cigarrinhos de chocolate”
Apesar do triste desfecho, a Pan deixa um legado na indústria de doces brasileira.
A empresa se tornou conhecida principalmente pelos “cigarrinhos de chocolate”, um produto icônico que fez parte da infância de muitos brasileiros.
No entanto, a polêmica em torno do nome levou à sua mudança em 1996, após uma notificação do Procon de Vila Velha (ES), que considerava a embalagem passível de influenciar crianças ao tabagismo.
Assim, o produto passou a ser chamado de “rolinhos de chocolate ao leite” e, posteriormente, “chocolápis”.
Além dos icônicos cigarrinhos, a Pan também foi responsável por uma série de produtos que fizeram história.
Entre eles, destacam-se os granulados para bolos, moedas de chocolate, chocolates diet, pão de mel coberto com chocolate ao leite e pipocas cobertas com chocolate.
A empresa também criou a famosa bala paulistinha, inspirada na Revolução Constitucionalista de 1932.
Com sua trajetória interrompida pela falência, a Pan se despede do mercado, deixando uma memória doce para muitas gerações.
Seu fechamento é mais um capítulo na história de empresas tradicionais que sucumbem às dificuldades econômicas, mas que continuam vivas na lembrança de quem cresceu saboreando seus produtos.
Considerações finais
- Embora a falência da Pan represente o fim de uma era para a indústria de doces no Brasil, seu legado continua vivo na memória dos consumidores.
- Empresas icônicas nem sempre resistem às adversidades econômicas, mas sua influência ultrapassa o tempo e marca gerações.
- Os produtos que fizeram parte da infância de tantos brasileiros seguirão como símbolos nostálgicos de uma época, provando que, mesmo diante do encerramento de suas atividades, o impacto de uma marca vai muito além de sua existência no mercado.
Qual a diferença entre falência e recuperação judicial?
Conforme informações do portal Vem Pra Dome, ambos os institutos têm como objetivo a satisfação de dívidas de uma empresa. Contudo, a principal diferença está na continuidade ou não do empreendimento.
No caso da recuperação judicial, se ganha tempo para recuperar a capacidade de gerar resultados na empresa. Por outro lado, na falência, não existe a reestruturação do negócio e ele acaba fechando as portas.
A ideia da recuperação judicial é manter o negócio ativo, gerando empregos e possibilitando que a empresa pague as suas dívidas. Na falência, ocorre o encerramento do negócio, considerado irrecuperável.
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