Gigantesca no setor de eletrodoméstico afundou em dívidas e acabou tendo sua falência cravada 2 vezes após garantir milhões aos cofres do tricolor paulista
Ao longo da nossa história, muitas varejistas e empreendimentos que marcaram a história do país acabaram tendo um fim inesperado, causando surpresa e até mesmo uma certa tristeza em alguns clientes.
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Esse foi o caso da gigante Arapuã, fortíssima no setor de eletrodomésticos e que se afundou em dívidas depois de anos sendo considerada uma das maiores do setor além de uma trajetória de brilhos.
Infelizmente, ela acabou tendo um fim devastador após se afundar em dívidas e ter sua falência decretada não apenas uma mas duas vezes pela Justiça.
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Tradição e história de brilhos …
Sua história se iniciou no interior de São Paulo, na cidade de Lins, ainda no ano de 1957, por Jorge Wilson Simeira Jacob, e chegou a ter 265 pontos de venda pelo Brasil.
De acordo com o portal UOL, sua era de ouro ocorreu mesmo entre os anos 90 e 80, quando a varejista se tornava uma das mais influentes e tradicionais em lojas de departamento.
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Como até já mencionamos em matérias anteriores, entre as décadas mencionadas, as lojas de departamentos eram verdadeiras coqueluches entre o público.
E a Arapuã possum tanto prestígio que era capaz de bater de frente tanto com a Casas Bahia como o Ponto Frio, cujos quais estavam no topo das varejistas.
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Inclusive até mesmo os seus comerciais contavam com famosos, como o ator Tony Ramos, da Globo.
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Ela também ficou nacionalmente conhecida pelo icônico slogan: “Arapuã, ligadona em você!”
Já não estava tão bem …
Apesar disso, as coisas já não estavam 100% pra varejista … Isso porque ainda no fim da década de 80, Simeira Jacob partiu com um grupo de executivos para os Estados Unidos e dias depois ele voltou convencido de que era preciso mudar o foco dos negócios.
Como mencionamos acima, na época, a Arapuã era líder nacional nas vendas de móveis e eletroeletrônicos, mas da noite pro dia e em uma só tacada, ela promoveu o fechamento de 120 lojas.
Essa linha de produtos foi reduzida de 7.500 para 700 itens. A empresa, que chegou a ter em seus estoques de televisores a tapetes e cristais, concentrou suas vendas apenas em eletroeletrônicos.
Em junho de 1998, a empresa abriu concordata e passou a diversificar os produtos, vendendo novamente móveis, utensílios para o lar como faqueiros, relógios e até brinquedos numa tentativa de reverter o baixo desempenho das vendas.
Queda e falência
Foi no ano de 1998 que a varejista começou a ter os primeiros sinais da sua ruína definitiva.
Isso porque, conforme o portal UOL, na época o governo brasileiro provocou o aumento dos juros o que prejudicou as vendas a prazo e o aumento da inadimplência das vendas a prazo.
Em junho daquele ano, o calote em créditos em atraso somavam cerca de R$550 milhões. Com a dívida milionária, a empresa pediu concordata no dia 2 de junho de 1998.
Mesmo assim, de acordo com o portal Wiki, entre fevereiro e março no inicio dos anos 2000 (2001), ela garantiu milhões ao time do São Paulo ao patrocinar o tricolor nos dois jogos no fim do Torneio Rio-São Paulo.
Tanto é que a empresa estampou a sua logomarca camisa do São Paulo Futebol Clube que na ocasião o consagrou-se campeão.
Já no ano de 2002, a mesma iniciou seu primeiro plano de recuperação para evitar a falência. Porém, com uma dívida de R$1 bilhão, a mesma passou a fechar lojas e promover demissões em massa, o que significou um risco ainda maior da Justiça decretar a sua falência.
Na época, a empresa já acumulava três parcelas vencidas das concordatas. Mesmo com a corda no pescoço, a a Justiça não havia decretado a falência da empresa por confiar no seu plano de reestruturação.
Foi em julho do ano de 2002, que a Justiça determinou em primeira instância decretar falência da Arapuã por descumprimento da concordata, porém a Arapuã conseguiu reverter a decisão em segunda instância no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
No ano de 2009, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) julgou o recurso de duas empresas credoras que pediam a decretação da falência da empresa, para que assim seus bens pudessem ser utilizados para quitar dívidas.
Na ocasião, o STJ confirmou a falência da Arapuã por descumprimento da concordata pedida em 1998. O tribunal fez valer a lei de falências de 1945 que entrou em em vigor em 2005, que permite o pedido de recuperação judicial de empresas que não tenham descumprido as obrigações assumidas.
Quando aconteceu o fim definitivo das redes Arapuã?
Foi então em junho do ano de 2020 que uma empresa credora, juntamente com o Ministério Público de São Paulo, recorreram da decisão da falência pela segunda vez.
Nesse meio tempo, a Arapuã aprovou um plano de recuperação judicial e alienou parte dos seus bens para o pagamento de parte das dívidas. Inclusive, ela chegou a afirmar que pagou alguns credores e dívidas trabalhistas.
Em uma nova decisão ainda no ano de 2020, o STJ determinou que o resultado do julgamento do TJ-SP foi ilegal porque a Arapuã havia descumprido a concordata em meio a uma falência já decretada, o que inabilitou a empresa a qualquer pedido de recuperação judicial.
Assim, os ministros do STJ decretaram, dessa vez de forma definitiva e pela segunda vez a sua falência, por 4 votos a 1.
De acordo com a Folha de S.Paulo, ao procurar o advogado que representa a Arapuã na época do processo, a mesma não quis se manifestar e alegou que ainda poderia recorrer da decisão do STJ.
Apesar disso, é bom deixar claro que o espaço permanece aberto caso a mesma ainda queira expor sua versão dos fatos.
Importância da Arapuã:
Como mencionamos ao longo do texto a Arapuã era uma das mais tradicionais lojas de móveis e sua credibilidade conquistou milhares de consumidores.
Ela chegou mais de 220 lojas espalhadas pelo Brasil, vendendo, majoritariamente na região do sudeste do país.