Dispensado pela Record no ano passado, após fazer apenas uma novela na emissora (Pecado Mortal – 2014), Carlos Lombardi vê agora no Canal Viva a reprise de um dos seus folhetins mais marcantes: Bebê a Bordo. A novela, exibida pela Globo entre 1988 e 1989, é conhecida pelo seu estilo ousado, ágil, e com algumas abordagens de teor sexual que dificilmente seriam repetidas por alguma produção atual da emissora carioca no horário das 19h.
Em entrevista à jornalista Cristina Padiglione, o autor foi perguntado se acredita que o folhetim está “apto” nos dias de hoje para ser exibido apenas na faixa das 23h da Globo, horário que permite maior liberdade para abordagens adultas, e surpreendeu com a resposta: “Ela seria hoje um bom seriado do Netflix. Se você quer a encarnação atual, seria melhor lá”.
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Marcado por assinar justamente um dos folhetins mais ousados da história da Globo, Lombardi relembrou sua passagem pela Record e respondeu se sofreu com algum tipo de censura na emissora dos bispos para abordar determinados temas em sua novela.
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“Eu não estou lá, não sei como está, mas eu não tive problema nenhum de interferência na Record. Obviamente eu perguntava as coisas: ‘O que pode aqui? O que pode ali?’ Mas nunca tive interferência no sentido pesado. O chefe morria de medo dos casais, ‘tá ficando quente’, ele dizia. Eu falava: ‘mas você quer que eu escreva 160 capítulos, preciso de conflito, mas não se preocupe porque o casal central vai ficar junto, que eu gosto do casal também’ […] Hoje eu ouço que a Igreja (Universal) está mandando nisso e naquilo, mas eu nunca fiz história bíblica, não sei como é esse lado”, declarou. “Comigo foram muito gentis, teve uma hora que eu entendi que não tinha mais lugar lá. Então, o que eu pedi foi para levar os dois projetos que eles não usaram, e eles foram gentis e me cederam, não tenho o que reclamar. Eu tive um ataque de ‘serei fino na derrota’ (risos)”, completou.