Carminha Virou Crente – Por Arthur Vivaqua

Não assisti Avenida Brasil.

Ao menos não pela TV.

Não era preciso, no entanto, estar diante da telinha para saber do que se tratava.

Avenida não foi apenas uma Novela, mas um Abaixo-Assinado.

Tribos como flamenguistas e vascaínos, petistas e tucanos, sbtistas e recordistas tornaram-se um só grupo:

Os Congelados.

O Ibope apontou 41 Pontos de Média Geral, mas meu Twitter e Facebook dizem o contrário.

Avenida paralisou, no mínimo, 80% da população.

Eu, ET assumido, assisti somente ao último capítulo.

E gostei. Aliás, adorei.

Pelo que lia, sabia que Carminha era um monstro, mas vi que até as maiores feras possuem facetas belas.

E como foi bom ver a Vingança terminar em Redenção!

Nada de morte, hospício, veneno ou resort.

Carminha “apenas” pediu desculpas.

E o melhor: foi perdoada.

O abraço entre mocinha-vilã e vilã-mocinha foi um alerta:

“Um mau início não impede um bom final.”

Avenida deixou de ser Entretenimento e tornou-se Ensinamento.

Talvez haja uma Carminha ao seu lado.

Alguém que não merece ser perdoado, não deve ser perdoado, não pode ser perdoado, mas…

Não é mais fácil abraçar?

O Ódio vicia, o Amor liberta.

E o selo desta Libertação é o abraço.

Os mal humorados (ou não-perdoados) de plantão dirão que seria impossível um mulher tão má se arrepender.

#CarminhaVirouCrente, brincaram os twitteiros.

Sim, ela virou.

Não “crente” no sentido pejorativo ou “crente” referindo-se aos evangélicos.

Carminha virou “crente” em seu sentido pleno: Tornou-se alguém que crê.

Crê que é possível reconstruir o próprio Eu.

Crê que o Perdão não é para quem merece, mas para quem pede.

Crê que erros não podem ser apagados, mas reescritos.

Carminha virou crente ao passar a acreditar naquele que, apesar de famoso, há muito saiu de moda:

O Amor. Eminentemente humano, mas essencialmente divino.

Op’s: Divino.

Os personagens que lá moraram me mostraram algo:

Somos imperfeitos, mas quando abraçamos os defeitos alheios experimentamos uma pontinha da Perfeição.

Twitter: @ArthurVivaqua

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