Marca gigante de cerveja, amada por muitos, enfrenta um cenário crítico após contrair uma dívida bilionária
Ainda no primeiro semestre de 2023, uma famosa marca de cerveja, que certamente você ama, acabou entrando com um pedido de recuperação judicial pela a 5ª Vara Empresarial Justiça do Rio de Janeiro, após uma dívida milionária, e hoje respira por aparelhos.
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Estamos falando do Grupo Petrópolis, fundado no ano de 1998, cujas marcas de cerveja já fazem parte da mesa e dos bares brasileiros.
Vale lembrar que o Grupo Petrópolis é dos maiores ramo de bebidas no país. Até o início do ano de 2020, ela era dona de 15,3% do mercado nacional de cervejas; essa fatia reduziu para 10,6% em agosto do ano passado, segundo dados da consultoria Nielsen incluídos na petição.
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Ao todo, são 14 marcas que fazem parte do portfólio, entre elas as cervejas:
- Itaipava
- Crystal
- Petra
- Lokal
- Black Princess
- Brassaria Ampolis
- Weltenburger Kloster
- Cabaré (do cantor Leonardo)
Além das cervejas, o grupo também comercializa a vodka Nordka e Blue Spirit Ice; os energéticos TNT e Magneto; o refrigerante It!; e a água mineral Petra.
Ao todo, o Grupo gera 24 mil empregos diretos e cerca de 100 mil indiretos.
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A sua criação se deu após a compra de uma pequena planta industrial em Itaipava pelo empresário Walter Faria, que já tinha atuado na cervejaria Schincariol alguns anos antes.
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Hoje, o grupo tem fábricas em:
- Rondonópolis (MT)
- Alagoinhas (BA)
- Itapissuma (PE)
- Uberaba (MG)
- Bragança Paulista (SP).
Razão da derrocada
Uma marca dessa importância chega a chocar quando passa por situações de crise, não é mesmo. Porém, de acordo com informações expostas pelo portal Diário do Comércio, essa situação se desencadeou após o grupo contrair uma dívida milionária no valor de R$ 4,2 bilhões.
Porém, esse valor subiu. Conforme publicado pelo G1, a dívida acumulada que estava na casa de 4,2 bilhões de reais, sendo que 48% desse montante era financeira e os 52% restante com os fornecedores, cresceu em mais de R$1 bilhão e passou a ficar em R$5,6 bilhões.
O Grupo apresentou um pedido de tutela de urgência para impedir a cobrança de uma parcela de R$ 105 milhões de uma operação financeira que venceria, uma semana depois do pedido da sua recuperação.
Na petição, a companhia informou que, caso não fosse quitada essa parcela, toda a dívida da empresa poderia ter o vencimento antecipado.
Além disso, a justiça determinou a liberação de recursos da empresa junto aos bancos Santander, Daycoval, BMG e Sofisa e ao Fundo Siena, que somavam R$ 383 milhões. Com a tutela, os bancos não poderiam reter o dinheiro presente nas contas da Cervejaria.
Os advogados que representam o Grupo Petrópolis argumentaram que essa medida era necessária para evitar um iminente estrangulamento do fluxo de caixa e que, sem ela, poderia haver pronta liquidação dos recursos travados na conta vinculada e tentativa de apropriação dos recebíveis do Grupo Petrópolis.
Dois fatores cruciais justificaram a situação conturbada:
1- Vendas em queda
Na petição apresentada na 5ª Vara Empresarial, a companhia afirmou que enfrenta uma redução de receitas há 18 meses.
No ano de 2022, a empresa comercializou 24,1 milhões de hectolitros (um hectolitro corresponde a 100 litros) de bebidas, 23% a menos do que em 2020.
Essa queda de vendas provocou uma redução expressiva de 17% na receita.
Além disso, a companhia alega que o aumento dos juros básicos da economia gerou um impacto no fluxo de caixa do grupo de aproximadamente R$ 395 milhões.
2-Alto custo
Pra piorar ainda mais a situação ainda houve um aumento de custos do setor, que não foram repassados ao consumidor até o início deste mês.
De acordo com o grupo, no dia 1º de março de 2023, com o reajuste de preços, houve retração de vendas, na medida em que seus consumidores tradicionais, nesse primeiro momento, indispostos a pagar preços reajustados, acabaram migrando para outras marcas.
A combinação desses fatores, exógenos e alheios ao controle das requerentes, gerou essa crise de liquidez sem precedentes no Grupo Petrópolis, que acabou comprometendo seu fluxo de caixa a ponto de obrigá-lo a buscar a proteção legal.
Entendendo o plano de recuperação:
Diante dessa situação, o Grupo Petrópolis chegou a emitir comunicado oficial por meio do seu site, no dia 17 de maio aonde reafirmou o compromisso com a sociedade e funcionários, em um trecho do texto deu a seguinte declaração:
“A Empresa tem ciência da relevância de suas atividades para os seus empregados e para os negócios de seus fornecedores em todas as regiões em que atua e está empenhada em trabalhar para que tudo seja resolvido o mais breve possível.
Para isso, contamos com o apoio de todos nossos credores para que o Plano proposto pela companhia seja aprovado”
A justiça ainda determinou a liberação de recursos da empresa junto aos bancos Santander, Daycoval, BMG e Sofisa e ao Fundo Siena, que somavam R$ 383 milhões.
Com a tutela, os bancos não poderiam reter o dinheiro presente nas contas da Cervejaria.
Quais são as últimas notícias envolvendo o Grupo Petrópolis?
Em fevereiro de 2024, o Grupo Petrópolis voltou a ficar em foco quando as ações de marketing da Itaipava no Carnaval, que fechou um contrato com a cantora Ivete Sangalo por mais dois anos, despertaram indignação em credores da companhia.
De acordo com o portal Folha de S.Paulo, essa indignação coletiva estourou após eles concederem descontos de 70%, para receber o que lhes é devido até 2035.
Segundo advogados, que não quiseram abrir quem são os credores, os mesmos cogitam tomar medidas judiciais contra a companhia.
Porém, em resposta, o Grupo Petrópolis, dono da Itaipava, esclarece que o plano está sendo implantado conforme o previsto e atingiu, em 2023, os resultados esperados.
Em janeiro de 2024, já foram pagos 20% dos credores. O plano previa a retomada dos investimentos em marketing como uma condição essencial para gerar o aumento de faturamento:
“O verão e o Carnaval são os dois períodos mais importantes para o setor, e o Grupo buscou ações de patrocínio e marketing específicas para esse período, o que inclui a parceria com a cantora Ivete Sangalo, que deve impulsionar as vendas nacionalmente” -Disse o grupo em nota.