Hoje, com a grande expansão da TV paga e criação de inúmeros programas de debate esportivo, uma atração do gênero, que fez história na televisão brasileira, vai ao ar de maneira bem mais discreta: o Mesa Redonda, da TV Gazeta.
Nos anos 1990, o programa, que tinha comando de Milton Neves, hoje na Band, era sucesso na Gazeta, chegando a superar a Globo na audiência nas noites de domingo. Essa vitória histórica do programa é relembrada pelo seu integrante mais polêmico, Chico Lang, em entrevista ao site UOL Esporte.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
“A gente passou a Globo por 20 minutos, da meia-noite até a meia noite e meia. A Globo exibia o Festival Charles Chaplin. Naquela época, o domingo (à noite) era muito desvalorizado. Acabou o Fantástico, todo mundo ia dormir. Ou via o Mesa Redonda. Festival Charles Chaplin ninguém via”, declarou o comentarista, corintiano assumido, e que fazia uma dupla dinâmica no programa com Roberto Avallone, que sempre demonstrou grande empatia pelo Palmeiras. “Sem falsa modéstia: nos próximos 20 ou 30 anos não vai aparecer uma dupla de apresentadores como eu e o Avallone. Mas tudo acaba. Olha o Bonner e a Fátima. Até eles, que eram casados, se separaram”, afirmou.
+ Gazeta estuda manter Regina Volpato no Mulheres e programa terá várias novidades
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O Mesa Redonda chegou a virar notícia no Caderno Ilustrado, da Folha de S. Paulo, e ganhou status de programa cult. “A gente não fez pensando na história. Ninguém faz uma coisa achando que está fazendo história. Isso é bobagem! Você não tem consciência do que está fazendo. Vai ter com o passar dos anos”, declarou o jornalista ao falar sobre o legado da atração.
CHORO DE CLÉBER MACHADO
LEIA TAMBÉM!
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Cléber Machado é um dos principais nomes do quadro de narradores da Globo, ganhando prioridade nas transmissões de jogos para o estado de São Paulo. O profissional, no entanto, estreou na televisão na Gazeta, e o seu apego à emissora paulista era tão grande que ele chegou a chorar quando se transferiu para a Globo, em 1988. Pelo menos é o que revela Chico Lang.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
“Ele chorava que nem criança. Não queria sair de jeito nenhum para a Globo. Era por causa do ambiente que havia aqui. A Gazeta sempre teve isso de bom: o ambiente muito amistoso”, disse o comentarista, lembrando também que já convidou o narrador para participar do Mesa do Redonda após sua ida para a emissora carioca. “Ele falou assim: ‘eu tô louco para ir, mas a Globo não deixa. Barram por causa da imagem’. Ele é cabeça de ponta lá na Globo. Mas você vê: o cara gosta da Gazeta até hoje”.
MAMMA BRUSCHETTA?
No ar no SBT, Mamma Bruschetta também é cria da Gazeta, sendo uma das figuras mais marcantes da história da emissora. A personagem é vivida pelo ator Luís Henrique Benincasa, que já assumiu a figura como sua própria identidade artística. No entanto, existe uma espécie de lenda, que se espalhou entre os telespectadores, que a Mamma, na realidade, é interpretada por Chico Lang.
É claro que tudo não passa de uma lenda, e que esses rumores surgiram graças a uma brincadeira de jovens profissionais da Gazeta em um 1º de abril. “Não houve texto escrito, não houve nada. Foi tão natural que o povo acredita”, afirmou o comentarista.