Christiane Torloni, da Globo e a mãe, Monah Delacy, falaram sobre o atual momento brasileiro no programa de Pedro Bial de ontem(13). A atriz, que foi divulgar seu filme “Amazônia – O Despertar da Florestania”, contou também detalhes também de como foi superar a perda de seu filho de apenas 12 anos.
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A tragédia na vida da atriz global aconteceu em 1991, mas o drama assolou a vida dela por muito tempo. “Eu fui criada de uma maneira para não temer grandes emoções e o luto faz parte da nossa vida, não temos que ter vergonha. A dor de certa forma humilha as pessoas, a gente se sente exposto. Eu precisei me recolher”.
A atriz saiu do Brasil para se reestabelecer emocionalmente. “As pessoas ao redor queriam que eu ficasse bem, alegre, eu me vi em um show. Dois meses depois [pensei]: ‘Meu Deus, eu vou morrer aqui dentro’. Houve uma decomposição interna. Se acontecer alguma coisa, nunca mais vou poder entrar em cena. Você se desfaz emocionalmente, pira”.
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Foram três anos em Portugal com o filho, Leonardo Carvalho. “Foi importante o resguardo, ficar mais juntinhos. Voltei aos palcos porque percebi que era o único caminho de volta. A arte realmente cura, mas precisa abrir espaço para ela”.
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Falando sobre seu novo filme, Christiane Torloni conta também para Pedro Bial que teve dificuldades em conseguir imagens e não vê com bons olhos a maneira como o patrimônio nacional é administrado.
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“Meu filme ficou quase um ano e meio em banho-maria. Você precisa de imagens de boa qualidade e autorizações, não é uma terra de ninguém. Travei talvez a batalha mais difícil do filme ao abrir mão de algumas imagens porque não podia mais esperar. A Cinemateca Brasileira passou por um desmonte. O que aconteceu com o Museu Histórico?”, questiona.
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“A gente está vivendo um país em que, de uma forma muito silenciosa e sinistra, nossas fundações estão sendo minadas. Cada um que morre, vai morrer uma catedral de conhecimento? Não pode, por isso temos nossos arquivos”, defende. Aos 89 anos, Monah Delacy não é otimista com o momento atual. “É assustador. As nossas bases, aquilo que a gente construiu com tanto sacrifício, sendo corroídas. E não vejo por parte da sociedade raiva, revolta, vontade de ir para as ruas sacudir, pegar esses corruptos. [Eles] Tinham que ter um castigo violento, como fazem conosco. Sorrateiramente cortam daqui, dali e as pessoas não reagem, se acomodam”, reclamou, sendo aplaudida pela plateia.
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Christiane enxerga uma frustração que não vem de hoje. “Principalmente depois das Diretas-Já havia um sonho de uma grande revolução na educação, na cidadania. Todos de alguma maneira fomos traídos, pois isso não aconteceu e estamos colhendo os frutos da não-educação agora, de uma política pública que não fosse de governo, mas de Estado. Deixar algo para os próximos 40 anos, como alguns países que saíram da ditadura fizeram. Nós não fizemos esse trabalho”, analisa. “Tem um belo que se desfez, está se desfazendo e sendo substituído por outro tipo de estética que pra mim é tão difícil… Não sei se vou aguentar tanta feiúra. Talvez por isso eu lute tanto pela Amazônia, talvez esse chamado tenha sido para me manter viva. Ali eu sinto que tem o belo. A gente anda pela cidade e diz ‘é muita feiúra'”, lamenta.