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Muito se tem falado sobre a briga entre Christina Rocha e a convidada. Ora, o que há de estranho se o programa vem do SBT? A rede de Silvio Santos sempre teve essa queda para o mercado em que o tema são brigas, desavenças, gente chorando, acidentes. Christina simplesmente foi a cara da rede, defendendo-a como a dona de casa faz quando vê um filho sendo subjugado em uma briga. Quem assiste ao programa sabe o que verá e deseja algo assim para passar o tempo. O programa apresentou exatamente aquilo a que se propõe.
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Se o telespectador não quer ver briga de casais, não ligue o televisor no programa do João Kleber, se detesta discussões, risque as tardes do SBT da agenda. A emissora tem como base uma grade preparada para o público que não gosta do verniz global. A opção de assistir é do telespectador. A convidada abusou dos limites, além de maltratar a filha, que se mostrava atenciosa e trabalhadora, jogou no lixo um programa voltado para o barraco. Em vez de olhar para seu problema, enxergava apenas os outros, porém, o programa nunca fugiu de sua verdade enquanto a convidada fazia exatamente isso com sua vida.
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Christina foi autêntica, fugiu do politicamente correto tão próprio de apresentadores que temem perder público. Ela foi verdadeira, exatamente como Sílvio, tirando de dentro de si o exato calor daquele momento. O grande comunicador do Brasil faz exatamente isso aos domingos. Se queremos outro tipo de tema, devemos usar nosso controle – o remoto – e partir para outras linhas; nossa tv tem todas, é só escolher. Ou será que estamos reclamando por que Christina foi nosso espelho ao gritar de forma tão incisiva?
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Deixemos os artistas expressarem exatamente o que sentem, não dá para continuarmos assistindo pessoas cheias de medo, temendo serem tiradas do ar por serem autênticas. Christina se enfureceu como tantos vizinhos nossos, como nós, ela representou parte do Brasil e não pode ser crucificada por isso.
Foi um grito contra o comportamento pasteurizado. Foi um gesto ferindo mortalmente a tv toda “cheia de dedos”.
O SBT sempre mirou o bambu no politicamente correto.
Se quisermos ver algo melhor estruturado é só assistirmos Abujamra, que com seu “Provocações” mostra a verdade dita de forma comedida e profunda. Outra opção é assistir Heródoto com o ótimo jornal das 21 horas na Record News. Apenas considere que esses dois programas, tão importantes e respeitosos, sofrem para obter meros 1 ou 2 pontos de audiência.
A televisão não pode ter subtrações; ela precisa disponibilizar várias opções, sendo a escolha jogada nos braços de diversas variáveis; uma delas é o nível intelectual do telespectador. Os programas com temática simples estão vencendo a disputa com longa margem. Estamos errados quando consideramos a televisão nosso Virgílio. Ela é Dante.