CINEMA: “O Palhaço” – Por Arthur Vivaqua

22/09/2012 às 1h24

Por: TV em Foco
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Shakespeare um dia escreveu: “Ser ou não ser? Eis a questão.”

Muitos anos depois, um palhaço reformulou a pergunta: “Rir ou chorar? Há diferença?”

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Esta é a dúvida que permeia O Palhaço, história de um homem chamado Benjamim, de alma chamada Pangaré.

Aliás, as desventuras do palhaço Pangaré (ou do homem Benjamim, como preferir) nos mostram algo interessante:

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É possível produzir Alegria sem nunca senti-la.

E ninguém melhor do que Selton Mello para nos fazer embarcar na força desse dilema.

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Em cena, Selton é sutil, mas intenso. Ou, com o perdão da redundância, intenso, mas sutil.

Selton não força, conduz.

Não impõe, convence.

Não ensina, dialoga.

E é aí que reside o sucesso de O Palhaço: Nós somos como ele.

No picadeiro, rimos. Antes de dormir, choramos.

Desiludido, Benjamim decide deixar Pangaré para trás, abandonando o circo.

Em pouco tempo, obtém o que a humanidade apelidou de “sucesso”:

Torna-se funcionário, veste um belo uniforme, passa gel no cabelo e até se credencia para comprar a prestação!

Mas os sorrisos não chegam.

E na Estrada da Desilusão, Benjamim e Pangaré se reencontram.

Abraçados, retornam ao circo e descobrem:

Somos quem somos, não importa onde estivermos.

 

***

“Rato come queijo, gato bebe leite e eu… sou palhaço.”

A frase é de Valdemar, pai de Benjamim, que prefere ser conhecido como palhaço Puro Sangue.

Um homem pobre com a maior das riquezas: Ter descoberto o seu lugar.

***

Por fim, um detalhe curioso: O filme é repleto de ventiladores.

Isso mesmo, ventiladores!

Você devia ter um ventilador, Benjamim. – Escuta Pangaré, em uma das primeiras cenas.

E o ventilador deixa de fornecer vento para fornecer sonhos.

Torna-se um símbolo do “mundo fora do circo”.

Símbolo de um palhaço com os pés no chão e a cabeça nas nuvens.

Ao assumir-se como Benjamim (nos tempos de “sucesso”), o ex-palhaço compra seu primeiro ventilador.

Mas as hélices lhe mostram que ali não é o seu lugar.

Talvez este seja o seu caso. Não o dele, o SEU, que está lendo isso.

Você não sonha com ventiladores, mas com liberdade.

Algo diferente. Algo além de uma pilha de louças ou de documentos.

Torço para que você o encontre. E talvez, como Benjamim, você descubra:

A vida “comum” pode ser extraordinária!

 

***

Por fim, um “bônus”: Larissa Manoela, a Maria Joaquina de Carrossel, está no filme.

E ao fim, cabe a ela, a mais nova da trupe, nos dizer (sem precisar abrir a boca):

A Esperança não tem bolsos, só sorrisos.

 

Twitter: @ArthurVivaqua

E-Mail: [email protected]

 

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