Milton Gonçalves, com décadas de carreira, foi um dos homenageados neste domingo no Faustão e ganhou o Troféu Mário Lago, ao lado de colegas como Nicette Bruno, Francisco Cuoco, Aracy Balabanian, Arlete Salles e Ary Fontoura.
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Muito emocionado, ele foi homenageado por alguns colegas e não segurou as lágrimas. “Um caminho foi desbravado por muitos antes, com força de outros ancestrais que não conseguiram ultrapassar as barreiras e limites do racismo. Pensar nesse homem que em 1970 já estava lá brigando pela gente, abrindo caminho… Essa luta continua, mas para mim é mais fácil. Você é um dos grandes, você é nosso grande herói”, disse Fabrício Boliveira, que contracenou com Milton em “A Favorita”, novela de 2008.
A atriz Thereza Amayo também deu um depoimento forte sobre o preconceito da sociedade com o trabalho de Milton em “Pecado Capital” (1975). “Ele pediu à Janete [Clair, autora] que fizesse um personagem que fosse de terno e gravata, que não fosse motorista, faxineiro, copeiro, ela fez. Foi surgindo um clima romântico e respeitoso entre esse psiquiatra [Percival] e a minha personagem. O público não gostou da história, a Vitória abandonar o marido riquíssimo para ficar com um profissional negro”, recorda a atriz.
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“Fiquei em uma situação muito ruim porque eu era a pessoa branca, né? De repente eu fazia parte daquele esquema, daquela sociedade supostamente branca que não permitiu aquela união. Milton, sou sua fã, lamento profundamente não ter sido sua namorada [na novela]. Gostaria muito, naquele momento específico em que a sociedade brasileira precisava mudar e mostrar que a vida não é isso que se pensa que é”, desabafou a veterana.
Mas Milton acredita que houve avanços do início de sua carreira até hoje. “Tenho otimismo, cada vez mais a gente olha, pensa, constrói e vamos melhorar bastante. Nós [negros] somos 54% da população”.
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