Com Ivete Sangalo como trilha, confira a abertura de O Tempo Não Para

31/07/2018 às 21h33

Por: Raquel Souza
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Dom Sabino (Edson Celulari), Marocas (Juliana Paiva) e Agustina (Rosi Campos) no Albatroz (Foto: Globo/João Miguel Júnior)
Dom Sabino (Edson Celulari), Marocas (Juliana Paiva) e Agustina (Rosi Campos) no Albatroz (Foto: Globo/João Miguel Júnior)

Dom Sabino (Edson Celulari), Marocas (Juliana Paiva) e Agustina (Rosi Campos) no Albatroz
(Foto: Globo/João Miguel Júnior)

A Globo estreou nesta terça-feira, 31 de julho, o primeiro capítulo de O Tempo Não Para.  Logo de cara, Marocas (Juliana Paiva) provocou escândalo ao abandonar o casamento com Bento (Bruno Montaleone). E, após o episódio, uma tragédia aconteceu.

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Entre malas de roupas e baús repletos de pertences, a família Sabino Machado e seus agregados foram ao Rio de Janeiro para embarcar no navio Albatroz. O que ninguém imaginava era que Dom Sabino resolveria reviver a rota percorrida por Charles Darwin, passando pela Patagônia.

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Der repente, um tremendo barulho tomou conta do navio. Foi o momento em que a embarcação se chocou com o iceberg. O desespero tomou conta de todos, que seguiram para o convés e deram as mãos suplicando aos céus por uma salvação.

Diante de uma sequência eletrizante, era necessário um intervalo e com direito a uma abertura pra lá de animada. Foi assim que a novela O Tempo Não Para apresentou a entrada do folhetim para os comercial, com direito a música Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás, de Raul Seixas, cantada por Ivete Sangalo.

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De Mario Teixeira, com direção artística de Leonardo Nogueira, O Tempo Não Para conta com colaboração de Bíbi Da Pieve, Marcos Lazarini e Tarcísio Lara Puiati, pesquisa de texto de Yara Eleodora e direção-geral de Marcelo Travesso e Adriano Melo.

AUTOR REVELA DE ONDE SURGIU A IDEIA DE PARA ESCREVER A NOVELA O TEMPO NÃO PARA

Autor de O Tempo Não Para, nova novela das sete da Globo, Mário Teixeira falou sobre a história, revelou como surgiu a ideia de escrever a trama e contou como os congelados vão reagir ao despertar nos dias atuais.

Em seus últimos trabalhos, Teixeira assinou a autoria das novelas das onze Liberdade, Liberdade (2016) e das sete I Love Paraisópolis (2015), esta ao lado de Alcides Nogueira. Foi coatuor das novelas Os Ossos do Barão (1996), O Cravo e a Rosa (2000) e Ciranda de Pedra (2008), além de ter colaborado com Silvio de Abreu em Passione (2010). Na Globo, escreveu também O Anjo de Hamburgo, produção ainda em desenvolvimento.

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Confira a seguir entrevista com o autor Mário Teixeira.

Como você define a novela?
É uma comédia romântica. Conta uma história de amor inusitada entre duas pessoas de séculos diferentes, cheia de reviravoltas e peripécias. Uma delas veio do final do século XIX; e o outro, dos dias atuais. Isso vai causar inúmeras confusões. No fundo eles são muito parecidos, cada um deles em sua época. Marocas era uma inconformista, era a favor da abolição, era republicana. Hoje em dia, Samuca é dono de uma grande empresa que tem preocupação ambiental. Eles sonham em mudar o mundo, cada qual a seu modo. Por isso vão se completar. É uma novela realista e com humor, que se passa na Freguesia do Ó, em São Paulo. É uma crônica de comportamento.

Como surgiu a ideia de escrever essa história?
Acredito que as referências vão surgindo ao longo da vida. Tem um livro que eu gosto muito chamado “O Dorminhoco”, do H. G. Wells, que depois virou o filme do Woody Allen. Mas eu não pensei necessariamente nesse livro que eu leio desde os 14 anos, seguidamente, para criar a novela. Está no meu inconsciente e aflorou no momento certo.

Como os “congelados” vão reagir diante da sociedade contemporânea?
A  premissa principal é o deslocamento desses personagens no tempo e a necessidade de eles se adaptarem ao século XXI. Eles vieram de um mundo onde não existia penicilina, por exemplo; onde não existia televisão; onde a fotografia estava no início. Eles vão enfrentar um mundo novo onde tudo é diferente. O principal choque, no entanto, não vai ser o das questões tecnológicas. Eles vão ter que reaprender a sentir como uma pessoa moderna, contemporânea. A questão da ética e o inconformismo dos personagens congelados em relação às injustiças de hoje em dia, terão destaque na novela. Eles vão se surpreender bastante com as novas estruturas sociais e a liberdade que, aos poucos, estamos alcançando para cada um ser quem é em pleno século XXI. Mas eles vão aprender a lidar com isso. Damásia, Cesária, Cairu, Menelau e Cecilio vão perceber que são livres e descobrir seus novos lugares. As crianças Nico e Kiki vão para a escola, apesar da resistência inicial de Dom Sabino, já que, embora houvesse exceções, era improvável que meninas de sua classe social fossem para o colégio em 1886. As que estudavam geralmente tinham preceptoras. Marocas vai querer trabalhar e tirar sustento para ajudar a família. Ou seja, eles também vão descobrir pontos positivos dos dias atuais e se adequar a essa realidade.

O século XIX fica apenas no primeiro capítulo, mas os personagens carregam essa época no comportamento, no visual e na forma de se expressar, com um vocabulário de época. Fale um pouco sobre isso?
Sim, boa parte do vocabulário dos “congelados” é de época e eles têm uma gramática que é muito particular. A fala deles é anacrônica, mas está sempre inserida numa situação que é compreensível. Ao mesmo tempo em que eles abraçam as comodidades do progresso, eles conservam valores que são muito sólidos e que vão acabar contaminando outros personagens também, que vão querer ser melhores perto deles. Tudo isso feito com humor. Gosto muito de comédia e acho que rir é a solução para muita coisa.

O que o público pode esperar da história?
É uma história divertida e inusitada, cheia de reviravoltas que tem tudo a ver com os dias atuais. Parte de uma premissa fantástica, que é o congelamento de pessoas por mais de 100 anos, mas é uma trama realista, que vai contar o dia a dia dessas pessoas na cidade grande. A visão dos nossos “congelados” é muitas vezes o que as pessoas pensam hoje em dia. Esse olhar vai lançar luz sobre uma série de coisas, inclusive sobre o óbvio, as coisas que, por conta da correria dos nossos dias, passam despercebidas e que são tão importantes.  

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