O QUE ROLOU?!

Lojas fechadas e fusão frustrada com rival: O adeus de varejista gigante extinta no Brasil após 30 anos

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Varejista gigante sumiu do mapa após ser engolida por rival (Foto Reprodução/Montagem/Lennita/TV Foco/Canva)

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Varejista gigantesca amada por milhares de brasileiros acabou dando adeus após uma série de reviravoltas

O ano de 2016 foi marcado com o adeus de uma poderosa varejista, fortíssima no setor de eletrodomésticos e itens para o lar, após uma fusão um tanto frustrada com rival.

Estamos falando da baiana Insinuante, fundada ainda no inicio da década de 80, na região do Largo do Pelourinho (BA) e que permaneceu no mercado por 30 anos.

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De acordo com o portal TMA, na época, os estoques da varejistas começaram a ser esvaziados e suas atividades encerradas GRADUALMENTE.

O inicio de tudo:

Como mencionamos acima, a Insinuante teve sua história iniciada ainda na década de 80, sob o comando de Antenor Batista.

Foi uma questão de tempo para que os soteropolitanos, principalmente das classes mais baixas, fossem à Insinuante quando precisavam de algum eletrodoméstico. 

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Os preços baixos e a política de negócios com os clientes projetaram a marca rapidamente para outras cidades e estados.

A mesma reinou soberana até 2004, quando enfrentou a concorrência com a paraibana Lojas Maia, adquirida pela Magazine Luiza no ano de 2010.

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Das 22 edições do prêmio Top of Mind, a Insinuante ganhou 18 vezes consecutivas, de 1998 a 2015, no segmento Loja de Eletrônicos e Eletrodomésticos.

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Mas a partir de então, a Ricardo Eletro assumiu o posto …

Fusão frustrada com a Ricardo Eletro

Isso porque a Ricardo Eletro, do mineiro Ricardo Nunes, chegou para fazer frente ao negócio local, iniciando assim uma política agressiva de propaganda e preço. 

A Insinuante apelou para a afetividade do baiano, convocando a memória dos anos passados.

A concorrência foi tão massacrante que em 2010, para a surpresa de muitos, ambas se fundiram através da famosa Máquina de Vendas.

A expectativa dos donos era dobrar o faturamento de R$ 5,2 bilhões e o número de lojas – 528 por 200 cidades, porém essa projeção acabou sendo frustrada e não ocorreu

A queda:

O setor de atuação começou a decair e as dívidas multiplicaram a ponto da Insinuante começar a dar indícios que desapareceria, com os fechamentos em massa de suas principais lojas.

Até as principais lojas, da Estrada do Coco e a Mega Store da Paralela, foram fechadas.

Foi aí que em fevereiro de 2016, a marca baiana sucumbiu e acabou sendo extinta de vez.

O advogado Diego Montenegro explicou à epoca que a decisão de extinguir a marca, depois da fusão, foi uma “decisão extrajudicial e coube apenas aos envolvidos“.

Crise em todo o setor …

Quando a marca da Insinuante foi extinta, o setor eletrodoméstico também passava por uma crise expressiva na Bahia.

Um ano antes do antigo império conquistense ter o nome praticamente eliminado das ruas, o segmento já amargava uma queda de quase 15% (14,5%).

Em 2016, o decréscimo chegou aos 18%, segundo a Superintendência de Estudos Econômicos (SEI).

O que simbolizou uma queda dupla para a economia baiana, associada a fatores como o desemprego e a elevada taxa de juros.

Sem dinheiro circulando, evidentemente, os consumidores deixaram de comprar tantos eletrodomésticos e passaram a priorizar as necessidades mais urgentes.

E o setor que chegava a crescer 40% mensalmente também despencou, sendo o próprio fechamento da Insinuante uma constatação dessa conjuntura baiana.

Isso sem falar no massacre feito pelo e-commerce, que como muitos sabem, passou ser cada vez mais requisitado pelos consumidores, o que também colaborou para o fechamentos de lojas do setor

Uma pesquisa feita no ano de 2017, constatou que a compra de geladeiras e fogões, por exemplo, foi realizada 43% das vezes por meio de sites. 

Vale destacar que a crise sem volta da Insinuante foi ligada a outras perdas da economia baiana, como a Farmácia Sant’Ana, cuja última loja foi encerrada no ano de 2018.

Na época, a Ricardo Eletro também não atravessava seus melhores momentos, fazendo com que a Insinuante se espremesse entre as 24 lojas restantes da gigante mineira, também 2018*

(Para saber mais sobre a situação da Ricardo Eletro, clique aqui*)

Manifestações e observações extras:

Vale destacar que não foram encontradas as manifestações da antiga Insinuante sobre a sua extinção.

Lembrando que o espaço permanece sempre aberto para que a mesma possa expor a sua versão dos fatos.

Outro fato interessante, apurado pelo TV Foco hoje (24), é que apesar de extinta o seu site oficial permanece ativo, porém sem nenhum tipo de interação possível, como podem conferir através desse link.

Isso sem falar que o telefone especificado como sua central é informado pela Telemar como inexistente.

Rastro de dívidas:

Ainda de acordo com o portal, a Máquina de Vendas, fusão do negócio com a Ricardo Eletro, Insinuante e City Lar, iniciou um processo de recuperação extrajudicial para renegociar uma dívida de R$ 3 bilhões, sendo que metade da mesma dívida eram só com fornecedores.

Com isso, o dono da antiga Insinuante, Luiz Carlos Batista, ficou com apenas 12% do capital, enquanto a gestora Starboard, companhia que compra participação em empresas, ficou com apenas 72,5% de todo o lucro posterior.

De acordo com o advogado Diego Montenegro, essa ação iniciada pela Máquina de vendas se tratou de um mecanismo utilizado justamente para as empresas negociarem sem restrições legais os seus débitos:

“Basicamente, a empresa devedora e os credores estabelecem livremente um plano e, se aceito por pelos menos 3/5 do grupo, o acordo pode ser protocolado”.

Anteriormente, seis credores já haviam pedido na Justiça a falência contra a Ricardo Eletro, porém o pedido não foi aceito, o que representou certo alívio para os empregados e os representantes sindicais em Salvador.

Afinal, decretar falência seria o início da espera por mais demissões em massa, além de problemas com pagamentos e direitos trabalhistas, que até aquele momento não eram uma realidade.

O que empacava era o pagamento de mais de mil funcionários da Insinuante e da Ricardo Eletro que alegaram não ter recebido por alimentação, do ano de 2010 a 2013.

No dia 22 de agosto de 2018, a 28ª Vara do Trabalho de Salvador determinou o pagamento revisto e reajustado aos colaboradores e ex-colaboradores. 

Do ano em que a Insinuante foi extinta até 2018, a varejista foi alvo de 331 processos no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), na Bahia.

Segundo cálculo do TRT solicitado pela TMA, a empresa enfrentou 524 ações trabalhistas que iam de pagamento de direitos trabalhistas até pedidos por danos morais.

Em outros estados, como no Maranhão, Pernambuco e no Ceará, onde a Insinuante também operava, foram 55, 96 e 25 ações abertas, respectivamente. 

Com a Insinuante extinta ou não, a Máquina de Vendas precisou se responsabilizar por todas 700 queixas. 

Como está a situação da Ricardo Eletro atualmente?

Segundo o portal da Veja, em abril de 2023, a varejista Ricardo Eletro, passou a se reerguer com um novo nome, a Nossa Eletro.

As duas primeiras unidades da nova bandeira foram inauguradas em 2023 na região de Minas Gerais, após a companhia conseguir reverter sua falência na Justiça.

O objetivo era que até o fim daquele ano fossem inauguradas entre 18 e 20 unidades, chegando à marca de 50 lojas agora em 2024

Hoje, são cerca de cem funcionários e segundo o CEO da empresa, Pedro Bianchi, essa expansão da nova rede será suportada pelo desbloqueio de valores que haviam sido penhorados pela Justiça e por meio da venda de ativos.

Ricardo Eletro agora é Nossa Eletro (Foto: Reprodução/Veja)

O executivo confirmou que a dívida da empresa está calculada atualmente em cerca de 3 bilhões de reais, conforme especificado acima.

Ele também entrou em negociação com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para quitar um passivo de mais de 1,2 bilhão de reais:

“É uma negociação complexa, porque envolve o pagamento de dinheiro e ativos da empresa, mas eu quero quitar esses passivos todos. Não fui eu que fiz essa dívida, mas eu quero resolver isso”

Vale mencionar que Bianchi entrou na operação após a compra da “Máquina de Vendas” pelo fundo de private equity* da Starboard, no ano de  2019.

(*Private equity é uma forma de investimento que envolve a compra de participações em empresas que não estão listadas na B3. Em outras palavras, é um tipo de investimento em empresas que não são negociadas publicamente, ou seja, que não estão disponíveis para investimento no mercado de ações)

Autor(a):

Meu nome é Lennita Lee, tenho 34 anos, nasci e cresci em São Paulo. Viajei Brasil afora e voltei para essa cidade para recomeçar a minha vida.Sou formada em moda pela instituição "Anhembi Morumbi" e sempre gostei de escrever.Minha maior paixão sempre foi dramaturgia e os bastidores das principais emissoras brasileiras. Também sou viciada em grandes produções latino americanas e mundiais. A arte é o que me move ...Atualmente escrevo notícias sobre os últimos acontecimentos do cenário econômico, bem como novidades sobre os principais benefícios e programas sociais.

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