Conversa de Gente Grande – Por Arthur Vivaqua
16/07/2012 às 0h58
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“O adulto é o carcereiro da criança.”
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Tomando-se a frase acima como exemplo é fácil apontar o que tornou Conversa de Gente Grande uma das melhores estreias de 2012:
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Liberdade.
Há muito não víamos crianças sendo o que verdadeiramente são: Crianças (assim, em negrito).
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Nada de “netinhas do vovô”, “dançarinos engraçados” ou “cantores gute-gute”.
Os carcereiros não estavam lá e o Programa foi tão simples que beirou o genial.
Ou haverá outra palavra para definir o brilhante Marcelo Tas entrevistando Andrei, um menininho de 4 anos que morre de medo de filmes de terror.
Marcelo, aliás, é o grande responsável pelo show.
Do alto de sua inteligência, ele nos mostrou que crianças não são burras.
Marcelo (sem duplo sentido) deixou as algemas em casa e libertou-nos dos esterótipos.
E o que falar de seu humor fino e delicadamente apropriado para o horário.
Todos riram, sem palavrões ou ofensas. Tas nos tirou do chão sem precisar descer do salto.
O CGG tem no ser humano sua principal Atração.
Não, porém, no ser humano contaminado por hormônios, corrupção e competitividade.
No CGG, vemos o que fomos e, quiçá, o que deveríamos ter sido até hoje…
***
O Programa apresentou diversos diamantes. Entre os muitos, escolhi este:
Um menininho foi posto numa sala, sem saber que estava sendo gravado.
Sentado num sofá, ele está sozinho. No chão à sua frente há um carrinho.
Repentinamente, o brinquedo (operado por um Produtor escondido) começa a se mover.
Os olhos do menino se iluminam. O carrinho está andando sozinho!
Subitamente, o brinquedo para.
Durante um segundo nada acontece. O menino experimenta bater palmas.
E, para seu deleite, o carrinho recomeça a andar.
E lá ele fica, sorrindo e batendo palmas, pensando dirigir algo sobre o qual não tinha nenhum controle.
Talvez isso tenha soado bobo aos seus ouvidos.
Os meus, porém, receberam uma lição.
Ou você vai negar que vive “batendo palmas” e confiando em sua própria força, tentando domar circunstâncias muito maiores do que você?
O controle da vida não está em nossas mãos. Não sei se há lição maior que esta…
***
Tecnicamente falando, houve falhas.
A entrevista com Pelé foi rápida e superficial.
Diante do rei, as crianças foram algemadas e algumas perguntas soaram lamentavelmente… adultas.
Uma Edição confusa na transição entre os Quadros também deve ser corrigida.
Nada, porém, que apague o brilho da Atração.
Até mesmo o Ibope, de apenas 1.9, tornou-se um detalhe diante do show apresentado.
***
Pequenos professores, grandes lições.
Após ouvir os pequeninos debaterem sobre o que é TPM, eu me peguei pensando:
“Talvez os grandes sejam eles e os pequenos sejamos nós…”
Twitter: @ArthurVivaqua
E-Mail: [email protected]