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Da falência decretada a nº1 da cozinha: Fábrica de doces e biscoitos escapa do fim após se afundar em SP
10/04/2025 às 12h54

Uma história de resiliência e sabor: Fábrica tradicional, após escapar da falência, transformou-se em um dos maiores nomes do mercado de doces e biscoitos
Em um país de dimensões continentais como o Brasil, a indústria alimentícia cumpre um papel vital não apenas na economia, mas também na cultura e no cotidiano da população.
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Em São Paulo, o maior polo industrial da América Latina, concentra-se grande parte dessas fábricas, responsáveis por abastecer o mercado interno, gerar empregos e ditar tendências de consumo.
Entre tantas histórias protagonizadas por essas indústrias, uma em especial é a que mais chama a atenção.
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Não apenas pela longevidade, mas pela impressionante capacidade de superação, após se afundar em uma crise, no interior de São Paulo.
Estamos falando da Cory, a tradicional fabricante de doces e biscoitos, como as icônicas balas Icekiss e os biscoitos da linha Hipopó.
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A mesma se reinventou após enfrentar uma falência devastadora, em uma trajetória marcada por ousadia, crise, renascimento e inovação.
Sendo assim, a partir de informações coletadas do portal G1, publicadas ainda em 2016, trazemos abaixo mais detalhes sobre esse exemplo de resiliência empresarial brasileira.

Fundação: Um início sem forno, mas com coragem
A história da Cory começou em 1968, quando Nelson Nascimento Castro comprou uma padaria em Lins (SP).
O local não tinha sequer um forno. Sendo assim, para começar a vender, ele terceirizava a produção:
“Acontece que a padaria não tinha forno e eu não tinha dinheiro para comprar um” – Contou ele em entrevista ao G1.
Pouco a pouco, o empreendedor investiu em infraestrutura. Usou o forno ocioso para produzir bolos e biscoitos e, em 1971, a padaria virou indústria.
Em 1974, Castro comprou uma fábrica de balas em Ribeirão Preto e, em 1977, unificou as duas unidades no bairro Lagoinha, onde até hoje funciona a sede da Cory.
Uma mania nacional
No início da década de 80, a Cory lançou as balas Icekiss, as quais viraram um verdadeiro fenômeno nacional.
Ela misturava sabor, humor e até mesmo alguns elementos místicos, uma vez que as embalagens vinham com horóscopos, piadas e recados de paquera.
“De repente, a Icekiss agregou um elemento de socialização e se tornou a bala da brincadeira, da paquera, da coleção” – Resumiu ele.
Em 1988, a empresa acertou novamente ao lançar os biscoitos Hipopó, voltados ao público infantil:
“A criança consome o recheio e deixa o restante para a mãe. A gente investiu no que realmente interessava: mais recheio e melhor qualidade.”
E não parou por aí, em 1990, ele lançou os ovos de Páscoa com brinquedos, os quais consolidaram a Cory como uma das maiores fabricantes de doces do país.

A queda: o erro fatal e a falência
Em 1991, embalado pelo sucesso, Nelson Castro comprou uma rede varejista com 16 lojas.
Mas, tal decisão foi precipitada, isso porque:
- A economia desmoronava;
- O presidente Fernando Collor sofria impeachment;
- Os prejuízos se multiplicaram.
A fim de tentar conter as perdas, Castro desviou recursos da Cory para sustentar o varejo, mas não deu certo:
“Falência é uma palavra que traz consequências terríveis. Nós perdemos tudo e mais um pouco: equipe, mercado, gôndolas. Só da Icekiss surgiram sete cópias” – Relembra ele.
Em 2003, a empresa entrou com pedido de concordata, mas um acidente com o agente de recuperação nos EUA atrasou os trâmites.
Em fevereiro de 2004, a Justiça decretou a falência da Cory e 1.30 funcionários foram demitidos do dia para a noite.
Além disso, as fábricas fecharam.
De uma falência à nº1 das cozinhas:
Entretanto, como diz a música, “Ele levantou a poeira e deu a volta por cima”. Isso porque, mesmo sem um tostão no bolso, crédito ou garantias, Nelson não desistiu e, da forma que pôde, seguiu em frente, determinado a virar o jogo:
“Existem poucas pessoas no Brasil mais especialistas em crise do que eu” – Brincou ele.
Com a ajuda de 150 ex-funcionários, reabriu a fábrica. Inclusive, eles voltaram sem saber quanto ganhariam, apenas com o compromisso de levantar a empresa do chão.
“Quem estava na reunião da diretoria de manhã podia estar varrendo o chão à tarde. Era isso ou nada. E ninguém reclamava”.
Fornecedores venderam a prazo, clientes apostaram no retorno e a equipe assumiu a missão como causa própria: “As pessoas não dão a vida por dinheiro, mas por uma causa. E a Cory era delas”.
Em 2006, com a nova lei de falências, a Cory conseguiu a recuperação judicial. Quitou todas as dívidas em dois anos e meio.
A história virou até livro: O Voo do Hipopótamo.
Para Nelson Castro, a crise ensinou mais que o sucesso: “A gente aprende muito mais nos erros. Um eletrocardiograma tem altos e baixos. Linha reta, estável? Você morreu.”
Além de inovar em produtos, a Cory também mudou sua cultura interna:
“Inovação é processo, não só produto. Cada sugestão, cada crítica virou parte do nosso diferencial. Aprendi a valorizar isso”.

Como a Cory se encontra em 2025?
De acordo com os dados da Econodata, a Cory opera atualmente com cerca de 600 a mil funcionários em duas fábricas:
- Ribeirão Preto (SP);
- Arceburgo (MG).
Produz cerca de 100 toneladas de balas por dia e milhares de biscoitos e exporta para quatro continentes.
A empresa detém marcas como Icekiss, Hipopó, Lilith, Chita e Cory, com um mix que vai de balas e chicletes a pães de mel e biscoitos recheados.
Entre os mais populares de 2025 estão os biscoitos Hipopó, o pão de mel coberto Cory e os drops azedinhos Chita.
Vale destacar que muitas cozinhas com foco em confecção de bolos usam os seus produtos como insumos, fazendo com que a marca seja considerada nº 1 em preferência e referência de qualidade.
Inclusive, em janeiro de 2025, a Cory firmou parceria com a Santa Helena, fabricante da Paçoquita, para produzir novos doces mastigáveis.

Também adotou sistemas ERP da TOTVS, digitalizando processos e segurança de dados.
Em 30 de janeiro, marcou presença na ISM Cologne 2025, principal feira de doces do mundo, como símbolo da excelência brasileira.
Conclusão:
A história da Cory é um lembrete de que a crise não precisa ser o fim, e sim um “sacolejo” para conseguir um novo começo.
Com coragem, inovação e confiança nas pessoas, a empresa transformou uma falência em um renascimento.
Atualmente, de volta às cozinhas de todo o Brasil como símbolo de superação, a marca prova que até um hipopótamo pode voar, quando acredita …
Mas, para saber mais informações sobre outra volta triunfal como essa, clique aqui*.
Autor(a):
Lennita Lee
Meu nome é Lennita Lee, tenho 34 anos, nasci e cresci em São Paulo. Viajei Brasil afora e voltei para essa cidade para recomeçar a minha vida.Sou formada em moda pela instituição "Anhembi Morumbi" e sempre gostei de escrever.Minha maior paixão sempre foi dramaturgia e os bastidores das principais emissoras brasileiras. Também sou viciada em grandes produções latino americanas e mundiais. A arte é o que me move ...Atualmente escrevo notícias sobre os últimos acontecimentos do cenário econômico, bem como novidades sobre os principais benefícios e programas sociais.