Danilo Mesquita foi Carlos na nova versão de Éramos Seis produzida pela Globo, ele fala sobre seu personagem, sua partida e relação/rivalidade com o irmão Alfredo
Danilo Mesquita é um ator de 27 anos que estreou na Globo na novela I Love Paraisópolis, mas ganhou destaque mesmo na emissora ao fazer parte do elenco de Rock Story e Segundo Sol. Atualmente na tela ele é Carlos, o filho mais velho de Lola (Gloria Pires), que infelizmente acabará morto após tomar uma atitude heroica em Éramos Seis.
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Será nesta sexta-feira, 07 de Fevereiro, que irá ao a fatídica cena ao ar a morte de Carlos que passará por cirurgia depois de ser baleado. No hospital estarão Alfredo (Nicolas Prattes), Lola, Isabel (Giulia Buscacio) e Clotilde (Simone Spoladore). Será emocionante. E a Globo entrevistou o ator para falar deste trabalho e momento. Confira:
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As cenas da manifestação envolveram uma produção enorme na cidade cenográfica. O cheiro de pólvora, os panfletos na rua, etc… isso, de alguma forma, tocou você e influenciou na emoção do momento?
Danilo Mesquita: “Sim, envolveu muito minha emoção. Eu nunca tinha gravado uma morte, nunca tinha tomado um tiro em cena. Então, isso tudo já tinha me deixado num estado de tensão, de alerta. Quanto às cenas, elas foram muito bem dirigidas e produzidas. Quem estava lá sentia essa emoção, além de ser uma questão histórica do Brasil. A história do Brasil me interessa muito, falar sobre o país me interessa. Meu personagem, por exemplo, é conservador, critica o comunismo e acaba sendo morto pelas mãos do Estado. Aquelas pessoas estavam ali para lutar pelo direito do trabalhador, pelo direito de viver melhor, de trabalhar em condições melhores. Então, durante as gravações, tudo isso bateu na minha cabeça de forma muito emocionante. Eu acho que é importante falar disso na TV brasileira para que os que são contra as pessoas que lutam pelos pobres consigam entender melhor essa luta e enxergar todos os lados. Eu espero que, com as cenas, as pessoas reflitam bastante. Fico feliz de participar disso, um debate que considero fundamental.”
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Como foi gravar as cenas do hospital, quando Carlos conversa com os irmãos, com quem recentemente tinha brigado e se despede de Lola?
Danilo Mesquita: “Essas cenas do hospital foram muito emocionantes também. Como comentei, nunca tinha feito cenas de morte. Eu me emocionei muito pessoalmente, foi um dia difícil, um dia pesado, procurei me concentrar bastante. Fiquei muito emocionado inclusive nas cenas em que eu já tinha morrido e que acontecem os diálogos enquanto eu estou na cama. Tive que me controlar muito para não chorar porque eu não podia me mexer. Eu ainda não vi as cenas, não vi o resultado final, quero ver com todos, quando passar na TV, mas foi bastante emocionante gravar isso. Queria, inclusive, mandar um beijo especial para Giullia Buscacio, Simone Spoladore, Nicolas Prattes e a Gloria Pires que estavam na cena. Espero que as pessoas gostem. É uma experiência que eu vou guardar para sempre.”
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É difícil não se envolver com a história? Como isso acontece para você?
Danilo Mesquita: “É muito difícil não se envolver com a história. A gente acha que não vai se envolver tanto, acha que vai chegar ali, fazer o trabalho, fazer o máximo que der, mas quando chega na hora e você se vê naquela situação vulnerável, você vê sua família na trama, todo mundo chorando… O nosso trabalho é muito encantador por isso, você sabe que é mentira, mas seu corpo não sabe. Você da informação para o seu cérebro de que você está morrendo, de que você está triste. Por mais que você saiba que é mentira, seu corpo não sabe e começa a te levar para uns cantos que você tem que respirar de vez em quando e lembrar que aquilo é faz de conta. É muito difícil não se envolver nesse sentido.”
Pouco antes de sua morte, Alfredo diz a Carlos que ele deve viver mais sua vida, e menos a dos outros. O que você pensa sobre essa reflexão?
Danilo Mesquita: “Uma das coisas mais bonitas da relação deles é neste momento, quando Alfredo diz a ele que é importante viver sua vida, ser feliz. O Carlos realmente nunca conseguiu ser feliz. Essa reflexão que o Alfredo faz o Carlos ter é fundamental para eles. O Alfredo e o Carlos são pessoas completamente diferentes, de mundo diferentes, de formas de pensar diferentes. E eles vão se entender muito pouco nesse processo. Eu acho que o Alfredo é um personagem maravilhoso. Ao mesmo tempo que ele tem um lado irresponsável, que comete alguns equívocos (que ele acredita estar fazendo para ajudar), nunca tem maldade. Ele não é mau-caráter, é um personagem muito interessante, é um personagem muito bom, um cara que se solidariza pela luta do outro, que se solidariza pela luta dos menos favorecidos. É a mesma coisa com o Carlos. Ele tem um lado conservador, mais cricri, mas tem o lado da parceria, tudo que ele fala é realmente por amor, para que as pessoas se escutem, isso é fundamental. Então, se o Alfredo ouvisse um pouquinho o Carlos, no sentido de ter mais tranquilidade, dar mais atenção para certas coisas, poderia ser bom para ele. E se o Carlos ouvisse o Alfredo em milhões de coisas, como viver a vida, viver a vida dele próprio, entender esse lugar da luta política, ele também poderia ser um pouco melhor“, ele finalizou.