Em entrevista a coluna Outro Canal, Aguinaldo Silva falou sobre a conquista da novela “Império” no Emmy Internacional nesta semana. Na conversa, ele comentou sobre o trabalho difícil para mostrar alguma novidade em um gênero já clichê.
“Das novelas que escrevi, [Império] foi a mais bem escrita. Na minha idade, 72, a gente começa a ligar o automático. Ali percebi que não podia fazer isso. Essa premiação mostra algo óbvio, mas não muito bem visto: o novelista tem que se matar, se quiser fazer uma boa novela. Não basta fazer o rotineiro, tem que ir além”, revelou.
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O autor também falou sobre as críticas do politicamente correto. “Não há nada mais venenoso, mais destruidor para o melodrama, que o politicamente correto. No final de “Império”, o protagonista adorado, o comendador (Alexandre Nero), morre. Uma ousadia que se vê em “Breaking Bad”, não em novelas”, disse.
Ele também falou da necessidade de renovar o quadro de autores. “A gente [autores] trabalha muito porque não tem renovação. A primeira coisa que precisa para escrever novela é ter experiência de vida. Tô tentando formar pessoas que ocupem o meu lugar e permitam finalmente que me aposente [risos]. Daqui a pouco eu vou morrer e isso vai se perder. A sabedoria é um bem comum que temos que passar”.
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