David Junior, de Bom Sucesso, faz desabafo chocante sobre racismo: “Vivo o tempo inteiro”

David Junior interpreta o Ramon na novela das 19h da Globo, Bom Sucesso (Foto: Reprodução)

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Intérprete do Ramon em Bom Sucesso, o ator David Junior fez um longo desabafo contra o racismo e o machismo durante entrevista

Um dos atores que foram revelados pela Globo há pouco tempo, David Junior já conseguiu um papel de enorme destaque na emissora carioca. Ele interpreta o Ramon na novela Bom Sucesso e seu personagem está diretamente ligado ao de Paloma (Grazi Massafera), que é disputada por ele com Marcos (Romulo Estrela).

Bastante politizado, o rapaz concedeu entrevista ao site Notícias da TV em que fez um longo desabafo contra problemas sérios enfrentados no nosso país, como o machismo e o racismo que, para ele, “cria pessoas doentes”. “Falar sobre isso é fundamental pra mim como ser humano”, iniciou David Junior.

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O ator prosseguiu: “Quero poder dizer para o país em que a gente vive o quanto a gente cria pessoas doentes. O quanto a gente domestica pessoas. Estou numa época em que estou me desconstruindo, revendo o mundo à minha maneira. Eu luto muito contra o racismo no Brasil, onde a gente vive isso o tempo inteiro”, declara.

Na novela, se Paloma olhasse para a situação financeira de seus pretendentes, ele sairia claramente atrás. Isso porque, sem grandes chances na vida, ele é de classe social menos elevada como seu principal rival. A família de Alberto (Antonio Fagundes), inclusive, costuma o ver com olhar de desprezo por esse fator. Por causa disso, o personagem de David Junior é inseguro e protagonista várias crises de ciúmes.

Paloma pede Ramon em casamento na trama de Bom Sucesso (Foto: Foto: Victor Pollak /Globo)

É semelhante a Nando, seu personagem na série Sessão da Terapia. “Nando representa uma masculinidade tóxica e ao mesmo tempo não entende o racismo que o transformou. Ele é o típico preto domesticado e não sabe disso. Acha que ser o provedor da casa é suficiente, e a partir do momento em que se vê sem ser um opressor, ele brocha”, contou David Junior, que se sente responsável por denunciar o racismo e o machismo.

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“É uma responsabilidade não só minha, mas do público, do ser humano, de se olhar e pensar: ‘O que eu tenho feito pra mudar essa história? Quais caminhos eu tenho criado pra trazer um futuro melhor, pra dialogar? Eu tenho de fato respeitado quem está do meu lado?’. É delicioso poder trazer esses personagens, dar vida a eles num momento tão complexo quanto o que a gente está vivendo”, concluiu David Junior.