A queda do gigante dos trilhos: Empresa ferroviária é arrastada para o buraco ao ter a sua falência decretada e sede demolida após 42 anos de operação
E uma das mais tradicionais empresas ferroviárias, sediada em Minas Gerais, referência nacional em fabricação de carros de passageiros e vagões de carga, para linhas de trens e metrôs, não resistiu aos tempos modernos e acabou sendo arrastada para o buraco em meio à falência e demolição.
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Trata-se da gigante Pidner S.A., a qual foi fundada ainda em 1966 e reconhecida como a número 1 no setor metroferroviário mineiro.
Infelizmente, ela teve sua falência decretada e sua sede demolida, marcando o fim de uma era para milhares de mineiros.
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Assim, o chão de fábrica que já simbolizou progresso virou escombros — e, com ele, desapareceu também um pedaço da história industrial brasileira.
Diante disso, a partir de informações divulgadas pelo portal Wiki e Agência Minas, a equipe especializada em economia do TV Foco traz abaixo os desdobramentos dessa história que saiu dos trilhos após 42 anos de existência.
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Das oficinas de vagões aos trilhos do país
Conforme dito acima, Francisco Pidner fundou a empresa em 1966, com foco na manutenção e reforma de vagões.
Visionário, ele posicionou a Pidner como fornecedora estratégica para grandes operadoras ferroviárias.
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A guinada industrial ocorreu na década de 70, quando a empresa fabricou 500 vagões de carga para a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), atual Vale.
Mas, o BOOM veio em 1977, quando a Pidner venceu a concorrência pública para fornecer 140 carros de passageiros de aço corten à Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), destinados aos subúrbios do Grande Rio.
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O contrato, de Cr$ 380 milhões, consolidou a posição da empresa como referência em material rodante.
As entregas ocorreram entre 1978 e 1981, e os carros ainda circulam em diversas regiões do país sob gestão da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos).
Atuação em metrôs:
Além do Rio de Janeiro, os carros da Pidner seguem em operação no:
- Metrô do Recife;
- Metrô de Fortaleza,
- Sistemas urbanos de João Pessoa;
- Maceió;
- Natal;
- Salvador.
A robustez das composições e a engenharia nacional consolidaram a reputação da marca como símbolo de excelência ferroviária.
Até meados da década de 1980, a Pidner ampliou sua produção e chegou a empregar centenas de trabalhadores, especialmente em sua planta no bairro São Torquato, em Vila Velha (ES), para onde havia se transferido após uma temporada no bairro Bicas, em Santa Luzia (MG).
Crise, burocracia e abandono
Mas, na década de 90, iniciou a sua derrocada. Na época, alguns acontecimentos atingiram a indústria no geral, como:
- Enxugamento das estatais;
- Privatização da malha ferroviária nacional;
- Ausência de políticas de fomento à indústria de base.
Embora não haja nenhuma declaração oficial com as razões da sua derrocada, acredita-se que esses fatores tenham atingido em cheio a capacidade de reinvestimento da Pidner.
A falta de novas encomendas, somada a entraves tributários, dívidas trabalhistas e falta de incentivos, estrangulou financeiramente a companhia.
Em 2005, um golpe final atingiu o coração da empresa:
A Prefeitura de Vila Velha desapropriou sua sede industrial no bairro São Torquato e autorizou a demolição do parque fabril.
No local, ergueram duas escolas públicas e uma demolição autorizada pôs abaixo não apenas galpões e maquinário, mas também décadas de memória ferroviária e de know-how técnico acumulado.
Porém, a sua falência foi decretada somente no ano de 2008, três anos depois da demolição …
O que restou da Pidner?
Após o fechamento, parte dos projetos técnicos e registros da Pidner foi arquivada para consulta pela CBTU, que reconheceu a importância histórica da fabricante.
Conforme dito ao longo do texto, alguns carros ainda em circulação carregam o símbolo da empresa e continuam em uso, em muitos casos reformados, nos trens urbanos de várias capitais brasileiras.
Nos trilhos, o nome Pidner resiste como testemunho de um tempo em que a indústria ferroviária nacional respirava inovação, engenharia local e orgulho mineiro.
Conclusão:
Em suma, a falência da Pidner não representou apenas o fim de uma empresa, mas o colapso de um símbolo industrial brasileiro.
Mas, mesmo desmontada, a Pidner ainda trafega — na memória, nos trilhos e na crítica à ausência de uma política ferroviária de longo prazo no Brasil.
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