Deputada acusa programa de Fátima Bernardes de se aproveitar da morte de vereadora: “Exploração do momento”
16/03/2018 às 22h15
Marielle Franco, uma vereadora do Rio, a 5ª mais votada nas últimas eleições, foi assassinada nesta semana. Ainda não se sabe quem cometeu o crime nem o porquê dele.
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Mas vários programas de TV já se aproveitaram do ocorrido e ‘debateram’ o caso, levando especialistas de todos os tipos e celebridades, além de amigos e conhecidos de Marielle para falarem sobre a fatalidade e a atual situação caótica do Rio de Janeiro.
Na câmara dos deputados do Rio, nesta quinta-feira, a deputada Cidinha Campos criticou a abordagem que o Encontro com Fátima Bernardes deu ao caso, principalmente por misturar a pauta do crime com funk e dança.
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“Eu assisti de manhã um programa na Globo que fazia um debate sobre a morte dela (de Marielle), convidando astros de todas as grandezas pra discutir o assunto, e isso me prendeu (a atenção)”, iniciou ela.
E acrescentou: “Acabou a discussão, a apresentadora chamou o cantor Rael da Rima e dançou um forró, ou um funk. Não havia sentimento, havia oportunismo! Por que se aquilo tivesse batendo fundo, isso não aconteceria!”.
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E lembrou do ex-marido de Fátima Bernardes: “Até o Bonner faz grandes pausas pra mudar de assunto quando é alguma coisa mais grave. Mas é a exploração do sentimento. Isso vai dar, certamente, reflexo nas urnas. É preciso pensar nisso.
E acrescentou: “E eu lembrei de um poema muito importante neste momento, pra que ninguém erre, no sentido de usar essa morte trágica pra fazer política”. Veja a crítica da deputada e o poema declamado por ela no vídeo abaixo:
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OUTRA ‘HOMENAGEM’ NA GLOBO:
Na atração vespertina da Globo, Otaviano Costa, apresentador, leu um texto no encerramento do Vídeo Show desta sexta. “Estamos chegando ao finalzinho de nosso programa e eu queria lembrar. Esse Brasil de brancos, negros, de professores, policiais, jovens, donas de casa, pais filhos. Tanta gente do Rio, tanta gente de São Paulo, tanta gente do Brasil, tanta gente morrendo. Tanta gente perdendo a esperança, uma chacina nacional. Estamos sendo mortos. Mataram também Marielle Franco, uma mulher criada na favela da Maré [zona norte do Rio], aqui no Rio”, afirmou ele.
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Sophia Abrahão, tão emocionada quando o companheiro de apresentação, lembrou da formação em sociologia de Marielle e que ela foi eleita com 46 mil votos. “E é para milhões de Marielles, que lutam por igualdade e justiça, que o ‘Vídeo Show’ presta essa homenagem”, falou a apresentadora.