A cantora Daniela Mercury entrou em novembro com uma ação penal de injúria contra o deputado federal Sargento Isidorio, da Bahia.
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O político havia gravado um vídeo, em julho, depois que a cantora se manifestou publicamente contra o cancelamento de uma peça com uma atriz transexual, que seria exibida no Festival de Garanhuns, em Pernambuco.
O registro, de acordo o comunicado enviado à imprensa na tarde desta segunda-feira, conta “com afirmações falsas e agressões absurdas à artista”.
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Por causa disso, o Ministério Público da Bahia determinou, após pedido do advogado da cantora, que o deputado deve pedir desculpas públicas a Daniela, por meio de vídeo, esclarecendo que ela não ofendeu religiões ou símbolos sagrados.
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Para completar, o deputado deve doar 20% dos cinco primeiros salários que ele receberá como deputado federal a duas entidades filantrópicas definidas pela artista: o Centro Projeto Axé de Defesa e Proteção à Criança e ao Adolescente e o Instituto Nice de Apoio às Mulheres Travestis e Mulheres Transexuais.
DANIELA MERCURY MANDA RECADO PARA MINISTRA DE BOLSONARO
Daniela Mercury e Caetano Veloso surpreenderam ao lançar uma música juntos para o Carnaval deste ano. No entanto, um detalhe em especial chamou a atenção de todos na letra da música: Uma indireta para Jair Bolsonaro e a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves.
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A música Proibido o Carnaval trata-se de uma reação à onda conservadora que domina o país há alguns anos, desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, mas que se tornou ainda mais forte no final do ano passado, com a vitória de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais.
Sempre fazendo forte oposição, tanto Daniela quanto Caetano quiseram atingir pessoas que pensam como Damares, e na letra, está escrito: “Abra a porta desse armário/ Que não tem censura pra me segurar/ Abra a porta desse armário/ Que alegria cura/ Venha me beijar/Tá proibido o Carnaval/ Nesse país tropical”.
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Para a Folha de S. Paulo, Caetano Veloso afirma: “Daniela Mercury é uma figura que foi sempre reinventora do fenômeno que é o Carnaval de rua da Bahia. Ela segue em frente, criando coisas. Eu gosto muito de ‘Rainha Má’, mas essa nova é uma canção que tem uma vitalidade propriamente carnavalesca”.
“Ela tem a alma da marchinha de Carnaval, com o poder satírico, mas, ao mesmo tempo, livre da própria sátira que faz. É Carnaval, mesmo. Evidentemente, é uma reação, uma resposta à tendência censora dos poderes brasileiros hoje. Isso é interessante”, continua.
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“Na história das marchas de Carnaval, o comentário político ou social sempre houve. Nesse caso é muito autenticamente feito do jeito carnavalesco de tratar essas coisas. Achei que é uma grande música de Carnaval, que reafirma a posição histórica de Daniela”, completa o parceiro de Daniela Mercury sobre a atual situação com Bolsonaro.