Relembre o rombo das Americanas que explodiu ainda em 2023 e a situação crítica que a varejista enfrenta até aqui
Em meados de janeiro do ano de 2023, a icônica Americanas comunicava ao mercado um dos maiores rombos da sua história e que caiu como uma verdadeira bomba no setor varejista.
Desde então, 3 terrores começaram a assombrar a gigante …
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Primeiramente foi detectada inconsistências em lançamentos contábeis estimadas em R$ 20 bilhões, com data-base de 30 de setembro de 2022.
De acordo com o portal CNN, essa notícia veio acompanhada do pedido de demissão do diretor-presidente da empresa, Sergio Rial, o que chocou ainda mais o mercado.
No dia seguinte, a consequência veio até mais avassaladora com suas ações despencando quase 80%, com uma perda estimada de US$ 8 bilhões em valor de mercado.
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Desde então, o cenário só piorava … À medida que a própria empresa criava um comitê de apuração interna, os acionistas denunciavam a companhia à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para apurar responsabilidades da empresa de auditoria PwC, encarregada de analisar os balanços da varejista.
Afundada em dívidas
Em meio a isso, a Americanas anunciou que as inconsistências detectadas no balanço deveriam levar a empresa a uma dívida da ordem de R$ 40 bilhões.
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Ao mesmo tempo, a varejista lutava por uma proteção na justiça contra bloqueio de ativos e cobranças de credores, em um primeiro sinal de possível pedido de recuperação judicial, ficando assim na beira de uma falência.
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Já no dia 16 de janeiro de 2023, a empresa Rothschild&Co foi contratada como interlocutora da companhia na renegociação da dívida.
No mesmo dia, a agência de risco S&P Global rebaixou a nota de crédito da empresa de “B” para “D”, o que indicava situação de calote.
No dia 19 daquele mês, a Americanas acabou não escapando de um pedido de recuperação judicial que, futuramente, seria classificado como um dos maiores da história do país.
Segundo o portal UOL, enquanto bancos credores recorriam à justiça para recuperar a dívida da empresa, o trio de acionistas da varejista: Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira afirmavam publicamente que desconheciam de quaisquer manobras e dissimulações contábeis na companhia.
No dia 26 de janeiro de 2023, a Justiça de São Paulo autorizou o pedido de busca e apreensão na Americanas expedido pelo Bradesco, como forma de obtenção de provas de possível fraude na gestão da companhia.
No dia 31, após pedir proteção contra cortes de telefone e luz, a Americanas dava início a demissões em Porto Alegre e no Rio de Janeiro.
Como mencionamos, a Americanas está em crise desde o primeiro semestre de 2023, mais precisamente desde janeiro daquele ano.
Para ter uma vaga ideia, só para conseguir a aprovação de seu plano de recuperação judicial, a Americanas teve que assinar um acordo com 57% dos credores quirografários (instituições financeiras).
Esse percentual foi alcançado após o entendimento com o Banco Safra, uma das instituições financeiras mais reticentes, que assinou o acordo de adesão ao plano.
O que posteriormente juntou ao Bradesco, Itaú, Santander, BTG Pactual, Votorantim e Banco Daycoval.
O que representou um certo alívio para a varejista (de certa forma), é que com essa recuperação aprovada, a execução das dívidas foi suspensa.
O que fez com que a varejista conseguisse ganhar mais tempo para renegociar suas dívidas.
Vale destacar que no período de janeiro até setembro de 2023, a Americanas chegou a fechar cerca de 99 lojas deficitárias.
Em comunicado oficial, empresa afirmou na época a seguinte situação:
“A gente considera superada a fase mais crítica pela qual a Americanas passou, Porém Tem muito trabalho adiante até que a gente volte consistentemente a gerar resultados operacionais”.
Despejo em shoppings e fechamentos de lojas:
Segundo a Folha de S.Paulo, nesse ínterim, a Americanas, chegou a fechar cerca de 95 lojas entre 19 de janeiro de 2023 à 17 de setembro.
Em 8 meses, a empresa encerrou as operações de uma loja a cada 2,5 dias, em média.
Fora isso, em meados de outubro de 2023 um documento apontava que a Americanas possuía cerca de 16 ações de despejo em andamento por falta de pagamento.
Os débitos com locadores fizeram com que a Americanas já fosse despejada de dois shoppings:
- Plaza Sul, na zona sul da capital paulista, administrado pela Allos (fusão da brMalls e do Aliansce Sonae);
- Shopping Vitória sob administração da Nova Cidade Shopping Centers.
Quanto ao número de funcionários demitidos entre 21 de agosto e 17 de setembro, o relatório apontava que somavam a 1.131 (desse total, 639 foram pedidos de demissão).
Segundo declarado pela companhia, a Americanas somava 34.369 funcionários em 17 de setembro de 2023.
Este número, porém, é superior aos 33.948 empregados que a empresa dizia ter em 20 de agosto.
Manifestações da empresa:
Em nota enviada para a Folha de S.Paulo, a Americanas na época afirmou que: “O quadro de funcionários segue a dinâmica sazonal do varejo e que os números de demissões e pedidos de saída em agosto são equivalentes ao mesmo período do ano anterior, até a data”.
A empresa ainda reforçou que anunciou, na época, a abertura de 1.200 vagas temporárias para Black Friday e Natal em um processo de contratação que se iniciou em 18 de setembro:
“A companhia continua focada na manutenção de suas operações e no aumento de sua eficiência e reforça seu comprometimento com a transparência na relação com os sindicatos e o cumprimento integral e tempestivo de suas obrigações trabalhistas, na forma da legislação vigente“- Disse ela na ocasião.
Importância da Americanas:
A Americanas teve sua loja foi inaugurada em 1929 é uma das maiores referências no setor varejista e se consolidou como uma das maiores redes do Brasil, conquistando a confiança dos consumidores.
Qual a última atualização do caso da Americanas?
Agora em 2024, a Americanas ainda permanece em fase de recuperação judicial e luta contra o tempo para escapar do terror da falência.
De acordo com o portal Valor Econômico, a varejista informou no dia 31 de maio que divulgou nos autos da sua recuperação judicial uma nova atualização ao resultado do leilão reverso.
O mesmo continha correções em relação ao recálculo dos valores a serem pagos pelo grupo e do saldo dos créditos das propostas vencedoras.
Com os ajustes, o valor a ser pago pela Americanas ficou em R$ 2,03 bilhões convertido em real.
Com a apresentação do resultado do leilão e o ingresso de novos credores titulares de propostas de desconto de até 73%, a companhia questionou o lançamento em dólar dos créditos titularizados por determinados credores que passaram a ser contemplados pelo leilão reverso.
Os referidos credores, de acordo com a companhia, são fundos geridos por uma mesma gestora, tendo sido lançados em dólar diante da forma de apresentação do crédito ofertado constante no formulário de participação no leilão.
Após a confirmação com a gestora, pela administração judicial do processo, de que os créditos detidos pelos fundos devem ser lançados em moeda nacional, foram feitos os devidos ajustes na relação com o recálculo dos valores a serem pagos.