Empresa tradicional brasileira, no ramo têxtil, acabou não suportando a crise e fechou suas portas
Uma tradicional empresa brasileira, conceituada no mercado têxtil por anos, acabou não resistindo a onda devastadora de uma crise financeira e acabou fechando suas portas.
Estamos falando da famosa Companhia Têxtil Bernardo Mascarenhas, ela que foi fundada em maio de 1888, no estado de Minas Gerais, por Bernardo Mascarenhas, reconhecido como grande empreendedor da época.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A fabrica também teve grande reconhecimento por inovar com o uso de energia elétrica e emprego de mão-de-obra imigrante, o que não era muito usual na época.
A fábrica acabou encerrando suas atividades na década de 80, mais especificamente em janeiro de 1984, deixando como patrimônio sua sede, que acabou sendo usada para pagar as dívidas que tinha com o governo.
História e queda …
Com a morte do fundador, Bernardo Mascarenhas, em outubro de 1899, seu genro Agenor Barbosa acabou assumindo a gerência da empresa. Inclusive, ele foi responsável, anos mais tarde, pela construção de uma ala anexa à direita do prédio original.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Em 1916, após o falecimento da viúva de Bernardo Mascarenhas, Amélia Guimarães Mascarenhas, se iniciou uma nova fase da fábrica. No inicio dos anos 20, os serviços de aumento e a remodelação da fábrica já estavam concluídos.
Foi nessa mesma época que se deu inicio à construção da uma vila para os operários da companhia, denominada Vila Mascarenhas.
LEIA TAMBÉM!
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A fábrica prosperou por anos, vista como líder quando se falava em tecidos. Porém, na década de 80, a queda foi inevitável! Por estar enfrentando uma ferrenha crise financeira, a fábrica acabou usando o seu terreno como pagamento das dívidas que tinha junto ao Governo de Minas Gerais.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O conjunto arquitetônico quase foi demolido, pois a União pretendia construir no terreno uma nova sede para a delegacia da Receita Federal local.
Mas o município fez oposição aos interesses do governo, dando inicio a um debate em 1982 ,em defesa do tombamento do conjunto arquitetônico e propondo a possibilidade de estabelecer no local um centro de cultura.
O governo federal inicialmente foi contrário à ideia mas a Prefeitura de Juiz de Fora, determinada a preservar o conjunto de edifícios, conseguiu que o tombamento municipal vingasse e passasse por cima dos interesses da União, assinando o documento em 19 de janeiro de 1983.
O projeto de transformar o espaço em centro cultural contou com o apoio de diversos artistas, jornalistas e intelectuais da região, que mantiveram na época a campanha “Mascarenhas, meu amor!”.
A fábrica, por sua vez, não suportou às mudanças socio-econômicas do país e encerrou suas atividades em definitivo no dia 14 de janeiro de 1984.
Com a falência total, o prédio que foi assumido pela prefeitura, permaneceu fechado por 3 anos para reformas. Vale dizer que as obras mantiveram as características arquitetônicas originais do edifício.
As mudanças mais significativas foram feitas mesmo em seu interior cujo espaço físico foi adaptado para abrigar um local para exposições e o Mercado Municipal de Juiz de Fora.
Renomeado para Centro Cultural Bernardo Mascarenhas, o edifício foi reinaugurado em 31 de maio de 1987.
Como está o local hoje em dia?
Em setembro do inicio da década de 90, um grave incêndio acabou afetando o reator de uma uma lâmpada fluorescente e destruiu dois andares do setor ocupado pelo mercado, causando prejuízo de mais de 500 milhões de cruzeiros.
O espaço foi reaberto em 1995 de forma improvisada e, após um longo período de abandono e adaptações, no começo dos anos 2000 o conjunto arquitetônico passou por uma repaginação no paisagismo, parte de um projeto de revitalização que envolveu nova reforma do prédio e seus entornos.
Atualmente a parte frontal do conjunto arquitetônico abriga galerias de arte, anfiteatro, videoteca e salas de aula, além de espaço para realização de eventos.
A Biblioteca Municipal Murilo Mendes, originalmente situada à Rua Marechal Deodoro, foi transferida para um dos prédios anexos nos fundos do terreno, vizinho àquele ocupado pelo Mercado Municipal mais um conjunto de lojas de roupas, restaurantes e bares.