A aparente rejeição de parte do público ao excesso de cenas dramáticas de O Outro Lado do Paraíso parece que não preocupa Mauro Mendonça Filho, diretor da trama.
Em entrevista ao UOL, ele comentou o assunto e se posicionou sobre a abordagem que Walcyr Carrasco vem fazendo de temas considerados pesados.
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“A gente está em uma revolução internacional histórica das mulheres não aceitarem mais certas coisas. Estamos seguindo o movimento do mundo, dando sequência a algo que está acontecendo de não aceitação de certas práticas machistas. As pessoas correm risco de vida”, disse Mauro.
Ele ainda revelou que as cenas bonitas, principalmente de paisagens, foram colocadas de propósito na novela, a fim de dar um ‘descanso’ ao telespectador e quebrar um pouco a tensão.
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“A gente tentou equilibrar o máximo possível de beleza visual porque, quando você guarda uma imagem bacana, adoça os olhos um pouco, e com essas metáforas eu de certa forma tiro um pouco a carga emotiva, que é muito negativa. Quando eu fui gravando as cenas de violência, eu olhava para o lado e só via as pessoas com sobrancelha franzida, é muito perturbador”.
Sobre a patrulha de um público mais conservador, e um possível boicote à novela, ele foi direto: “Não tenho nenhum medo”.
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Ele ainda fez comparações com Verdades Secretas, de 2015, que ele também dirigiu: “A gente não estava querendo falar que sexo é um pecado, que é ruim. Queríamos mostrar uma coisa bastante erótica, libertina mesmo, não tenho o menor problema com isso. Mas, ao mesmo tempo, você tem o uso de menores de idade para prostituição, tem uma denúncia”, disse.
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E completou: “Então, acaba mostrando um assunto para todos os públicos. Não tenho grilo de mostrar por medo de rejeição, pelo contrário, eu tento achar a linguagem certa para que aquela temática seja aceita, sem ficar mascarando. Sem falsa modéstia, acho que tenho sido muito bem-sucedido até aqui”.