Diretor de série sobre a Lava Jato, José Padilha detona boicote: “Acho patético”

José Padilha é diretor da série O Mecanismo. (Foto: Divulgação)

Nova série original da Netflix no Brasil, O Mecanismo, inspirada na Operação Lava Jato, vem gerando polêmica ao apresentar uma trama considerada “tendenciosa” e “mentirosa” por parte do público e de grupos políticos, ao retratar algumas passagens do grande esquema de corrupção no país.

Nos últimos dias, figuras políticas e até famosos, como o ator José de Abreu, decidiram boicotar o serviço de streaming por causa da série. “Ela é mentirosa, preconceituosa e mostra o ódio que José Padilha tem do Brasil”, declarou Abreu, que está escalado para Segundo Sol, próxima novela das 21h da Globo.

Diante de toda polêmica, José Padilha, criador e diretor de O Mecanismo, decidiu se pronunciar sobre as críticas e o boicote. Em entrevista ao jornal O Globo, o profissional rebateu as acusações de que a série tenha espalhado “fake news”, como afirmou a ex-presidente Dilma Rousseff. “Não creio que espalhamos noticias falsas. Ou será que a corrupção gigante que PT, PMDB e PSDB operam no país são fake news?”, questionou.

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O diretor ainda ironizou a inciativa de muitas personalidades de decidirem cancelar sua assinatura da Netflix. “Acho patético! Vão perder a quarta temporada de Narcos”, disse.

“Os bandidos entram na sua casa. Estupram a sua esposa, matam os seus filhos e roubam tudo o que você tem. Na saída, surrupiam seu isqueiro… A esquerda viu a série e quer debater a cor do isqueiro. Há um elefante na sala. O PT de Lula se associou ao PMDB de Temer. Juntos, operaram o mecanismo. Desviaram bilhões de dólares dos cofres públicos. Petrobras, Belo Monte, Eletrobrás, BNDES. Parasitaram o cidadão. E a esquerda finge que não viu? Sinto muito. A esquerda enlouqueceu e ficou tão hipócrita quanto a direita. Hoje estão todos de mãos dadas: os formadores de opinião da esquerda, Aécio Neves e Temer, torcendo para que o STF revoque a prisão em segunda instância. Depois o maluco é o Ruffo…”, declarou o diretor, referindo-se ao protagonista Marco Ruffo, um delegado da Polícia Federal vivido por Selton Mello.