Ex-diretor e produtor do Pânico, Marcelo Bolinha revelou detalhes inéditos dos bastidores e o que causou o fim do programa
Em 2017, já amargando baixa audiência, com a saída de nomes de peso, além do alto custo de produção na Band, o Pânico chegou ao fim de forma melancólica, após 14 anos — também somando os nove anos de RedeTV!.
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E três anos após o fim do humorístico, Marcelo Picon, o popular Bolinha, em entrevista ao canal do lutador Demian Maia no YouTube, resolveu revelar alguns detalhes dos bastidores e o que teria provocado o fim da atração, que já foi uma grande referência na televisão brasileira.
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Ex-produtor e diretor de externas do Pânico, mas também conhecido do público pelas suas aparições em frente às câmeras, Bolinha relembrou a época de “vacas magras” do programa, em seu início, na RedeTV!.
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“Quando o programa começou, eu usava o meu carro para fazer [gravações] externas, colocava gasolina do meu bolso, e ninguém estava nem aí. Tinha uma parte [do elenco] do programa que ganhava dinheiro para caramba, e os ‘peões’ embaixo quebravam a cabeça para fazer as coisas”, disse.
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O diretor deixou claro que sempre gostou do humor politicamente incorreto, que era a principal marca do Pânico, mas revela que “houve muita censura” quando a trupe se transferiu para a Band.
INÍCIO DO FIM
Bolinha ressaltou que no início da sua fase na Band (as duas primeiras temporadas), o humorístico ainda conseguia registrar alta audiência, mas entrou em queda a partir do terceiro ano, e que a duração das edições pode ter contribuído para o desgaste.
“Era um programa muito longo [três horas]. Era uma coisa que se discutia muito, e eu falava: ‘diminui para duas horas, uma hora e meia, para dar longevidade’, mas por motivos ‘n’ não aconteceu isso”, revelou.
O diretor também levantou a possibilidade de que o longo tempo de relação entre os integrantes do elenco provocou um desgaste nos bastidores. “Era um casamento de 14 anos, que no final ninguém se aguentava, a real é essa. É muito difícil alguém falar isso, os caras sempre vão ficar pisando em ovos, mas eu falo: ninguém se aguentava mais”, disparou.
“O último ano foi totalmente empurrado com a barriga, foi tipo ‘fod*-se’. No meu último ano também estava com problemas de saúde, então liguei no automático, tinha um diretor novo… Na real, fiz [o programa] com uma put* má vontade”, completou.
Vale lembrar que do elenco original do Pânico, praticamente todos os integrantes tomaram rumos diferentes em projetos e emissoras distintas. A marca segue viva apenas no rádio, através da Jovem Pan, onde surgiu nos anos 90, e ainda com o apresentador Emílio Surita no comando.