O triste fim de companhia aérea brasileira que chocou muitos
Com dívida de R$ 180 milhões de reais, repleto de escândalo, uma companhia aérea brasileira teve falência decretada e chocou a muitos.
Durante a pandemia o mundo todo passou por uma turbulência e tanto as empresas quanto os funcionários tiveram que lidar com vários imprevistos. Alguns conseguiram superar a crise e dar a volta por cima, já em outros casos, a situação foi diferente.
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O fato é que uma falência sempre causa tristeza, seja pelo desemprego de vários trabalhadores ou seja pelo sonho do seu fundador que acabou sendo frustrado no meio do caminho.
Estamos falando da Itapemirim Transportes Aéreos ou simplesmente ITA, que foi uma companhia aérea brasileira, que teve suas atividades encerradas no dia 17 de dezembro de 2021 e seu Certificado de Operador Aéreo suspenso no dia 5 de maio de 2022 conforme divulgado de forma oficial pela própria Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
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Para quem não sabe, essa foi a segunda frustração da Itapemirim no setor aéreo. Em meados dos anos 90, a companhia aérea brasileira realizava voos fretados regionais entre Rio de Janeiro e São Paulo.
A empresa conseguiu junto à ANAC a autorização para subsidiar a América do Sul Táxi Aéreo e tinha até planos audaciosos para manter o seu principal hub no Aeroporto Internacional de Guarulhos.
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Entre 1991 e 2000, a Itapemirim contava com 6 aviões Boeing 727, mas encerrou as suas atividades em 2000, quando todas as suas aeronaves tiveram a licença de voo suspensa, pelo também extinto Departamento de Aviação Civil (DAC).
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Após 17 anos, mais uma tentativa do grupo Itapemirim como companhia aérea brasileira teve início. A empresa tentou realizar a compra da Passaredo que atuava em 9 estados brasileiros, mas devido o não cumprimento de algumas exigências contratuais, a venda foi desfeita.
INÍCIO DE UMA ERA?
Já durante a pandemia, no mês de abril de 2021, o primeiro A320 da frota de prefixo PS-SPJ, realizou alguns voos de testes com o intuito de conseguir a certificação, saindo do aeroporto de Guarulhos e indo para Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre e Rio de Janeiro.
No final do mês de abril veio a boa notícia e a companhia aérea conseguiu o aval da ANAC, tendo o seu Certificado de Operador Aéreo (COA) emitido no dia 30 de abril de 2021.
Sendo assim, poucos meses depois, no primeiro dia de julho de 2021, após conseguir a outorga que autorizava a realizar voos comerciais, a Itapemirim iniciou as suas operações.
Em 31 de maio de 2021, já começou algumas mudanças na grupo com o afastamento do diretor executivo da companhia aérea. No mês de agosto, a Itapemirim chegou a comemorar a marca de mil voos.
Outro marco importante foi o fato da companhia realizar o primeiro voo com tripulação 100% feminina, uma iniciativa associada ao Outubro Rosa, mês de conscientização e prevenção do câncer de mama.
A partir do dia 16 de novembro de 2021 iniciou-se os voos entre o Galeão e Congonhas, um dos aeroportos mais “cobiçados” pelas companhias aéreas brasileiras, devido ao seu alto número de passageiros.
INÍCIO DOS TRANSTORNOS?
Acontece que os problemas se tornaram recorrentes. Além de voos internacionais não regulares, o número de reclamações de passageiros e funcionários chamou atenção. Cancelamentos e remarcações de voos sem aviso prévio provocou transtorno em vários clientes.
Entre os viajantes as reclamações eram ineficazes em seus canais de atendimento. Já entre os funcionários, a empresa se envolveu em um verdadeiro escândalo por atrasar o pagamento de salários, FGTS, plano de saúde suspenso entre outros problemas trabalhistas.
Com uma grande crise financeira no Brasil, o estopim para o fim da companhia área foi sobre uma empresa aberta no Reino Unido por Sidnei Piva de Jesus, o até então proprietário do Grupo Itapemirim no valor de R$ 6 bilhões de reais.
O dono da empresa foi acusado por investidores de ter aplicado um golpe com vendas de criptomoeda, pois não teria devolvido cerca de R$ 400 mil em investimentos.
FIM DOS SERVIÇOS PRESTADOS?
Na época, a própria companhia aérea comunicou para a imprensa e em suas mídias oficiais a suspensão da operação de voos, cancelando tudo temporariamente e sem previsão de retorno.
“O Grupo Itapemirim informa que, por iniciativa própria, suspendeu temporariamente as operações de sua companhia aérea, a ITA, no início da noite desta sexta-feira (17) para uma reestruturação interna. A decisão foi tomada por necessidade de ajustes operacionais. A ANAC já foi informada da decisão. A ITA lamenta os transtornos causados e afirma que irá continuar prestando toda assistência aos passageiros impactados, conforme prevê a resolução 400 da ANAC”, disse em nota ao Portal AEROFLAP.
No mesmo dia, 17 de dezembro de 2021, a ANAC suspendeu o Certificado de Operador Aéreo (COA) da empresa. Já no ano seguinte, no dia 05 de maio, a Agência Nacional de Aviação Civil cassou o Certificado de Operador Aéreo, segundo aponta a Portaria nº 7.940 publicada no Diário Oficial, pois a empresa não atendeu os requisitos operacionais para manter o COA ativo.
Desde maio de 2022, a ITA não conta com aeronaves em serviços. Caso a mesma queira retomar as atividades, deverá recomeçar todo o processo de certificação.