Amigo do principal suspeito do assassinato da família quebra o silêncio depois de 11 anos
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“Lembro que foi o primeiro dia da volta das aulas de julho. Lembro de ele perguntar para várias pessoas que sentavam em volta dele quanto à religião nesse dia. No que as pessoas acreditavam ou o que elas pensavam que acontecia após a morte”. Essa declaração é do homem que era apenas um garoto em 5 de agosto de 2013, dia em que cinco pessoas da família Pesseghini foram encontradas mortas dentro de casa na Brasilândia, região de São Paulo com altos índices de criminalidade. Agora, ele fala pela primeira vez sobre o que presenciou no dia da tragédia, numa entrevista exclusiva à série Doc Investigação, conduzida pela jornalista Thais Furlan, que vai ao ar nesta segunda-feira (04/03), as 22h45.
A testemunha, que se manteve em silêncio durante 11 anos, prefere não revelar a identidade. Era colega de escola de Marcelinho Pesseghini, na época com 13 anos e apontado pela polícia como principal suspeito de ter executado o pai, a mãe, a avó, a tia-avó e se matado logo depois. O rapaz se lembra bem de detalhes do último dia de vida do amigo, que foi às aulas poucas horas antes de se suicidar.
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“Ele parecia mais desanimado do que em outras vezes, Marcelo sempre foi uma pessoa muito animada. Eu tinha visto ele em momentos de frustração, tinha visto ele em momentos de tristeza. Mas nada como naquele dia,” conta o colega de Marcelinho.
O Doc Investigação descreve minuciosamente a cena do crime, com depoimentos de peritos que investigaram o local. A primeira suspeita era de uma vingança do crime organizado contra o sargento da Rota Luis Marcelo Pesseghini e a cabo da PM Andreia Bovo, os pais de Marcelinho.
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“Quando um de nós morre, todos nós sentimos. A PM ia cercar a Zona Norte inteira e aí a gente ia ter 10, 15 chacinas. Nessa hora, eu não pensei, eu gelei. Vai virar um inferno isso aqui,” revela o escrivão da Polícia Civil de São Paulo, Daniel Giovanini.
No entanto, as investigações apontaram que Marcelinho havia morrido bem depois dos parentes. Câmeras de segurança flagraram a ida do garoto à escola no carro dos pais quando a família já havia sido assassinada. E a arma do crime foi encontrada justamente na mão do menino. Logo, a polícia chegou à conclusão de que o filho do casal havia decidido acabar com a vida de todos na casa.
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“Eu não posso descartar nenhuma outra hipótese, mas a que eu acredito é a hipótese que está nos autos,” defende o ex-comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, Benedito Meira.
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O programa ouve parentes dos Pesseghini e a advogada da família, que se recusam até hoje a acreditar que Marcelinho tenha cometido os crimes. A série mostra também a última pessoa que viu o menino com vida: o pai de um colega que deu carona para Marcelinho voltar para casa.
Para o amigo do garoto, fica na memória a última frase dita por ele, ainda na sala de aula. “Ele perguntou se ‘caso ele morresse, se eu sentiria falta dele’. E eu respondi que sim.”
Na RECORD, o terceiro episódio do Doc Investigação vai ao ar nesta segunda-feira (04/03), às 22h45.
Já no PlayPlus, o Doc Investigação chega ao décimo episódio, “A Morte no Hotel”, que mostra o caso do ex-prefeito mineiro suspeito de matar a mulher no Espírito Santo. A equipe da série tem acesso com exclusividade ao depoimento dado por Fúvio Serafim, que dá detalhes sobre a dependência química da droga ketamina pelo casal. Imagens de câmeras de segurança mostram, passo a passo, os últimos momentos de vida da médica Juliana El-Aouar.