Médica referência em contorno corporal e volumização muscular, fundadora de instituto de cursos para médicos voltados ao preenchimento com PMMA e professora da primeira pós-graduação em preenchimentos definitivos aprovada pelo MEC explica diferença entre PMMA e silicone industrial
A trágica morte da jornalista e modelo Lygia Fazio, na noite da última quarta-feira (31), chocou o país, gerando uma onda de preocupação e questionamentos sobre os perigos associados ao uso inadequado de substâncias como silicone industrial e PMMA em procedimentos estéticos.
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Lygia Fazio, conhecida por seu trabalho no jornalismo e no mundo da moda, faleceu inesperadamente de complicações relacionadas a procedimentos estéticos. Segundo relatos iniciais, foi constatado que ela havia feito uso de silicone industrial e polimetilmetacrilato (PMMA).
O silicone industrial e o PMMA são substâncias que têm sido utilizadas muitas vezes indevidamente em procedimentos estéticos por profissionais não capacitados, para aumentar o volume e preencher áreas do corpo. No entanto, há uma grande diferença entre essas substâncias, a primeira delas é que o silicone industrial não é aprovado pelas autoridades de saúde para uso médico devido aos riscos envolvidos, já o PMMA é uma substância 100% biocompatível com o corpo humano e utilizada há mais 80 anos na medicina.
O uso de silicone industrial em procedimentos estéticos pode causar uma série de complicações graves, como inflamações, infecções, reações alérgicas, formação de granulomas, necrose tecidual e até mesmo falência de órgãos. Além disso, é importante ressaltar que a aplicação de qualquer substância em procedimentos estéticos deve ser feita por profissionais qualificados, em um ambiente adequado e com produtos devidamente regulamentados e aprovados pelos órgãos competentes.
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Nesta matéria, médica Luiza Rocha, que tem grande expertise em tratamentos corporais minimamente invasivos, referência em contorno corporal e volumização muscular definitiva com uso de ultrassom, fundadora da Sculpt Academy, instituto de cursos para médicos voltados ao preenchimento com PMMA e professora da primeira pós-graduação em preenchimentos definitivos, aprovada pelo MEC no Brasil, busca esclarecer os fatos relacionados ao caso de Lygia Fazio e conscientizar sobre os riscos envolvidos no uso dessas substâncias não aprovadas para uso médico.
De acordo com a dra. Luiza Rocha, existem alguns equívocos quanto ao PMMA, “ele é utilizado na medicina há mais de 80 anos, e não só na medicina estética, mas em diversas áreas, como oftalmologia, ortopedia, cardiologia e neurologia. Se o PMMA nunca rejeitou no osso ou no cérebro, por que ele iria rejeitar no bumbum?”, explica a médica.
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Dra. Luiza afirma que atualmente existem milhares de artigos científicos comprovando a segurança do produto, e comprovando que ele é o método mais seguro para aumento glúteo, sendo mais seguro do que prótese de silicone glútea e do que lipoenxertia. “O PMMA brasileiro aprovado pela Anvisa é considerado o melhor PMMA do mundo. Existem duas marcas: Linnea Safe e Biossimetric”, conta.
A principal indicação do PMMA está na possibilidade do aumento volumétrico facial e corporal, tanto para uso reparador de má formação ou para a correção de lipodistrofia gerada pela utilização de medicamentos antirretrovirais por pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA).
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“Complicações como rejeição, migração e alergias não acontecem com o PMMA, não existe essa possibilidade. O PMMA induz o nosso corpo a produzir um tecido rico em colágeno, portando sua consistência final é sólida (microesferas + tecido de colágeno), não havendo possibilidade de migração do local em que foi aplicado”, detalha a especialista.
“A migração acontece com substâncias clandestinas que possuem consistência de gel ou óleo, e que são incompatíveis com o corpo, como silicone industrial e hidrogel – o mesmo usado pela modelo Andressa Urach que trouxe uma série de complicações graves. Nossa clínica trabalha com PMMA desde 2015 e nunca tivemos nenhum tipo de complicação dessas citadas, pois elas não existem com o PMMA, nenhum relato existente na literatura”, esclarece a médica sobre a confusão que as pessoas fazem em relação às substâncias.
Em relação ao caso da jornalista Lygia Fazio, a médica também esclarece: “ela já havia feito sim o aumento glúteo com PMMA com médico, e nenhuma complicação ocorreu e ela estava bem, porém ela não ficou satisfeita e queria mais e mais volume. Os médicos negaram fazer mais uma vez o procedimento, pois existe um limite. Foi quando ela procurou profissionais que não são médicos para realizar a aplicação de silicone industrial no bumbum. Ela colocou três litros dessa substância que gerou uma série de complicações, infelizmente resultando em sua morte após 3 semanas internada tentando retirar o óleo de silicone”, ponderou a médica e professora.
“O PMMA é seguro, muito seguro, e só pode ser vendido para médicos treinados. Se não fosse seguro eu não faria em meus pacientes, nem em mim e nem em minha família. Sua segurança é comprovada pela ciência. O problema é a desinformação que é propagada como se PMMA e silicone industrial fossem tudo a mesma coisa, quando na verdade são produtos complemente diferentes”, encerra a médica.