O artista Pedro Cardoso disse em entrevista no portal Uol que o custo elevado de produção na televisão gera medo de investir em novas ideias. Mudar um pouco, completo eu, pode levar à ruína. Fato semelhante ocorreu com o filme “Cleópatra”, dos anos 60. Investimento altíssimo e falta de retorno foram alguns dos elementos que quase quebraram a 20th Century-Fox.
Uma coisa é você colocar alguém no estúdio de rádio e a deixar falar, outra é envolver luz, câmera e ação. Hoje, não basta qualquer iluminação, a imagem tem que saltar aos olhos. Muito diferente das novelas dos anos 70, onde víamos uma Tupi apresentando “Aritana”, na qual a arte se bastava, hoje é preciso hipnotizar o telespectador, mas não com talento, precisa instrumentação, técnica, computadores. Aliás, talento não tem feito muita diferença. E aí a coisa fica muito cara.
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E nesse medo, vemos todas as redes apresentando exatamente a mesma coisa. Ligue a TV durante a tarde e diga qual não está apresentando novela? Durante a noite, em horários parecidos, qual não tem seu jornalístico? Durante a madrugada, se não há invasão de enlatados, certamente você se telestransportou para o Kepler-186f.
Há outro medo, o político. Basta uma rede revelar falcatruas e logo recebe todo tipo de reprimenda, sendo, e Silvio sabe bem disso, obrigado a calar suas melhores vozes.
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Outro elemento que emudece nossa TV é a falta de cultura do povo. Nossos roteiristas podem muito mais do que fazem, mas como perdem público à medida que constroem histórias mais densas, ficam amarrados a temas banais.
Hoje, o receio é tanto que, tirando novela, jornal e entrevista, a TV não existe. Pior, quem teve coragem para fazer diferente amargou dívidas e o dissabor por ter sido esquecido pelo público.
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