“Em Família” se encaminha para o fim, e carrega consigo o título de pior audiência da história do tradicional horário das nove. Sempre que algo é sucesso ou fracasso, os críticos de televisão tentam compreender o motivo para tal aprovação ou rejeição do público. Ao olhar para última novela de Manoel Carlos vemos uma série de elementos que certamente contribuíram para o afastamento do público na frente da televisão.
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Desde criança, quando lemos histórias infantis, como por exemplo “Os Três Porquinhos”, sentimos a necessidade de um vilão, alguém que faça os protagonistas sofrerem, e a todo custo buscar a felicidade novamente. Shirley, na primeira fase parecia ser uma boa vilã, pois quando criança viu Helena se afogar e pouco fez para ajuda-lá, sentia prazer em ver sua rival a beira da morte. A moça cresceu e hoje o máximo que faz é soltar indiretas e causar momentos inconvenientes, a personagem muitas vezes é engraçada e divertida, porém passou longe de ser uma vilã.
A falta de um vilão não permite que a história prossiga de forma interessante. Em todos os capítulos é possível ver diálogos do dia a dia, nada que chame muito atenção. As história não se entrelaçam, não contém mistérios ou segredos, nada que instigue o telespectador. A parte final de cada capítulo não chama atenção para o próximo, não fideliza o público. Não é daquelas novelas que quando se perde um capítulo tem que ler o que aconteceu antes que venha o próximo, para poder ficar pro dentro dos acontecimentos.
Quando se pensa em protagonista, pensamos em alguém que sofrerá muitos nos meses em que a novela estiver no ar, vários acontecimentos fará com que torcemos para a “mocinha”, pois isto não aconteceu. Em meses no ar, a última Helena de Manoel Carlos não conseguiu fazer tal feito, em todo esse tempo de novela, ela se apaixonou pelo primo, só que esse relacionamento terminou em tragédia, os anos passaram e sua filha se relacionou com o amor de sua vida, e ela sofre com isso até hoje. A história de Helena se resume a isso, nada de muito relevante aconteceu em sua história além disso. Se não soubesse que Manoel Carlos sempre nomeasse suas protagonistas de Helena, jamais diria que a personagem de Julia Lemmertz é a principal da trama. Até os irmãos da protagonista possuem histórias mais empolgantes do que as constantes lamentações por um amor não correspondido de Helena, a última e talvez pior já construída pelo veterano Manoel Carlos.
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