Chico Pinheiro se envolveu em polêmica com direção da Record no passado
Antes de ir para a Globo, o jornalista Chico Pinheiro, que este ano deixou a emissora carioca, onde apresentava o Bom Dia Brasil, foi contratado da Record, onde acabou se envolvendo em uma grande polêmica e demitido meses após a sua contratação.
O fato aconteceu no ano de 1995, onde além de apresentador, Chico Pinheiro também era diretor de jornalismo na emissora paulista. De acordo com o TV História, na época, o canal estava em uma fase de renovação total, buscando se firmar no cenário nacional como uma rede que não exibia apenas enlatados ou pregação da Igreja Universal.
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O jornalismo da emissora não costumava abordar assuntos de outras religiões, assim, muitos fatos passavam batidos, a exemplo da visita de João Paulo II à sede das Nações Unidas.
Ao chegar na Record, porém, Chico Pinheiro não se sentiu preocupado com as questões religiosas, mas, meses após a sua contratação, um episódio mancharia a história da Igreja Universal e ameaçaria a permanência de Chico Pinheiro na emissora.
Em 12 de outubro de 1995, durante o programa religioso O Despertar da Fé, apresentado por Sérgio Von Helder, exibiu cenas do pastor chutando a imagem de Nossa Senhora Aparecida, enquanto ele afirmava que “isso aqui não funciona, isso aqui não é santo nenhuma”. O episódio, por sua vez, foi amplamente divulgado e criticado, sendo destaque no Jornal Nacional.
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No jornalismo da Record então, pairava a dúvida de como o fato seria abordado. Em entrevista para o Jornal do Brasil, em outubro de 1995, Chico Pinheiro fez duras declarações, que não foram bem vistas pelos dirigentes do canal.
“Meu compromisso é com a veiculação da notícia. Não estou trabalhando para uma igreja, mas para uma televisão, fazendo jornalismo, o que implica mostrar os fatos”, disparou o jornalista. A pedido da Record, era para ser exibido apenas um pedido de desculpas de Edir Macedo aos católicos, mas, Chico Pinheiro disse achar justo ter uma entrevista com o cardeal Dom Eugênio Sales, algo que não foi aprovado pelos diretores do canal.
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NÃO FICOU INTIMIDADO
O apresentador, por sua vez, não ficou intimidado, e bolou alguns esquemas com os seus colegas, separando uma fita com a entrevista do cardeal e deixou pronta para exibição. Ele então, foi informado por Eduardo Lafond, diretor de programação na época, que estava vetada a exibição do material.
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Porém, Chico Pinheiro ordenou a sua equipe a exibir a matéria. Ele até tinha se preparado caso a fita não fosse colocada no ar, redigindo as principais partes da entrevista para ler ao vivo, ele ainda cogitou falar que havia sido censurado pela alta cúpula da emissora.
No fim, a matéria foi exibida e Chico Pinheiro ficou bastante satisfeito, diferentemente dos diretores da emissora. Dias após, o jornalista recebeu um memorando do presidente do canal, Bispo João Batista, onde segundo o jornal O Estado de São Paulo, afirmada que “Pinheiro teria denegrido a imagem da emissora ‘pela imprensa’, provocando o afastamento de anunciantes”.
“O memorando sugere que eu rompi o contrato por uma suposta infração da ética profissional. Mas não foi o que aconteceu: posso fazer minhas as palavras do apóstolo São Paulo quando diz que combateu o bom combate, mas guardou a sua fé”, declarou Chico pinheiro na época, em entrevista ao Estadão.
Com o episódio, o jornalista acabou sendo demitido pelo canal, e tempos depois, foi contratado pela Globo.