Atualmente, vemos na TV aberta as maiores emissoras se rotulando cada vez mais e garantindo, de uma forma surpreendente seu estereótipo de sensacionalistas. Por isso, os canais pagos, com seus rótulos obrigatórios(notícias/infantil/documentário), estão ganhando cada vez mais espaço, inclusive em lares modestos. Essa situação é verídica principalmente pelo fato de a programação à cabo ser específica e direta o suficiente para prender o telespectador que, lamentavelmente, não procura por emissoras menores que tem muito a oferecer de forma gratuita.
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A informação, saúde e cultura estão ganhando mais espaço em pequenos canais como a rede Gazeta e o Record News, que são grandes em faturamento, mas não merecem muita atenção. A Gazeta, por exemplo, tem uma programação estável o suficiente para transmitir conhecimento e entretenimento, ao menos nos dias úteis. Os programas femininos da grade, como o “Revista da Cidade”, “Você Bonita” e o consagrado “Mulheres” conseguem, durante quase todo o tempo, tratar de assuntos de utilidade pública, trazendo doutores para esclarecer dúvidas e dar dicas pequenas que podem fazer uma enorme diferença, além daqueles proporcionam entretenimento. O “Todo Seu” não fica atrás e tem, além da elegância, a capacidade de transportar o telespectador para dentro do estúdio por conta dos convidados que são sempre do mais alto nível.
Passando para a Record News, vemos uma grade que não mostra apenas reprises da sua emissora mãe, mas mesmo tendo elas em sua programação, em seus horários alternativos, conseguem ser de grande utilidade a quem não tem hora para ficar bem informado. A Record sempre foi conhecida por produzir bom conteúdo jornalístico e com ele teve a oportunidade de ficar em evidência. Quem sai ganhando somos nós. Outro ponto positivo de algumas emissoras pequenas é a transmissão ao vivo na internet, afim de, penso eu, cobrir as regiões sem sinal e ter um público mais abrangente. É o caso da TV Gazeta, Rede TV! -que surpreendentemente está entre as cinco maiores do país- e emissoras públicas como TV Escola, TV Cultura e TV Brasil. Particularmente, facilita muito a vida deste que vos escreve e, certamente, de muitas pessoas que têm, pelo menos, acesso à internet.
Para o final, um parêntesis para um relato com toda a gratidão: Por força da lei, a audiodescrição é obrigatória por pelo menos quatro horas semanais em todas as emissoras, mas muitas não a colocam em horários acessíveis. Para quem precisa dela, como este escritor de “visão diferente” -cego, para os leigos- é um martírio. A Gazeta a colocou justamente em um dos programas mais populares da casa, o “Todo Seu”, e fiquei só na curiosidade, já que não tenho recursos para recebê-la. Sei que o SBT disponibiliza o “Chaves” com audiodescrição, mas o faz em um horário muito obscuro. A Globo, apenas em uma seção de filmes, o que é uma pena, visto que são emissoras grandes e com visibilidade.
A lição que fica é realmente prestar mais atenção em todos os canais, zapear, investigar, parar para ver. Após fazer isso, então o direito de condenar a televisão a seu modo lhe será concedido.
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Texto escrito pelo leitor Maurício da Silva Rodrigues.