Colapso empresarial em Minas Gerais: Falência de empresa gigante em Belo Horizonte deixa 200 trabalhadores desamparados e em lágrimas
Ainda no dia 22 de maio de 2023, um triste desfecho marcou o cenário econômico de Belo Horizonte (MG), com a situação de uma grande empresa, a qual declarou sua falência e, com isso, deixou cerca de 200 funcionários na pior.
Trata-se do Grupo Pneusola, um gigante no ramo de revenda de marcas renomadas do setor automotivo e recuperação de pneus.
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Fundado ainda em 1965, o grupo acumulou uma história de sucesso no mercado, mas acabou sucumbindo a uma série de crises financeiras.

O pedido de autofalência chegou após anos de dificuldades financeiras, com dívidas que ultrapassaram os R$ 128 milhões e um processo de Recuperação Judicial iniciado ainda em 2021, o qual o grupo não conseguiu reverter.
A empresa fez o anúncio com grande pesar, causando devastação e lágrimas aos funcionários.
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Sendo assim, a partir de uma reportagem do Balanço GeralMG, da Record, e do portal Além do Fato, a equipe especializada em economia do TV Foco traz todo o parâmetro da situação abaixo.
Queda de um dos maiores
O Grupo Pneusola foi um dos maiores nomes do setor em Minas Gerais, com 58 anos de história, representando marcas renomadas, como a Pirelli.
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No entanto, uma série de fatores contribuiu para sua queda, incluindo:
- Recessão pós-pandemia;
- Alta carga de juros;
- Retração nas vendas de automóveis;
- Problemas com o fornecimento de produtos por parte de seus parceiros, como a Pirelli.
Em agosto de 2021, o grupo entrou com um pedido de Recuperação Judicial, na tentativa de reverter uma dívida de cerca de R$ 89 milhões, que logo foi para R$ 128 milhões após revisão de créditos.
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O plano de recuperação buscou reestruturar a dívida por meio da venda de ativos da empresa, o que envolvia desde lojas até maquinários e outros bens.
No entanto, a demora na aprovação do plano de recuperação judicial e o agravamento da crise financeira levaram à declaração da falência.
Anúncio com pesar
O grupo informou oficialmente a situação em um comunicado no dia 22 de maio de 2023, anunciando o fechamento definitivo de suas portas:
“É com pesar e tristeza que vimos comunicar que a Pneusola, após 58 anos de operação, está encerrando suas atividades. Com muito esforço e comprometimento de todos os pacientes, conseguiram vencer várias etapas difíceis, mas devido às diversas situações externas, não conseguem segurar até a definição da justiça para aprovar nosso plano de recuperação.
Situação dos funcionários:
Conforme dito acima, essa falência deixou cerca de 200 trabalhadores na pior, sem suas negociações e direitos trabalhistas.
A empresa não pagou nenhuma compensação financeira imediata aos ex-funcionários.
O que os colocou em uma situação de extrema incerteza, enquanto aguardam que o processo judicial da falência resolva suas pendências.
Porém, o que mais afligiu e continua a afligir os ex-funcionários da Pneusola é a falta de pagamento dos salários e direitos trabalhistas.
Em junho de 2023, após o reconhecimento da falência, a justiça nomeou a EXM Partners como administradora da massa falida.
Desde então, os bens da empresa foram arrecadados e estocados, aguardando o processo de venda para que houvesse alguma possibilidade de pagamento aos credores.
Inclusive, a grande esperança dos ex-funcionários recai sobre o pagamento dos subsídios, com a prioridade sendo dada a eles, os quais aguardam uma definição.
Impactos e incertezas
Toda situação se desenha como um reflexo da frustração de milhares de trabalhadores que, em cenários de falência, ficam à mercê de processos judiciais que podem durar anos.
No caso da Pneusola, a expectativa era de que, com a venda dos ativos da empresa, a dívida fosse quitada de maneira proporcional aos credores, com os ex-funcionários tendo prioridade na obtenção.
Porém, esse valor ainda é incerto e, para muitos, insuficiente para cobrir a totalidade das dívidas.
Muitos dos ex-trabalhadores, após meses de incerteza, continuam sem saber se seus direitos serão respeitados ou se serão obrigados a aceitar uma parcela ínfima do que lhes é devido.
Outras razões:
A falência da Pneusola não afetou apenas seus funcionários, mas também fornecedores e parceiros comerciais, gerando um efeito dominó na economia local.
Além das dificuldades enfrentadas pela empresa com a crise de mercado, a retração do setor automotivo e a mudança no controle da Pirelli para a China, em 2015, também impulsionaram suas dificuldades.
Mesmo porque surgiram “restrições” comerciais contra o grupo mineiro.
A Pirelli, que era a principal fornecedora de pneus da Pneusola, passou a restringir sua área de atuação em Minas Gerais, limitando as vendas da Pneusola a Belo Horizonte e arredores e causando o fechamento de várias lojas no interior de Minas Gerais.
O que foi um golpe fatal para a empresa, que viu sua receita despencar.
Em sua petição inicial à 1ª Vara Empresarial, a Pneusola declarou que:
“Surpreendentemente, passaram a restringir a área de atuação da PNEUSOLA, na qualidade de revendedora e representante oficial da marca em Minas Gerais, o que acabou por importar o fechamento de todas as lojas da PNEUSOLA localizadas nas cidades do interior do Estado de Minas Gerais, momento em que a atuação dessa empresa passou a concentrar-se exclusivamente na região metropolitana de Belo Horizonte.”
A venda de ativos:
Conforme dito acima, a EXM Partners foi designada para administrar a massa falida e organizar a venda dos ativos da Pneusola.
As lojas e os bens da empresa, que antes eram avaliados em R$ 19,8 milhões, passaram a ser oferecidos por preços muito abaixo do esperado.
Uma proposta de venda das lojas foi feita por uma rival do setor que propôs R$ 9,7 milhões, com pagamento parcelado em 10 vezes, algo que gerou controvérsias devido à diferença de valor entre o preço oferecido e a avaliação feita pela administradora judicial, que indicou um valor muito menor.
Apesar disso, o processo de falência ainda ocorre, e a venda dos bens da empresa busca aliviar as dívidas.
Ao procurar manifestações extras da empresa sobre o assunto, não foram encontradas. No entanto, o espaço segue em aberto.
Quantas lojas a Pneusola tinha?
As lojas do Grupo Pneusola estavam distribuídas da seguinte forma:
- Belo Horizonte (10);
- Contagem (3);
- Betim;
- Nova Lima;
- Santa Luzia;
- Pedro Leopoldo.
Conclusão:
Em suma, o Grupo Pneusola, uma empresa com 58 anos de história em Minas Gerais, declarou falência em maio de 2023, deixando 200 funcionários desamparados e sem receber salários ou direitos trabalhistas.
A empresa, que enfrentou crises financeiras agravadas pela recessão pós-pandemia e restrições comerciais, acumulou dívidas de R$ 128 milhões.
Por fim, o processo de venda dos ativos está em andamento, mas os ex-funcionários e credores enfrentam incertezas sobre o recebimento dos valores devidos.
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