ACABOU!

Encerramento de atividades e venda a gigante: O fim de fábrica tradicional em SP e choro das donas de casa

13/04/2025 às 8h30

Por: Lennita Lee
Imagem PreCarregada
Uma das fábricas mais tradicionais de SP tem fim sentido por milhares de donas de casa (Foto Reprodução/Montagem/Tv Foco/Canva/GMN/Pinterest)

Fechamento de uma das maiores fábricas de São Paulo abalou milhares de donas de casa e marcou a história da capital paulistana

E o fim de uma das maiores fábricas paulistanas abalou milhares de donas de casa as quais caíram no choro com a notícia da sua despedida e encerramento.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Trata-se do Cotonifício Rodolfo Crespi, cujo fim foi decretado ainda em 1963, marcando assim o fim de uma era na história industrial da cidade de São Paulo.

Mais do que um empreendimento industrial, o Crespi sustentava lares e tecia a própria história do bairro Mooca, bairro que cresceu ao redor dos seus muros.

Diante disso, a partir de informações obtidas pelo portal Wiki, a equipe especializada em fatos históricos da indústria do TV Foco, traz abaixo todo desenrolar dessa história e como o fim da fábrica impactou o setor como um todo.

Cotonifício Rodolfo Crespi
O Cotonifício Rodolfo Crespi fundou-se em 1897 e impulsionou o crescimento do bairro da Mooca. (Foto: Reprodução/Folha da Vila Prudente)

Uma indústria que cresceu junto com a Mooca

  • Fundado ainda em 1897, o Cotonifício nasceu como Regoli, Crespi & Cia., resultado da sociedade entre o italiano Rodolfo Crespi e seu sogro, Pietro Regoli.
  • Em 1904, após a saída de Regoli, a empresa adotou o nome definitivo: Cotonifício Rodolfo Crespi.
  • Sob comando de Crespi, a indústria expandiu seu espaço físico e se tornou uma potência, ocupando todo um quarteirão na Mooca, com 250 mil metros quadrados.
  • A fábrica foi pioneira ao oferecer benefícios aos trabalhadores, como moradia, assistência médica, creche para os filhos de operários e até mesmo um campo de futebol — que anos depois seria o berço do Clube Atlético Juventus.
Em 19 de fevereiro de 1930, o Cotonifício Rodolfo Crespi F.C. passa a se chamar C.A. Juventus
Em 19 de fevereiro de 1930, o Cotonifício Rodolfo Crespi F.C foi o berço do Clube Juventus (Foto Reprodução/Juventus)

O berço de lutas operárias

Inclusive, no dia 8 de junho de 1917, o Cotonifício virou epicentro de uma paralisação que entrou para a história: a Greve Geral de 1917.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

LEIA TAMBÉM:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Neste período, cerca de 400 operários, a maioria mulheres, cruzaram os braços em protesto contra a extensão do turno noturno e os baixos salários.

A resistência foi tão intensa que o movimento se espalhou por outras indústrias da região, desencadeando a primeira greve geral do país.

Sobrevivente de guerras e bombardeios

A fábrica também enfrentou conflitos armados. Em 1924, durante a Revolta Paulista, o Crespi foi atingido por bombardeios e pegou fogo por três dias, obrigando a paralisação de suas atividades.

Mas, apesar dos danos, a empresa resistiu.

Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, a indústria se manteve ativa, produzindo uniformes para soldados paulistas.

Poucos anos depois, durante a Segunda Guerra Mundial, o Cotonifício fabricou fardamentos para os soldados italianos.

A decadência de uma gigante

Após a morte de Rodolfo Crespi, em janeiro de 1939, a empresa seguiu operando por mais 24 anos.

No entanto, a década de 50 marcou o início do declínio: a direção do Cotonifício se recusou a modernizar os equipamentos, enquanto concorrentes avançavam.

As dificuldades financeiras se agravaram até que, em 1963, a empresa pediu concordata e encerrou definitivamente suas atividades.

Qual foi o desfecho do espaço pertencente ao Cotonifício Rodolfo Crespi?

Depois que fecharam o prédio, alugaram o espaço para oficinas e um estacionamento.

Nos anos 2000, o Grupo Pão de Açúcar chegou a alugar o espaço para instalar um hipermercado.

Posteriormente, uma mobilização de moradores e defensores do patrimônio histórico evitou a demolição total do prédio, garantindo a preservação de parte da fachada original.

Moradores evitaram a demolição do prédio aonde sediava o Cotoníficio Rodolfo Crespi (Foto Reprodução/Internet)
Moradores evitaram a demolição do prédio aonde sediava o Cotoníficio Rodolfo Crespi (Foto Reprodução/Internet)

Em 2023, o prédio foi restaurado para receber o Assaí Atacadista, mantendo sua arquitetura histórica e ganhando um mural artístico que homenageia o bairro e assim ficou até hoje.

Atualmente uma unidade do Assaí ocupa a antiga fábrica (Foto Reprodução/Instagram)
Atualmente uma unidade do Assaí ocupa a antiga fábrica (Foto Reprodução/Instagram)

Ao procurar declarações sobre o ocorrido, na época, as mesmas não foram encontradas, no entanto, apesar do tempo, o espaço segue aberto.

Conclusão:

Em suma, o fechamento do Cotonifício Rodolfo Crespi significou o fim de uma engrenagem que alimentava lares e sonhos operários.

Entretanto, apesar das atividades encerradas, o prédio ainda resiste, sediando um dos maiores atacadistas da atualidade, o Assaí.

No entanto, a Mooca jamais apagou a fábrica de sua história nem da memória, a qual ainda carrega apego a esse nome tão significativo.

Mas, para saber mais informações sobre outras falências, clique aqui*.

Thumbnail Video Youtube

Cotonifício Rodolfo Crespi
Destaque
Donas de casa
encerramento
Fábrica tradicional
fim
Mooca
SP

Autor(a):

Meu nome é Lennita Lee, tenho 34 anos, nasci e cresci em São Paulo. Viajei Brasil afora e voltei para essa cidade para recomeçar a minha vida.Sou formada em moda pela instituição "Anhembi Morumbi" e sempre gostei de escrever.Minha maior paixão sempre foi dramaturgia e os bastidores das principais emissoras brasileiras. Também sou viciada em grandes produções latino americanas e mundiais. A arte é o que me move ...Atualmente escrevo notícias sobre os últimos acontecimentos do cenário econômico, bem como novidades sobre os principais benefícios e programas sociais.

Utilizamos cookies como explicado em nossa Política de Privacidade, ao continuar em nosso site você aceita tais condições.