Entrevista com “MAÍRA CHARKEN”

TV Foco: O humor brasileiro está em constante “mutação”. Esse formato de stand-up parece ter vindo para ficar e com ele surgem novas polêmicas, como, por exemplo, as piadas “pesadas”. Para você, Maíra, humor deve ter limites ou vale tudo por uma piada?

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MAÍRA CHARKEN: Digamos que o humor tenha um limite sim. Quem o determina? Qual o estatuto? Prefiro viver numa sociedade onde a piada seja vista como piada, apenas isso. Que o limite seja estabelecido por quem faz a piada apenas e que, da mesma forma que a fez, saiba sofrer com as consequências. Piada vista como pesada é igual figurino da Lady Gaga: tem que ter personalidade e culhão pra saber usar! E, em minha opinião, não existe piada tão pesada assim que não mereça uma risada.

TF: O meio artístico gira, em grande escala, em torno da aparência. Você é uma mulher linda, mas, ainda assim, nunca caiu no estereótipo de “apenas um rostinho bonito”. Esse caminho “mais fácil” nunca te seduziu, Maíra?

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MC: Existe um caminho mais fácil?? Onde? Cadê?

TF:  O stand-up, a princípio, era um nicho de humor dominado pelos homens. Como é ser mulher num meio essencialmente masculino? Há diferença? E, aproveitando o gancho, uma mulher pode contar as mesmas piadas que um homem?

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MC: Ah, qual a graça de fazer as mesmas piadas que eles? Se eles “zoam” a gente, vamos zoá-los também, oras! E acredito que existe sim esse preconceito, principalmente vindo da plateia. É algo involuntário, mas a presença feminina no humor causa aquele estranhamento inicial, principalmente se ela for uma comediante bonita. Mas depois dos primeiros minutos, o público já relaxa e fica no ponto pra curtir o show.

TF: Já sabemos tudo que a Maíra faz. Mas quem ela assiste, lê, admira? Quais são suas referências artísticas?

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MC: Gente amada, nossa… Tantas coisas… Não conheço alguém mais eclética que eu. Leio desde Julio Cortazar a Diário de Bridget Jones, assisto Buster Keaton, Chaplin e Avenida Brasil. Sou fãzaça do Saturday Night Live, Pânico e CQC! Aquele humor dos quadrinhos do Angeli também são geniais. Woody Allen sou sua fã! Cresci vendo Monty Python, lendo Henfil e assistindo Meu Querido Pônei. Não perco Modern Family por nada, não perdia Married With Children e comprei o box de Sex and the City. Enfim, uma mistureba só!

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TF: Você já atuou como atriz, cantora, dançarina, humorista… Ufa! É possível escolher qual destas é a sua principal faceta?

MC: Olha, ainda não descobri isso e to longe de. Mas posso dizer que cada fase, uma faceta.

TF: Sua trajetória até aqui tem sido de crescimento e evolução. Qual das etapas foi a mais difícil até aqui?

MC: Certamente o desemprego! (risos)

TF: O fato de ser (citando você mesma) “palhaça” te atrapalharia a interpretar papéis mais sérios? Como alguém que respira Comédia enxerga o Drama?

MC: Nunca! Comecei minha carreira no drama. Amo atuações dramáticas e amaria voltar a fazê-las. Acho meio pobre um ator que se limita a um gênero apenas. Mesmo que só surjam convites pra um mesmo tipo de personagem, acho que cada ator tem que exercitar todos os seus limites, seja no palco, na TV ou mesmo em sala de aula.

TF: Você parece ser do tipo “agitada por natureza”. Como é seu dia-a-dia fora do trabalho, Maíra?

MC: Frenético! Sou daquelas que dorme tarde e acorda cedo, sabe? Não consigo ficar parada. Não vou à manicure porque não tenho paciência de esperar sem poder folhear uma revista ou tuitar. Difícil até eu conseguir relaxar pra ver um filme sequer. Se não tenho o que fazer, eu invento, simples assim! Dormir é pros fracos! (risos)

TF: Qual é a sua ideia de felicidade? E, ao contrário, o que te faria infeliz?

MC: Que susto! Achei que tivesse lido “idade” (risos). Ah, nem é tão difícil de responder essa. Ser feliz pra mim é ganhar o Oscar, casar com o Jude Law e ter filhos parecidos com os da Fernanda Lima. E a infelicidade seria me ver fazendo o que eu não gosto pro resto da vida. Trabalhando sem paixão.

TF: Profissionalmente falando, quais são seus planos para o futuro?

MC: Ganhar o Oscar, casar com o Jude Law e ter filhos… Brincadeira. Pra 2013 (vamos falar de um futuro mais próximo, NE?), pretendo fazer teatro o ano todo e cinema. Amo a televisão, mas to sentindo falta de algo mais perene.

TF: Deixe um recado para todos os seus fãs e admiradores que acompanharam nosso papo.

MC: Queridos, que honra saber que vocês três existem! (risos). Sério, é muito bom saber que alguém que você não conhece acompanha o seu trabalho, se interessa pelo o que você diz, pensa. Muito obrigada por todo carinho e espero nunca decepcioná-los! Amo-tes!

Maíra Charken é… – artista.

Sonho – Ficar tão rica a ponto de enriquecer outras pessoas.

Frustração – Morrer só.

Alegria – Uma casa no campo cheia de cães.

Medo – Morte dos meus pais.

LivroFeliz Ano Velho, de Marcelo Rubens Paiva

Frase – “Não sabendo que era impossível, foi lá e fez!”

Música – As mais tristes.

Na TV, assiste… – Assistia Avenida Brasil!! Oi Oi Oi

Na Internet, acessa… – Por… Portais de sites de relacionamentos! (risos)

Família – É bom, mas dura muito.

Deus – Só Ele sabe das coisas.

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