Na iminência de apresentar ao Congresso Federal reformas imprescindíveis para o equilíbrio fiscal do país, como a da Previdência, o presidente Jair Bolsonaro vê seu governo envolvido em mais uma crise. Novamente, gerada pelo seu próprio núcleo político, e não pela oposição. E uma entrevista dada por ele à Record pode ter desempenhado papel importante em tudo isso.
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Tudo começou por causa da denúncia feita pelo jornal Folha de S.Paulo apontando candidaturas laranjas do PSL nas eleições de 2018. Na época, o atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno, era o presidente do partido. Apoiado em influência do filho Carlos no seu governo, Bolsonaro estaria prestes a exonerar o ministro.
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Na sexta-feira, Bebianno contou à imprensa que havia falado três vezes com o presidente sobre o caso das candidaturas laranja. Pela tarde, Carlos Bolsonaro negou tudo em uma rede social, chamou o político de mentiroso e ainda publicou um áudio do pai se recusando a conversar com o ministro.
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Pela noite, foi ao ar no Jornal da Record uma entrevista com Bolsonaro, que tratou da situação do ministro afirmando que, caso Bebianno estivesse envolvido no caso das candidaturas, ele teria que “voltar às suas origens”, apontando uma exoneração.
Essa entrevista, como foi ao ar no período noturno, causou estranheza em muitas pessoas, e vendeu-se a opinião púbLica de que Bolsonaro teria tratado o caso com falsidade após as mensagens duras publicadas pelo filho na rede social. Porém, aconteceu o oposto.
Segundo informações do jornalista Jozias de Souza, do UOL, a entrevista foi gravada pela manhã, antes da divulgação dos tuítes. Testemunha da conversa de Bolsonaro com o jornalista Eduardo Ribeiro, Carlos apenas ecoou o pai, e com o seu consentimento. E foi o próprio presidente que presenteou o filho com uma munição potente: o áudio.