Ambientada entre as décadas de 1920 e 1940, áreas de figurino e caracterização desenvolveram trabalho minucioso para marcar as três fases da novela Éramos Seis
Para ambientar a trama da próxima novela das seis, Éramos Seis, que acontece em três fases, entre as décadas 1920 e 1940, houve uma intensa pesquisa desenvolvida pelas equipes de figurino, caracterização, produção de arte e cenografia da Globo sobre os costumes e modismos daquele período.
Segundo a figurinista Labibe Simão, as roupas dos anos 1920 são marcadas pelas estampas simétricas e por costuras um pouco mais largas, que não marcam a cintura e não exibem a silhueta, evitando que o corpo das mulheres fique em evidência.
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Já a década de 1930 chega mais ousada, com uma marcação da silhueta e peças mais justas, embora ainda com comprimento longo. Nas estampas, cores mais vivas e mais pigmentação. Através dos tecidos, de fibra, mais sintéticos, é possível reconhecer os sinais da industrialização que precisão ser retratados em Éramos Seis.
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Para tornar mais verossímil a vestimenta de figurantes e personagens, Labibe pesquisou tecidos e estampas da década de 1920 e, junto à sua equipe, produziu mais de 80% das peças integralmente nos Estúdios da Globo.
Além de terem o corte exato escolhido pela figurinista, as peças foram desenhadas com as medidas do elenco, o que ajudou a imprimir um caimento mais natural. Já as peças da década de 1930 foram encontradas em brechós ou no acervo da TV da Globo.
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Na caracterização de Éramos Seis, por ser uma dona de casa sem muita vaidade, Lola (Gloria Pires) não usa maquiagem, a não ser um batom quando tem um compromisso mais longe de casa. Já sua irmã Olga (Maria Eduarda de Carvalho) é o oposto. Além de se maquiar diariamente, tem o corte de cabelo mais badalado da época, o chanel, inspirado na estilista francesa Coco Chanel, um sucesso a partir de 1918.
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Com uma condição financeira melhor, Emília (Susana Vieira) e Justina (Julia Stockler) usam muitas roupas importadas da Europa, onde Adelaide (Joana de Verona) mora. As estampas têm formas assimétricas e mais contraste.
Adelaide, quando chega, na década de 1930, já demonstra no modo de vestir como absorveu os ideais feministas que estavam em ebulição na Europa daquela época. Ela veste calça e blazer, algo absolutamente incomum no Brasil entre as mulheres. Ainda assim, é uma personagem feminina e, mesmo para a época, sexy.
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Já as equipes de produção de arte e cenografia deram ao bonde e à Avenida Angélica o tratamento de personagens especiais. Através deles a passagem de tempo será identificada facilmente. No início da trama, os arredores da Avenida Angélica terão uma inspiração bucólica, com direito a carroça e animais.
Conforme o tempo passa, o bonde — que estará presente desde o início da trama, tem capacidade para 20 pessoas e anda numa velocidade máxima de 20km/h — ganhará cada vez mais prédios ao seu redor, mostrando a verticalização que a cidade sofreu no início da década de 1930.
A cidade ganha ainda letreiros com luzes neon no comércio que não para de crescer, além de mais iluminação e cores. O público verá, ainda, elementos comuns à época, como os limpadores de trilho do bonde e os funcionários do governo responsáveis por acender e apagar os lampiões.
Naquela época, a arquitetura era eclética, com uma mistura de estilos. Na casa de Lola (Gloria Pires), por exemplo, há uma coluna grega misturada com uma influência renascentista, com alguns detalhes barrocos.
Já a casa da tia Emília (Susana Vieira) é inspirada no Palácio de Versalhes, na França. O casarão utilizado nas gravações foi construído em 1922, no bairro Ipiranga, em São Paulo, e chama-se Palácio dos Cedros. É uma das mansões de uma rica família de origem libanesa e foi o primeiro local de gravação da novela.
Elementos que marcam bem o início do século passado também poderão ser vistos na cozinha comandada por Durvalina (Virgínia Rosa), na casa de Lola. Além de muito material em madeira e cobre, haverá também utensílios específicos da época como é o caso do balde de flandres e das panelas e louças de ágata.