O ator deu mais detalhes de sua vida antes da fama durante uma entrevista com o apresentador e humorista Fábio Porchat
Érico Brás, apesar de estar no auge de sua carreira com o ‘Se Joga’, nas tardes da Globo, sofreu muito para conseguir chegar onde está e frequentemente fala sobre as dificuldades de um ator negro no Brasil, já que viveu e vive na pele até hoje.
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Em período de quarentena, inúmeros artistas vêm fazendo lives para passar o tempo, com conteúdos úteis ou não. Uma das celebridades que fazem diariamente uma transmissão ao vivo é Fábio Porchat, famoso apresentador que já teve um programa na Record.
Sempre com convidados, ele fala sobre temas do cotidiano e mais da carreira daquele que está ao seu lado na live, comentando e conhecendo mais sobre cada momento de sua vida. Na noite da última terça-feira (26), Érico Brás foi o grande destaque.
No bate-papo, o apresentador e ator Global falou bastante sobre racismo, lembrando até mesmo de um trágico episódio em que foi acusado injustamente de ter roubado a bolsa de uma mulher, esta que estava como platéia em um de seus espetáculos no teatro.
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ACUSAÇÃO PEGA ATOR DE SURPRESA
No final de uma de suas apresentações quando trabalhava como ator no Bando de Teatro Olodum, em Salvador (BA), ele saiu correndo e foi direto ao ponto de ônibus, esperando a condição para conseguir se descolar e chegar à sua casa em segurança.
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Nesse momento, uma viatura encostou, saíram dois oficiais e uma mulher, que acusou diretamente e de forma agressiva, Érico Brás de ter roubado sua bolsa. Um policial o revistou e lhe encheu de perguntas, foi então que ele revelou trabalhar como ator, dizendo que havia acabado de sair do teatro.
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Surpresa com a revelação, a mulher lhe questionou se era ele quem trabalhava naquela peça que tinha acabado de assistir. “Sim, sou eu, que faço o personagem patrocinado”, respondeu o ator, iniciando uma interpretação para que pudesse comprovar sua fala.
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No tempo em que tentava provar sua inocência, fazendo novamente o personagem do teatro, seu ônibus, que era o último da noite, passou e lhe deixou ali, enquanto os outros que também esperavam no ponto entraram sem problema algum.
Ao fim, Érico Brás foi liberado, mas sem ter opções para ir embora, já que tinha perdido sua condução e não recebeu nenhum apoio dos oficiais: “Se vira meu irmão, você é artista. Se vira”, disse o policial para o apresentador do ‘Se Joga’.
ÉRICO BRÁS RELEMBRA CASO JOÃO PEDRO
Enquanto Fábio Porhcat ria de nervoso da situação, Érico Brás fez uma breve análise sobre todo o caso, classificando como ato de racismo e mostrando como a vida de um negro é fragilmente jogada no lixo, por mínimas coisas colocadas fora de contexto.
O apresentador do ‘Se Joga’ lembrou do menino João Pedro, assassinado dentro de sua própria casa por policiais, após uma ação feita na cidade do Rio de Janeiro, que alvejou sua residência com mais de 70 disparos de armas de fogo:
“A arte me salvou. Por um momento eu me vi como um escravo no Mercado Modelo, pulando, provando que eu estava apto pra ser liberto, liberado. Se eu não fosse um artista eu estava fodido. E me assustou ainda mais a autoridade da mulher sobre o Estado” disse.
“Ela comandava o carro da polícia. São coisas absurdas. É como o João Pedro. Mesmo estando em casa você vai tomar um tiro”, refletiu o apresentador, claramente indignado com a situação, mostrando gatilhos pessoais de seu passado antes da fama.