Erika Januza, a Raquel de O Outro Lado do Paraíso, desabafa sobre racismo: “Sou negra, não vou mudar, me aceite assim”
21/11/2017 às 18h15
A atriz Erika Januza, no ar em O Outro Lado do Paraíso, novela da faixa das 21h da Rede Globo, na pele de Raquel, revelou que assim como sua personagem, também já sofreu com o racismo na vida real.
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“Já senti na pele. Já tive alguns relacionamentos que a família não aceitou. É muito difícil porque você é julgado por uma coisa que está além de você. Eu não vou poder acordar de manhã e mudar isso. Eu sou negra e me aceite assim porque eu não vou deixar de ser e nem gostaria se pudesse”, disse ela em participação no Encontro com Fátima Bernardes dessa terça-feira, 21 de novembro.
“E se você está com uma outra pessoa, a família da outra pessoa é muito importante, vira tudo uma grande família. E se você já tem a informação de que a outra família não te aceita pela cor da sua pele, te faz repensar, mas o amor quando ele é mais forte que tudo, te faz ter forças para levar aquilo adiante. No meu caso, os relacionamentos não terminaram por esse motivo, mas era uma coisa que mexia muito forte comigo”, contou.
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Erika falou ainda sobre as cenas que gravou ao lado de Eliane Giardini, intérprete de Nádia, que demite Raquel por não aceitar seu relacionamento com Bruno (Caio Paduan). “No dia de gravar eu fiquei muito mexida e a Eliane também ficou e a gente se abraçou. Não é fácil de fazer, não. E pensar que realmente é uma coisa que sai de dentro das pessoas. No caso dela foi o amor que a fez [não denunciar o crime de racismo], no caso de outras pessoas pode ser esse medo mesmo de perder o emprego. O medo do que a pessoa vai fazer contra ela. Tem vários fatores que deixam a pessoa amedrontada”.
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Apesar de famosa, a artista revelou que ainda passa por situações pre preconceituosas: “É diferente do Caio que está comigo e ouve; só quem sente na pele, o que às vezes não é nem ouvindo, é sentindo um tratamento diferente, um olhar diferente, todas essas coisas. E ter me tornado atriz, isso não me isenta de viver coisas. Isso já está no brasileiro, infelizmente. E às vezes o social limita um pouco. Sinto muito que a pessoa é negra, mas se ela está numa outra posição social, isso ajuda a ficar mais velado, porque ela é bem sucedida. Tem essas coisas. Agora ela é negra mas ela é faxineira, atendente de balcão, o tratamento é outro, ainda pior”, opinou.
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