O ator Maicon Rodrigues é um dos congelados da novela O Tempo Não Para, exibida atualmente no horário das 19h da Globo. Seu personagem, Cecílio, foi um dos últimos a despertar do congelamento que durou mais de um século e agora viverá o processo de adaptação ao século XXI. Em entrevista ao site Gshow, ele comentou a nova fase na carreira.
“Não posso entrar numa de que o que estou vivendo não é especial, porque a realidade dos meus amigos atores que não estão no mainstream é muito diferente da minha. Não é fácil ser artista hoje. O que estou vivendo tem muito a ver com as pessoas que passaram no meu caminho, que me deram as oportunidades”, contou.
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Um dos escravos de Dom Sabino, o rapaz está encantado em poder fazer essa viagem em dois séculos na trama. “Quando você se vê sendo um personagem de época conflitando com a contemporaneidade é uma loucura. É difícil, mas muito bom. Você tem que pirar mesmo“, afirmou.
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“A preparação foi muito importante para criar o elo com o passado, para eu me colocar nesse lugar de ser um ator negro fazendo um ser escravizado. Essa foi a minha maior arma, no sentido positivo”, prosseguiu ele, que já passou por Malhação e Rock Story.
Maicon aproveitou para falar da realidade dos negros na sociedade. “Nós fomos muito oprimidos sobre as nossas culturas, e somos até hoje. Sou de uma família evangélica e lembro que, quando quis fazer capoeira, ouvi que não era bom, não era de Deus. Eu ouvi isso”, disse.
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“Trabalhamos muito nesse lugar de descoberta, de investigação. Interpretar um escravo está sendo um presente para eu me aproximar do que os negros foram condicionados. É muito latente quando você espelha o passado com o presente e vê que só mudou a chibata, ela hoje é institucional. E isso está em todos os lugares”, completou.