Heineken gastou uma grande fortuna para comprar ações de uma de suas principais concorrentes
O ano era de 2010 quando a cervejaria Heineken divulgou a compra de ações da Fomento Económico Mexicano SAB de CV (Femsa).
Segundo o portal Veja, essa transação custou aos cofres da holandesa o valor de 5,3 bilhões de euros que convertido em dólares dá o equivalente a 7,7 bilhões.
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Com a operação, o grupo holandês passou a ter uma posição de liderança em mercados emergentes da América Latina.
No Brasil, no portfólio das marcas das cervejas da Femsa incluía na época a Kaiser, Bavaria, Xingu, Sol e Summer Draft. O grupo também importava do México a marca Dos Esquis.
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Na época, o comunicado que anunciava a aquisição, foi destacado o acordo com a mexicana aonde se fazia a oportunidade em construir uma certa identidade e valor no Brasil, que na época era o segundo mercado mais lucrativo em cerveja no mundo.
Foi adicionada a compra 100% das operações de cerveja da Femsa no México e 83% do negócio de cerveja da Femsa no Brasil, que a Heineken, até então, não possuía.
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Expectativas
Além da expansão no mercado brasileiro, outra expectativa que a Heineken esperava era aumentar seus valores e volumes de vendas no México e consolidar a sua marca em território americano, nos Estados Unidos, no segmento de bebidas importadas nas comunidades hispânicas naquele país.
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Como resultado da transação, a Femsa manteria uma fatia econômica de 20% na Heineken Group, com 12,5% da Heineken NV e 14,9% da Heineken Holding.
Além disso, a Femsa obteve o direito de apontar dois representantes não executivos para o conselho supervisor da Heineken e um desses representantes será escolhido para o conselho de diretores da Heineken Holding.
A cervejaria holandesa estimava que as sinergias de custo anuais chegariam a 150 milhões de euros e esperava concluir a transação no segundo trimestre daquele ano.
Vae mencionar que, na ocasião, as ações da companhia subiram 4% em Amsterdã. O acordo entre as duas companhias já era esperado depois que a SABMiller desistiu de um leilão dos ativos da Femsa.
A Femsa ainda informou em outubro de 2010 que buscava opções para suas operações com cerveja, que ocupam a segunda posição no México.
Negócio desfeito
Apesar de toda transação e o estouro de cofres da Heineken, segundo o portal InfoMoney, em maio deste ano a Femsa anunciou a venda de parte das ações que detém do o Grupo Heineken.
A transação de 3,3 bilhões de euros, equivalente a mais de R$ 18 bilhões na cotação atual, colocou um montante de 5,9% das cotas do grupo holandês na mesa.
A discussão sobre desfazer o negócio com a Heineken, após mais de 10 anos, começou desde o inicio de 2023 quando o conselho de administração aprovou a venda da participação de 15%.
Na avaliação dos executivos, este não é mais um negócio estratégico dentro dos objetivos da Femsa.
Quais deverão ser os próximos passos sem a Heineken?
Ainda segundo o portal Infomoney, a estratégia é que, nos próximos anos, a marca se concentre em seus dois principais produtos: engarrafamento dos produtos da Coca Cola e a rede de mercado de proximidade Oxxo.
Vale mencionar que a Oxxo já ultrapassa 20 mil lojas na América Latina e planeja chegar a 500 lojas só no Brasil ainda este ano. O foco principal é se firmar como a maior holding de varejo da região.
Ainda segundo a Infomoney, a Heineken afirmou que comprou 333 milhões de euros em ações (cerca de R$ 1,8 bi) e que deve pagar com recursos próprios e linhas de créditos do mercado:
“Espera-se que o impacto na relação dívida líquida/EBITDA da Heineken seja mínimo e aumente o lucro por ação”, destacou a companhia europeia”
Nesta semana, a empresa também comunicou que vai deixar a posição acionária do restaurante Depot, vendendo participação de US$ 1,4 bi. A marca tem 157 unidades espalhadas pelos Estados Unidos.