Para alcançar o almejado espaço na televisão, existe uma série de possibilidades. Talento? Imprescindível. Popularidade? É um gás. Competência? Desejável. Carisma? Não se compra na farmácia, mas é possível forçar a barra – e esse é o ponto em questão. Antiga candidata a vereadora em Manaus, no Amazonas, Fabíola Gadelha passou a ganhar destaque na área do jornalismo. Conhecida por entrevistar e bater de frente com criminosos, a jornalista deu os primeiros passos na função de repórter dentro da TV A Crítica, afiliada da Record na capital amazonense, e passou por enorme ascensão.
Além de gravar reportagens e apresentar programas na retransmissora, a jornalista passou a colaborar com matérias para o Cidade Alerta desde 2013, e logo virou a “menina dos olhos” de Marcelo Rezende. No ano passado, Fabíola Gadelha foi convidada para apresentar o programa policial durante as férias do titular. No retorno de Rezende, a Rabo de Arraia foi oficializada como nova contratada da Record e ganhou de mãos beijadas a versão matutina do Balanço Geral Manhã, em São Paulo, fora as edições especiais do Cidade Alerta. Tudo isso sem lembrar o salário, que foi quadriplicado (de R$ 5 mil para R$ 20 mil, segundo informações que circularam na mídia).
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Confira a despedida de Fabíola na afiliada:
https://www.youtube.com/watch?v=v8TxWK1fJKs
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A primeira edição do Balanço Geral SP, exibida de segunda a sexta, a partir das seis da manhã, teve a sua audiência derrubada após a manauara assumir no início de novembro. Vale lembrar que Fabíola, desde que ganhou status de estrela, sempre recebeu privilégios dentro da emissora. É difícil listar todas as participações em programas, reportagens especiais e outras medidas tomadas para “levantar” a popularidade dela. Para critério de comparação, o antigo apresentador do programa, Rodrigo Pagliani, sequer teve o seu nome divulgado nos programas da casa e ainda sim tirava “leite de pedra” recebendo da programação religiosa, isso na época em que César Filho despontava nas manhãs do SBT.
Talvez um dos erros mais gritantes da Record foi o choque de personalidades. Fabíola Gadelha rompeu com o tom jornalístico padrão que era levado até o momento no BG Manhã, e trouxe um verdadeiro “circo” para frente das câmeras. O resultado afastou o público mais conservador e, consequentemente, diminuiu os índices. Os veículos de imprensa não perdoaram e veio à tona o desastre: todos os programas assumidos por Fabíola tiveram a audiência derrubada. Isso gerou inúmeros problemas e antagonismos dentro da própria emissora.
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Na internet, como de costume, é possível notar grupos distintos. Há quem defenda a protegida de Rezende, mas a maioria cai em cima da apresentadora. Inclusive o comentarista Silvio Luiz, da RedeTV!, causou polêmica e chamou Fabíola de “gorda sem nexo”. Importante: o objetivo deste texto não é, em hipótese alguma, julgar determinado fenótipo ou questões estéticas. Isso não cabe a nós enquanto veículo de comunicação e, inclusive, condenamos qualquer tipo de preconceito. Mais atenção na hora de sair comentando nas redes sociais, leitores!
O problema é que a maioria das críticas está relacionada ao perfil “desbocado” e caricato de Fabíola, algo que diminui a credibilidade dos programas em questão e também afasta o público mais exigente, algo que o próprio instituto de medição comprovou. Sim, é aceitável a espontaneidade na televisão (e temos ótimos exemplos como Notícias da Manhã, Jornal Hoje e Hora 1), mas existe tempo e limite para tudo – e este é excedido aqui.
Como paródia à situação, já dizia a música Mulher Que Não Dá Samba, do icônico Paulo Vanzolini: “Parece que vai tudo em santa paz, na base do mais ou menos. Um pouco mais menos do que mais, tão regular, sem reclamar. Porém não satisfaz”. Fica agora a expectativa de que a emissora “aberta ao novo” corrija erros como esse na programação e possa crescer ainda mais. O seu público agradecerá, Record.
Por Marcos Martins (Siga: @MarcosMartinsTV)