XII!
Falência decretada: Fim de 2 gigantes dos eletrodomésticos, nº1 das donas de casa, devasta Fortaleza, CE
20/03/2025 às 6h50

Declínio de dois gigantes dos eletrodomésticos abala nº1 das donas de casa e afeta mercado da região de Fortaleza – CE
Duas gigantes do setor de eletrodomésticos e itens para o lar em Fortaleza (CE) marcaram época, mas tiveram fins trágicos, deixando milhares de clientes e donas de casa devastadas.
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Estamos falando das Lojas Paraíso e do Grupo Romcy, ambos símbolos do comércio cearense, os quais sucumbiram a dívidas e falências, encerrando suas operações de maneira abrupta e impactante.
Sendo assim, a partir de informações do portal Wiki e do Blog Fortaleza Nobre, a equipe especializada em economia do TV Foco traz abaixo os pontos mais importantes desses dois colapsos.
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Um paraíso para as donas de casa
Começamos a lista com a história da Lojas Paraíso LTDA, uma rede de móveis e eletrodomésticos de grande sucesso, fundada na primeira metade da década de 80 por Paulo Fernandes, o qual iniciou sua carreira como um simples representante comercial.
- Sua primeira loja foi aberta na esquina da Rua Sólon Pinheiro com a Duque de Caxias, no centro de Fortaleza.
- Inicialmente, a empresa vendia apenas colchões, mas logo expandiu para móveis e eletrodomésticos.
- O grande diferencial da rede era o crediário, facilitando a compra para milhares de clientes.
- O crescimento foi acelerado e, em um momento estratégico, Fernandes adquiriu pontos anteriormente ocupados por lojas concorrentes como Romcy e Jumbo Eletro.

Investindo em peso:
Além disso, a Paraíso investia pesado em marketing, chegando a gastar R$ 3,5 milhões em publicidade só no ano de 1997.
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Seu slogan, “Onde a tentação é o preço”, e seu logotipo em forma de maçã, dando alusão à fruta do pecado, se tornaram amplamente conhecidos.
Em 1998, a rede já contava com 55 lojas no Nordeste, distribuídas pelo:
- Ceará;
- Pernambuco;
- Paraíba;
- Rio Grande do Norte.
Isso sem falar que ela empregava cerca de mil funcionários e contava com:
- Um grande centro administrativo;
- Um depósito em Parangaba;
- Uma frota de 40 caminhões;
- Investimentos imobiliários de grande porte, incluindo a compra do antigo Cine Diogo, o qual mais tarde se tornaria um shopping center.
Em crise:
Infelizmente, em fevereiro de 1998, a empresa entrou com um pedido de concordata preventiva, alegando um declínio de 60% nas vendas em janeiro daquele ano, altas taxas de juros e um índice de inadimplência de 10%.

O passivo da empresa, que ultrapassava R$ 67 milhões, foi reduzido para cerca de R$ 29 milhões em menos de um ano.
Contudo, a situação continuava crítica, com a empresa operando apenas 18 lojas e reduzindo seu quadro de funcionários para 400 pessoas.
Quando a Paraíso acabou de vez?
No dia 30 de novembro de 1999, sua falência foi decretada, deixando muitos clientes sem ter onde pagar seus crediários.
O síndico da massa falida, Máximo Fortino, afirmou na época que o problema principal foi a inadimplência elevada, com mais de R$ 42 milhões a receber.
Na época, a falta de acordo com fornecedores, como a Gradiente, dificultou ainda mais a recuperação da empresa.
Grupo Romcy e a inovação
Por fim, temos o Grupo Romcy, cuja trajetória é semelhante ao caso acima.
- Fundado em 1962 pelos irmãos Antônio e José Romcy, o conglomerado surgiu a partir da unificação de pequenos comércios familiares, expandindo-se rapidamente.
- Em 1969, inaugurou sua primeira loja de departamento no centro de Fortaleza e, em 1972, tornou-se pioneiro no uso de tecnologia na região Nordeste ao adotar um sistema computacional em parceria com a IBM.
A inovação consolidou o grupo como um dos maiores varejistas do Ceará.
Na década de 70, o Grupo Romcy diversificou suas operações, criando os Hipermercados Romcy, com unidades que chegavam a 14 mil metros quadrados.
A empresa também passou a atuar nos segmentos automotivo, com a Romcy Car, e de tecnologia, com a Romcy Informática Ltda.

A central de compras em São Paulo permitia melhores negociações com fornecedores, garantindo preços mais competitivos para os consumidores em eletrodomésticos e eletrônicos.
A marca conquistou grande popularidade, sendo comparável ao que redes como Assaí representam atualmente.
Chegada do Plano Collor
Entretanto, a chegada do Plano Collor, nos anos 1990, trouxe instabilidade financeira para o país.
O congelamento de ativos e as mudanças econômicas atingiram fortemente a empresa, que não conseguiu se adaptar à nova realidade.
Em 1991, o grupo entrou com pedido de concordata preventiva. No ano seguinte, ainda tentou se recuperar com a reinauguração de um supermercado em Fortaleza, mas os esforços foram insuficientes.
Quando o Grupo Romcy faliu de vez?
Em 1993, operando com apenas uma loja, o conglomerado teve sua falência decretada.
Os imóveis do grupo foram usados para quitar débitos com bancos, funcionários e fornecedores, encerrando uma trajetória de três décadas no varejo.

A falência do Grupo Romcy gerou desemprego e afetou o poder de compra da população, além de impactar diretamente o mercado varejista do Nordeste.
Mas, mesmo com seu fim, a empresa permanece na memória dos cearenses como um marco da inovação e crescimento no setor.
Qual é a última notícia envolvendo o Romcy?
Em agosto de 2018, surgiu uma rede de atacado com o nome Romcy no bairro José Walter, em Fortaleza.
No entanto, a família Romcy negou qualquer relação com esse empreendimento e entrou na Justiça pelo uso indevido da marca, criada na década de 1960.
O caso mostrou como marcas históricas continuam a exercer influência mesmo após sua extinção, refletindo o impacto duradouro que essas empresas tiveram no comércio cearense.
Considerações finais:
As Lojas Paraíso e o Grupo Romcy, ícones do varejo cearense, cresceram rapidamente, mas sucumbiram a dívidas e falências.
A Paraíso investiu em marketing e expansão, mas descobriu a inadimplência e fechou em 1999.
O Grupo Romcy, pioneiro em tecnologia, não resistiu às mudanças econômicas dos anos 1990 e teve sua falência decretada em 1993.
Porém, mesmo extintas, suas marcas ainda são lembradas pelo impacto no comércio local.
Mas, para saber mais sobre essas histórias de falências, retomadas e muito mais, clique aqui*.
Autor(a):
Lennita Lee
Meu nome é Lennita Lee, tenho 34 anos, nasci e cresci em São Paulo. Viajei Brasil afora e voltei para essa cidade para recomeçar a minha vida.Sou formada em moda pela instituição "Anhembi Morumbi" e sempre gostei de escrever.Minha maior paixão sempre foi dramaturgia e os bastidores das principais emissoras brasileiras. Também sou viciada em grandes produções latino americanas e mundiais. A arte é o que me move ...Atualmente escrevo notícias sobre os últimos acontecimentos do cenário econômico, bem como novidades sobre os principais benefícios e programas sociais.