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Carne podre, interdição da Vigilância Sanitária e falência: Açougue tradicional chega ao fim com escândalo
21/08/2024 às 10h47
Tudo sobre a falência de um grande açougue com direito até mesmo a interdição da Vigilância Sanitária
Simplesmente, uma famosa casa de carnes em Cuiabá especializado na venda de peças nobres, teve sua falência decretada no final de 2023 pelo tribunal de justiça devido a uma dívida acumulada de R$ 2 milhões.
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O fato é que, no dia 18 de dezembro de 2023, um tradicional e sofisticado açougue acabou tendo sua falência decretada pela Justiça após uma série de escândalos e até mesmo a detecção de irregularidades em seus cortes de carne.
Estamos falando da Casa de Carnes Vargas, açougue localizado em Cuiabá /MT) cujo qual tinha como foco a comercialização de carnes nobres desde 2016. Segundo o portal Folha do Estado, a mesma acumulava uma dívida de R$ 2 milhões e sofreu um duro golpe em sua reputação no começo de 2023.
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Isso porque uma operação da Vigilância Sanitária descobriu que o local mantinha 825 kg de carne podre e sem nenhum tipo de condição para consumo.
Vale lembrar que ainda em novembro de 2022 ela tentou sobreviver por meio de uma recuperação judicial. Nessa época as dívidas chegavam a R$ 1,9 milhão.
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Sobre a história da empresa, percebendo que a região de Cuiabá/MT carecia de açougues especializados em cortes especiais, viram ali uma oportunidade de empregar todo o conhecimento em seleção de gado e desossa. Aliados ao networking já construído ao longo de décadas com pecuaristas, abatedouros e demais fornecedores da cadeia produtiva, eles se sentiam aptos a responder à demanda.
O objetivo da empresa sempre foi transformar a marca “Carnes Vargas” num selo de qualidade na percepção do consumidor. Até o ano de 2018, o açougue trabalhava com novilhas da raça Nelore, muito bem selecionadas.
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Mas, ao perceberem a possibilidade de entregar produtos com qualidade superior em questão de marmoreio e maciez, trabalhando com as raças britânicas, decidiram mudar toda a estratégia de marketing. Passaram, então, a vender exclusivamente carnes da raça Angus e novos produtos bovinos com a marca do açougue.
Não demorou muito para o estabelecimento se solidificar no mercado tornando- se até referência de carne na capital, fornecendo seus produtos a renomados restaurantes da cidade. Em meio a bons resultados, os proprietários do açougue buscaram aplicar melhorias para expandir a atuação da casa Vargas.
Conforme o portal Olhar Jurídico, o açougue Casa de Carnes Vargas listou todos os seus credores e enviou à juíza da Primeira Vara Cível de Cuiabá, Anglizey Solivan de Oliveira, no dia 24 de novembro de 2022.
Prazos e objeções contra relação de credores e ao plano foram estipulados pela magistrada. Só de dívidas trabalhistas ela possuía mais de R$ 30 mil, fora os R$ 60 mil com empresas e 1,8 milhão de reais com bancos e fornecedores.
Inclusive bancos como Bradesco, Caixa Econômica, Energisa, BRF e Itaú estavam entre os credores do açougue. A juíza deu um prazo de 30 dias aos credores para se manifestar contra essa tentativa de recuperação.
Assim, sua queda começou logo nas primeiras semanas de obras, quando alguns furtos de materiais de construção de qualidade boa e preço alto, como portas, pias, vasos, azulejos, cabos, dentre outros, prejudicaram bastante o andamento da construção causando impactos no seu financeiro.
Isso sem falar no embargo por parte do Poder Público, o que também atrasou o seu andamento no início do ano de 2020. Pra piorar o que já era bem ruim, a Casa Vargas ainda foi atingida abruptamente com o início da pandemia da Covid-19, no primeiro trimestre do ano de 2020, entrando num momento bastante desafiador, do qual lutou para se recuperar desde então.
O lockdown atingiu diretamente o faturamento da empresa. Mesmo porque, com a imposição do distanciamento aonde, confraternizações, churrascos e festividades estavam impedidas, os impactos passaram a doer mais.
Após o retorno do comércio e de eventos, o mercado de carne apontou melhorias, mas insuficientes para sanar o déficit dos meses de quarentena.
Junto a isso, a alta constante do dólar, o preço do gado e dos insumos tiveram um aumento estarrecedor, o que era percebido diariamente por qualquer consumidor, enquanto as vendas diminuíram expressivamente.
Diante desse cenário, a Vargas se viu em apuros para dar conta de pagar tanto seus colaboradores, como fornecedores e instituições, até que começou a “sangrar” assistindo seu capital de giro se esvair para conseguir manter as portas abertas.
A defesa da Vargas apontou na petição inicial da recuperação que as obrigações com fornecedores e instituições financeiras já não eram cumpridas rigorosamente como há aproximadamente dois anos atrás.
O açougue até promoveu renegociações com entidades de crédito e fornecedores, porém não foram suficientes para “dar uma folga” no seu caixa. Com isso a defesa colocou que a casa não capacidade de sobreviver a essa crise que atravessava, uma vez que os fatores principais de sua crise eram externos.
Como foi dito, em dezembro de 2023, a juíza da 1ª Vara Cível de Cuiabá, Anglizey Solivan de Oliveira, concluiu que a Casa de Carnes Vargas não apresentava capacidade financeira para honrar o pagamento das dívidas.
Um dos credores da casa de carnes fez uma proposta para arrendar a massa falida e assim permanecer com o negócio. Porém, a magistrada entendeu que medida atenderia apenas a empresa interessada em arrendar o açougue e não os demais credores.
Com a declaração de falência, foram tomados os bens da empresa para pagamento de credores com prioridade aos trabalhadores e tributos federais.
Na sequência foram pagas as hipotecas, penhoras, os credores quirografários, além de acionistas e sócios.
Além disso, o escândalo ainda maior veio à tona em janeiro de 2023, quando fiscais da Vigilância Sanitária, além de agentes da Polícia Judiciária Civil (PJC), interditaram o estabelecimento. Aproximadamente 825 quilos de produtos de origem animal, entre carne bovina, de frango e linguiça foram descartados.
Durante a fiscalização no estabelecimento, foi constatado que o açougue comprava carcaças, desossa e acondiciova as carnes em embalagens com a sua própria marca de forma irregular.
Ao procurar manifestações ou notas oficiais da empresa a respeito do ocorrido, as mesmas não foram encontradas, porém, o espaço permanece sempre aberto caso desejar expor a sua versão dos fatos.
De acordo com apurações feitas pelo TV Foco, a empresa chegou a publicar em agosto de 2023 um mega saldão de carnes e nos comentários alguns clientes comentaram a respeito do fechamento da Casa de Carnes Vargas.
Qual a diferença de Falência e Recuperação Judicial?
Para quem não sabe, a falência ocorre quando a empresa deixa de ser inadimplente e passa a ser insolvente.
Portanto, não há mais como o devedor cumprir com sua obrigação empresarial, e nem como abrir uma simples execução. A recuperação é uma forma de evitar que a inadimplência se torne insolvência.
Autor(a):
Bianca Rayla
Eu sou Bianca Rayla, Administradora por formação, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte- UFRN e Redatora Web por amor e vocação. Apaixonada por cobrir o mundo das celebridades desde 2018, já passei por diversos sites do mundo do entretenimento. Apaixonada por música sertaneja e uma boa fofoca, faço matérias diariamente sobre os mais diversos assuntos, com foco nos artistas da Globo , os quais tenho grande admiração.Meu e-mail é: [email protected] Minhas redes sociais são: