Loja gigante de móveis e eletrodomésticos não conseguiu se reerguer e teve a falência decretada após 71 anos de história
O segmento do varejo desempenha um papel crucial na economia brasileira, gerando empregos e contribuindo com exportações.
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Inclusive, inúmeras varejistas se consolidaram com louvor nesse setor e são renomadas até os dias de hoje como a tradicional Casas Bahia.
No entanto, nem sempre as marcas conseguem permanecer no topo. Como aconteceu como a Manlec, vista como rival nº1 da mencionada acima.
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Tradição
De acordo com o portal Wiki, a mesma teve um desfecho triste e escandaloso após fechar as suas portas e alegar falência em julho de 2017, na região sul do país.
Fundada em 1953, como uma pequena fábrica de móveis no Bairro Bom Fim, ela entrou no varejo em 1967 e passou a ser considerada a nº1 do segmento.
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Dívidas
Conforme o portal Valor Econômico, após uma série de problemas, ela pediu pela sua recuperação judicial em agosto de 2014.
Na ocasião, ela apresentou um plano de pagamento das dívidas com deságio de 43,7% sobre o “calote” em dívidas que chegavam a R$ 105,4 milhões.
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Suas dívidas trabalhistas chegavam na casa dos R$ 9 milhões, o que incluia:
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- Verbas rescisórias;
- Férias;
- 13º salário;
- Deságio proposto de 30%, com pagamento em 12 meses.
Fora isso, ela ainda tinha um passivo de R$ 96,3 milhões com 249 credores quirografários e com garantias reais (bancos e fornecedores), a proposta de deságio é de 45% e o prazo de pagamento, de 240 meses, após 18 de carência.
Declarações:
Conforme declarado pelo advogado Fernandes Jr, a aprovação do plano era necessária para recuperar o fôlego da varejista que como mencionamos sofria com o fim do capital de giro para comprar mercadorias.
Além disso, a Manlec operava com potencial de faturamento médio mensal de R$ 5 milhões e essa reestruturação poderia promover para a mesma o retorno aos tempos de glória.
Como em 2013, quando a receita bruta anual foi de R$ 223,8 milhões, em cerca de cinco anos.
Desde a aprovação do pedido de recuperação, a Manlec chegou a reduzir os custos administrativos em 40%, fechou 6 das 38 lojas que tinha no Rio Grande do Sul, desativou a loja virtual, o sistema de televendas e reduziu de 612 para 375 o número de funcionários.
A empresa começou a focar a operação em segmentos de produtos com “mais giro e lucratividade“- Conforme declarado pelo advogado.
A intenção com a sua recuperação era levantar de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões para capital de giro. Os bancos e fornecedores que optassem em continuar operando com a Manlec, durante a recuperação, teriam parte dos novos créditos pagos antecipadamente, porém ela não conseguiu escapar do pior …
Falência decretada
De acordo com o portal GZH, essa crise da varejista deveu-se ao endividamento bancário e aos altos custos do crédito nos últimos anos.
As principais dificuldades apontadas estava na queda nas margens em função da concorrência e das vendas financiadas sem juros nos cartões de crédito, aumento dos aluguéis de lojas, retração do mercado consumidor e alta da inadimplência.
Porém, no dia 27 de julho de 2017, a Justiça decretou a falência da Manlec.
A Justiça entendeu que a empresa não tinha mais condições de operar, o que foi rebatido pelo advogado da Manlec, João Medeiros Fernandes Jr:
“A empresa está enxuta, mas está saneada e é viável. Ficamos surpresos com a falência agora”
Naquela altura do campeonato, a empresa tinha apenas uma loja. A intenção era manter a operação e encerrar a recuperação judicial no fim daquele ano.
O advogado afirmou que iria recorrer da decisão, argumentando que a falência prejudicaria os esforços para pagar, por exemplo, os R$ 12 milhões de dívidas trabalhistas, o que provocou uma onda de protestos:
“Tínhamos conseguido progresso em um terreno da empresa e que seria mais valorizado para venda agora”
Não foram encontradas notas oficiais por partes dos proprietários da varejista sobre o assunto, porém o espaço permanece aberto para que ela possa expor a sua versão dos fatos.
Quais impactos a falência da Manlec causou?
Apesar dos esforços, a falência e desaparecimento da Manlec do mercado foi de fato concretizada. Vale mencionar que a mesma havia completado 71 anos de existência, causando um profundo vácuo no varejo do Rio Grande do Sul.
A empresa era mais do que um mero ponto de venda pois fazia parte da cultura local.
Com suas lojas sendo um ponto de encontro para as famílias gaúchas durante gerações.
De acordo com o portal Monitor Mercado, esse episódio ainda levantou questionamentos sobre a gestão de empresas veteranas em um contexto de rápidas mudanças econômicas e tecnológicas.