Globo confirma situação crítica em que a Unimed atravessa no Rio de Janeiro e relembra falência ocorrida no estado de São Paulo
E a crise financeira causada pela pandemia da Covid-19 ainda tem suas sequelas em alguns setores. Inclusive o da saúde foi um dos mais afetados, prejudicando até mesmo grandes nomes como o da Unimed.
Conforme confirmado pela Globo, em seu portal de notícias “O Globo”, essa crise financeira já se arrasta há quase uma década, e foi agravada ainda mais pela crise sanitária que abalou o Brasil e o mundo.
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Cientes remanejados
E por conta disso, agora em 2024, a unidade Unimed-Rio vai transferir todos os seus beneficiários para a Unimed Ferj (Unimed do Estado do Rio de Janeiro) a partir de abril.
Segundo a ANS, a operadora mencionada tem 452.598 beneficiários em planos de assistência médica e 33.150 beneficiários em planos exclusivamente odontológicos.
O calendário de transferência será informado em breve pelas operadoras.
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Vale destacar, que conforme determina a lei, não haverá alterações de preço, produtos, rede e carências com a transferência dos clientes.
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Os médicos (são cerca de 4 mil cooperados) também vão continuar com as mesmas condições atuais da operadora.
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Ainda conforme exposto pela Globo, essa decisão de transferir clientes foi cravada na manhã desta última terça feira (05) em uma reunião conduzida pela diretoria colegiada com o:
- Ministério Público Federal
- Ministério Público Estadual
- Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro
- Unimed do Brasil
- Central Nacional Unimed
- Unimed-Rio
- Unimed Ferj.
Mais detalhes da decisão
A Unimed-Rio estava sob direção fiscal e técnica da ANS desde o ano de 2015.
Segundo a ANS, a Unimed-Rio continuará suas atividades como prestadora de serviços de saúde, deixando de atuar como operadora de plano de saúde.
Na reunião, ficou acordado que a unidade Ferj vai manter a rede da operadora, com a contração de todos os serviços operacionais para suportar a fase de transição de transferência de carteira ao longo de 2024.
Vale lembrar que em setembro de 2023, a ANS já havia autorizada a transferência de 73 mil contratos da Unimed-Rio para Unimed Ferj.
No primeiro semestre daquele mesmo ano , o prejuízo acumulado foi de R$ 840 milhões.
Segundo fontes do setor, a migração do ano passado foi considerada uma espécie de teste para a transferência anunciada dia 05 de março de 2024.
A Unimed Ferj, como operadora, conta hoje com 80 mil clientes. Além disso, o sistema Unimed no Estado do Rio, com 18 operações municipais, soma cerca de 1,2 milhão de clientes.
Falência confirmada pela Globo
O que está ocorrendo com a Unimed-Rio faz lembrar de um caso similar que atingiu a Unimed Paulistana, localizada no estado de São Paulo, ainda no ano de 2016.
O fato foi confirmado dia 02 de fevereiro de 2016, também pela Globo através do seu portal jornalístico, o G1, quando a ANS publicou no D.O.U (Diário Oficial da União) a decretação de liquidação extrajudicial da operadora.
Com a medida, a ANS retirou, definitivamente, a empresa do mercado de planos de saúde, e a operadora em questão não pode mais comercializar esses produtos.
Fora isso os membros do conselho fiscal bem como administradores também perderam o mandato, conforme a resolução da ANS
Vale dizer que a falência da Paulistana também foi uma consequência de uma crise financeira que afetou toda a cooperativa.
A operadora tinha 744 mil clientes. A maior parte dos beneficiários morava na cidade de São Paulo.
Em nota, a Unimed do Brasil confirmou a liquidação extrajudicial da Unimed Paulistana e informou que, para efeitos administrativos, um liquidante extrajudicial nomeado pela ANS passa a responder legalmente pela operadora.
Crise arrastada
Unimed Paulistana, que foi fundada ainda em 1971, enfrentava há anos uma crise financeira e havia fechado o ano de 2014 com patrimônio líquido negativo em R$ 169 milhões e um passivo tributário de R$ 263 milhões, segundo o último relatório de gestão.
Ela era a 4ª maior empresa do sistema Unimed e reunia 351 cooperativas médicas, que embora utilizem a mesma marca e modelo de gestão, operavam e comercializavam planos de saúde de forma autônoma e independente, sem oferecer necessariamente uma cobertura nacional.
O que aconteceu com os clientes da Unimed Paulistana?
Conforme garantido pela ANS na época, os consumidores puderam escolher entre um dos planos disponíveis no Sistema Unimed ou buscar produtos em qualquer operadora de plano de saúde.
Ainda de acordo com a ANS, o beneficiário que havia cumprido a carência ou cobertura parcial temporária na Unimed Paulistana, poderia exercer a portabilidade extraordinária de carências, sujeitando-se aos respectivos períodos remanescentes na outra operadora escolhida.
Caso o plano de destino possuísse uma segmentação assistencial mais abrangente do que o plano pelo qual o beneficiário era assistido, poderia ser exigido o cumprimento de carência no plano de destino somente para as coberturas não previstas no plano de origem.
A ANS alertou que, nesta etapa, a migração deveria ocorrer o mais rápido possível, para assegurar o atendimento em outros planos de saúde, uma vez que a decretação da liquidação extrajudicial retira definitivamente a Unimed Paulistana do mercado.
Os interessados tiveram que se dirigir diretamente à operadora escolhida, sem necessidade de contato com intermediários, munidos de
- documento de comprovação de pagamento de 4 boletos da Unimed Paulistana referentes aos últimos 6 meses
- Cartão da Unimed Paulistana,
- RG e CPF
- Comprovante de residência.
Porém, apesar da determinação, muitos clientes sofreram uma série de transtornos, aonde na prática, as garantias não foram cumpridas como deveriam, e acabaram recorrendo ao Procon, como podem ver no vídeo abaixo:
Nota na íntegra:
(01/02/2016)
“A Unimed do Brasil confirma a liquidação extrajudicial da operadora Unimed Paulistana decretada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), por meio da Resolução Operacional (RN) nº 1.986. Para efeitos administrativos, um liquidante extrajudicial nomeado pela ANS passa a responder legalmente pela operadora.
Para a garantia de atendimento aos beneficiários da Unimed Paulistana, a ANS prorrogou por mais 30 dias o prazo para que esses consumidores exerçam a portabilidade de carências para plano com segmentação assistencial equivalente ao antes contratado junto à Paulistana. Desta forma, a Unimed do Brasil reitera o alerta da ANS para que os beneficiários da Unimed Paulistana realizem a migração o mais rápido possível para assegurar o atendimento por meio de outros planos de saúde.
A Unimed do Brasil reforça que cada operadora do Sistema Unimed possui gestão administrativa autônoma e independente, garantida pela Lei nº 5.764/1971. Mais informações sobre o processo de portabilidade também estão disponíveis em: www.unimed.coop.br/portabilidade”